Page 124 - Revista da Armada
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Testemunhando Cinco Décadas
Testemunhando Cinco Décadas
da História da Marinha
da História da Marinha
o passado dia 12 de Fevereiro, na Biblioteca Central, sob a pre- do meu percurso naval e dos percursos de outros profissionais que com ele se
sidência do Chefe do Estado-Maior da Armada, ALM Vidal cruzaram. Julguei por isso que tinha o dever de o escrever.
NAbreu, foi apresentado o livro “A Marinha de Guerra – Uma Sublinhou que tinha vivido numa Marinha feliz, alegre e com humor e
Escola Cívica”. não se coibiu de contar, com a boa
Como tem sido tradicional em disposição que lhe é peculiar, um
eventos semelhantes, as primeiras episódio jocoso por ele vivido du-
palavras pertenceram ao CALM rante o período de fabricos do na-
Leiria Pinto, Presidente da Comis- vio de que era comandante.
são Cultural que, dirigindo-se à nu- Desafiou depois os outros com
merosa assistência em que se desta- tanta ou maior experiência do que eu
cavam antigos oficiais que serviram narrem o que foi a sua vida naval. É da
sob as ordens do Almirante Vilari- consulta destes testemunhos que se faz
nho, autor da publicação, salientou a história viva duma instituição.
que o trabalho embora não seja uma bio- Não desejando alongar-se pois
grafia mas uma narrativa daquilo que um livro lê-se não se explica, o Almi-
mais impressionou e ficou vivo na me- rante Vilarinho afirmou: Para ter-
mória do Almirante Vilarinho, transmi- minar direi que a Marinha tem cum-
te perfeitamente o que foi a sua brilhante, prido a sua divisa “A Pátria honrai,
variada e longa carreira, que teve a particularidade de decorrer no activo, na reserva que a Pátria vos contempla”.
e na reforma, caso que não sendo único vai cada vez mais rareando. Usou depois da palavra o ALM Vidal
Foi seguidamente, descrito o percurso que decorreu de 1 de Outu- Abreu, que a certo passo da sua alocução
bro de 1935, quando do ingresso na Escola Naval, até 5 de Abril de referiu: Qualquer livro é uma memória viva,
1992 ao terminar a função de Director do Museu Marítimo de Macau do que se estudou, do que se aprendeu, do que
e de Presidente da Comissão Territorial para a Comemoração dos Des- se viveu. Este é a história de uma vida dedica-
cobrimentos Portugueses, sendo destacados os cargos mais notórios da à Marinha, escola de civismo, cujo símbo-
desempenhados pelo Almirante Vilarinho no mar, em terra, na guerra lo está sempre marcado na capa do exemplar
e na paz, muitas vezes em situação de crise... agora editado. Para ela o Sr. Almirante não
Concluindo a sua exposição o CALM Leiria Pinto declarou que o contribuiu com os alicerces pois, de há muito, que eles são bem sólidos. Mas
autor da obra continua a servir a Corporação, já que a leitura de “A estou certo que ofereceu algumas janelas permitindo que a sociedade civil se
Marinha de Guerra – Escola Cívica” não só contribui para melhor conhe- aperceba, através da transparência das suas vidraças, desta grandiosa faceta
cer o que foi a Armada durante cerca de 5 décadas como também descreve a da Marinha como escola de civismo.
vida de um oficial que, mercê das suas elevadas qualidades e aptidões, cons- O Sr. Almirante Vilarinho foi o meu primeiro Comandante. Tinha idade
titui um exemplo para gerações vindouras. para ser meu pai. E, como todos os pais, ensinava com gosto, exigia com de-
A obra propriamente dita foi então apresentada pelo seu autor, que terminação, repreendia com amizade e formava pelo exemplo.
começou por fazer a seguinte observação: A Marinha fala pouco e escre- Foi com ele que aprendi a ser o marinheiro que sou hoje e aquela forma de
ve menos da sua vida e do seu percurso. estar que é tão nossa - respeitar para ser respeitado, base da “disciplina con-
Numa sociedade em que os média têm muita importância é pena que assim sentida” que praticamos todos os dias…
seja. Os tempos do Serviço Silencioso já passaram. Este livro é uma descrição Z
A Colecção “Cadernos Navais”
A Colecção “Cadernos Navais”
– Estudo e Reflexão de Temas da Actualidade –
– Estudo e Reflexão de Temas da Actualidade –
Grupo de Estudo e Reflexão NACIONAL (Estudos)” – VALM António Emílio Ferraz Sacchetti, CALM Víctor
de Estratégia (GERE) que, Manuel Lopo Carajabille
O na directa dependência do N.º 4 – Janeiro/Março 2003 – “O CONTEXTO DO DIREITO DO MAR E A PRÁ-
Almirante Chefe do Estado-Maior TICA DA AUTORIDADE MARÍTIMA” – Dr. Luís da Costa Diogo
da Armada, promove e desenvolve
estudos na área da Estratégia e do N.º 5 – Abril/Junho 2003 – “CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA DE FOR-
Poder Naval, quer a nível nacio- ÇAS NACIONAL” – VALM Alexandre Reis Rodrigues
nal quer a nível internacional, tem N.º 6 – Julho/Setembro 2003 – “PORTUGAL E A SUA CIRCUNSTÂNCIA” – Prof.
editado, trimestralmente, em conjunto com Dr. Adriano Moreira, VALM António Emílio Ferraz Sacchetti, Dr. João Soares Sal-
a
a
a Comissão Cultural da Marinha, os “Cadernos Navais”. gueiro, Prof. Dr. Maria do Céu Pinto, Prof. Dr. Maria Regina Flor e Almeida
Até à presente data foram publicados os seguintes números: N.º 7 – Outubro/Dezembro 2003 – “O PODER NAVAL. MISSÕES E MEIOS”
– CFR Carlos Nélson Lopes da Costa
N.º 1 – Abril/Junho 2002 – “A MARINHA E A REVOLUÇÃO NOS ASSUNTOS
MILITARES” – VALM António Emílio Ferraz Sacchetti
N.º 8 – Janeiro/Março 2004 – “SOBRE O VÍNCULO DO MILITAR AO ESTA-
N.º 2 – Julho/Setembro 2002 – “PAPEL DAS MARINHAS NO ÂMBITO DA PO- DO-NAÇÃO, BREVE ABORDAGEM FILOSÓFICO-ESTATUTÁRIA” – STEN
LÍTICA EXTERNA DOS ESTADOS” – CALM Víctor Manuel Lopo Carajabille TSN Carla Martins Pica
Z
N.º 3 – Outubro/Dezembro 2002 – “CONCEITO ESTRATÉGICO DE DEFESA (Colaboração da Comissão Cultural da Marinha)
14 ABRIL 2004 U REVISTA DA ARMADA