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um programa de treino muito completo e de damental de comando e controlo da damentais para as comunicações e tecnolo-
alta exigência, sendo frequentado por várias Marinha. gias associadas.
Marinhas da NATO. Simultaneamente, durante todo este - O primeiro é a instalação na Marinha
Esta decisão revelou-se fundamental para período observa-se em toda a componente da rede piloto X400 e do primeiro termi-
uma mais rápida rentabilização do navio naval um incremento das velocidades de nal de operador do Military Message
como um todo, bem como para o alcançar operação dos serviços Navio-Terra-Navio e Handling System ou MMHS em No-
de elevados padrões de operação, adminis- Navio-Navio e o concomitante decremento vembro de 1996, o que iniciava o proces-
tração e manutenção de sistemas. No que na utilização do MORSE. so de implantação deste sistema de cor-
concerne às comunicações, reio electrónico formal na
mais uma vez foi fundamen- Marinha.
tal a cooperação da Marinha Este Ramo foi pioneiro na
com a indústria nacional implantação de um sistema
uma vez que, no ambiente desta natureza nas Forças
de utilização exigente como Armadas Portuguesas, ten-
o que se vive no BOST, foi do, mais uma vez dado
possível, fruto de um acom- bons resultados a junção
panhamento quase constante das sinergias entre utili-
da actividade do navio por zadores e a indústria na-
parte de técnicos da empresa cional no desenvolvimento
que desenvolveu os sistemas e implantação de novas
(EID), validar a sua utiliza- soluções tecnológicas.
ção, receber valiosos con- O sistema visa substituir
tributos dos utilizadores, os circuitos telegráficos
identificar as suas potenciais baseados em protocolos
fraquezas e assim contribuir ACP 127 e automatizar o
para a sua permanentemente processo eminentemente
melhoria. manual de produção e dis-
De facto, ao longo dos tribuição de mensagens for-
anos, o sistema integrado de mais na Marinha, estando,
comunicações veio sempre a evoluir posi- b. Componente do serviço fixo actualmente, instaladas cerca de 300
tiva e sustentadamente, sendo, por essa No âmbito do serviço fixo é iniciada a máquinas de entre servidores, terminais de
razão, uma referência não só no BOST concretização dos projectos associados ao operador e de utilizador.
como também no seio das marinhas NATO SINCOMAR, que culmina, no final da déca- Hoje em dia o MMHS é uma ferramenta
com as quais frequentemente operamos. da de 90, com a substituição de todas as fundamental de trabalho para o serviço fixo
Ainda na componente naval a centrais telefónicas analógicas por centrais da Marinha. Em relação aos navios aguarda-
atribuição, pela 1ª vez, do Comando da digitais, a substituição das teleimpressoras -se o desenvolvimento das soluções técnicas
SNFL em 1995 a Portugal desencadeia, por computadores e a substituição da com- por parte da NATO para a sua implemen-
mais uma vez, um incremento assinalável ponente de transmissão analógica por te- tação. Esta organização ainda não possui
nesta área. cnologia digital. este sistema em funcionamento.
Os requisitos NATO para - O segundo aconteci-
os sistemas de comunicação mento decorreu da necessi-
e informação exigiam, de dade da Marinha identificar
entre outras coisas, a intro- na altura, de uma forma
dução, pela primeira vez na global, integrada e objectiva
Marinha, de equipamentos onde se encontrava para
de recepção e transmissão melhor decidir para onde
via satélite em SHF permitin- deveria ir. Para tanto consti-
do troca de informação com tuiu um grupo de trabalho
altos débitos binários. Era denominado GT-MOD-COM
também requisito a utiliza- que efectuou em 1997 uma
ção de um sistema de infor- análise sobre todos os
mação de comando e con- aspectos relacionados com
trolo chamado Maritime as Comunicações móveis e
Command and Control Estações Radionavais de
Information System (MCCIS) onde decorreram 60 reco-
totalmente baseado em tec- mendações, algumas das
nologia COTS, permitindo quais estiveram na origem
ao Comandante no mar de profundas modificações
aceder a informação disponibilizada pelo Nos organismos em terra começam a sur- organizacionais na Marinha na área das
seu Comando Operacional relevante para a gir as redes locais e com a criação da Tecnologias da Informação e da Comu-
respectiva missão e contribuir com a infor- Direcção de Análise e Métodos de Apoio à nicação e a projectos no âmbito das
mação compilada pelo navio para a visão Gestão (DAMAG) tem início o projecto de comunicações móveis e Estações Radio-
global da área de interesse. A utilização edificação da Intranet da Marinha e da navais.
deste sistema veio a revelar-se fundamental primeira presença da Marinha na Internet. Do seu importante trabalho realça-se o
para que, cerca de quatro anos depois, a levantamento efectuado da situação das
Marinha pudesse desenvolver doutrina 2ª METADE DA DÉCADA DE 90 Estações Radionavais da Marinha com a
sobre o seu emprego operacional e iniciar constatação que o mesmo serviço poderia
um programa de investimento tendo em A segunda metade da década de 90 é ca- ser efectuado por apenas 2 das 6 estações
vista a sua edificação como o sistema fun- racterizada por quatro acontecimentos fun- que naquela altura ainda se encontravam
REVISTA DA ARMADA • FEVEREIRO 2003 17