Page 129 - Revista da Armada
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A primeira intervenção esteve a cargo do CFR que irão substituir equipamentos obsoletos dos APRESENTAÇÃO DOS PROJECTOS
Oliveira Fuzeta, que abordou o tema “Enqua- navios e das estações radionavais.
dramento Histórico da I&D na Marinha”. Nes- O programa SICC foi um projecto iniciado
te tópico o tema da investigação científica e do no final da década de 70. Os bons resultados
desenvolvimento tecnológico na Marinha foi obtidos e sua divulgação através das Fragatas
abordado na perspectiva das acções de maior da Classe “Vasco da Gama” viabilizou a sua in-
relevo nos últimos quarenta anos, centradas nos ternacionalização, levando a que, hoje em dia,
grandes núcleos de actividade, designadamente, navios das Marinhas Brasileira, Espanhola, Ho-
o Centro de Estudo Especiais da Armada(2), as landesa, Inglesa e Tailandesa sejam equipados
Comunicações Navais e o Instituto Hidrográfi- com este tipo de sistemas.
co (3), referenciando a ligação à comunidade De momento, a 5ª geração do SICC encon- CFR Oliveira Fuzeta.
científica e à indústria nacional. tra-se desenvolvido, prevendo-se vir a equipar o
Além disso, foi efectuada uma breve síntese da Navio de Patrulha Oceânica, em construção nos
situação actual, referindo a relativamente recen- estaleiros de Viana do Castelo, os novos Submari-
te aprovação, no âmbito do MDN, do financia- nos e o Navio Polivalente Logístico, aumentando,
mento pela LPM do Projecto I&D “Calibração de assim, de uma forma significativa, a implantação
modelos de Deriva”, e o facto de se continuar a de tal sistema na nossa Marinha.
aguardar a aprovação de mais oito projectos pre- Na área das ciências do mar, houve duas inter-
viamente escrutinados por uma comissão ad-hoc venções focando os temas “DGPS (12)” e “Siste-
que funcionou no MDN, desi gnadamente, os mas Multifeixe”, pelos CTEN’s Sardinha Montei- CTEN Félix Marques.
seguintes: “SINGRAR (4)”, “VIGILANTE”, “PDS ro e Freitas Artilheiro, respectivamente.
(5) para Acústica Submarina”, “Protecção Balís- Os sondadores acústicos multifeixe (SMF) são
tica”, “Monitorização de ondulação para REA uma tecnologia recente, utilizam-se em hidrogra-
(6)”, “Determinação de parâmetros químicos fia para a medição de profundidades ao longo
em águas, pelo método de fluxo contínuo seg- de uma faixa do fundo, oferecem a capacidade
de cobertura total do fundo
como resposta aos imperio-
sos e exigentes requisitos da
navegação marítima.
O Instituto Hidrográfico CTEN Sardinha Monteiro.
adquiriu o primeiro sistema
SMF em 1995, vocacionado
para levantamentos hidrográ-
ficos costeiros. Em 1998 pro-
duziu a primeira Carta Náuti-
ca Oficial (Porto de Setúbal)
com informação adquirida
por esse sistema, constituin-
do um dos exemplos pionei- CTEN Freitas Artilheiro.
ros, a nível internacional, na
utilização dos dados multifei-
xe em hidrografia.
Projecto de Modernização e Automatização das Estações Radionavais. Em 2001 o IH adquiriu
mentado”, “Amostragem vertical de sedimentos dois sistemas SMF, um sistema para levanta-
– Anisotropias da coluna sedimentar na ZEE (7)” mentos portuários de elevada resolução e outro
e “Sistema de armazenamento e gestão de dados sistema, para grandes fundos, para levantamen-
batimétricos”. A finalizar foi ainda abordado o tos na Zona Económica Exclusiva.
envolvimento internacional, quer no âmbito do O sistema de elevada resolução tem sido utili-
WEAG (8), quer do RTO (9) da NATO (10), bem zado em levantamentos hidrográficos em alguns CTEN Domingues Vaz, 1TEN Mesquita Onofre.
como as perspectivas futuras, com especial inci- dos principais portos nacionais (v.g. Lisboa, Setú-
dência na previsão de significativa actividade de bal e Sines), quer para actualização da cartogra-
I&D envolvendo a Indústria Nacional, especial- fia náutica, quer para controlo e monitorização
mente na área das novas tecnologias de Informa- de dragagens e de obras portuárias. Este sistema
ção e Comunicação, através dos programas em pode ainda, em fundos baixos e regulares, ser
curso de modernização da Esquadra. utilizado como meio alternativo ao sonar lateral
A segunda intervenção foi efectuada pelo na detecção de obstruções.
CTEN Felix Marques, que abordou os projec- O sistema de grandes fundos, instalado no
tos de modernização e automatização das es- NRP “D. Carlos I” (13) apresenta-se como um CTEN Ferreira Leite.
tações radionavais da Marinha Portuguesa (11), meio fundamental para o conhecimento deta-
de construção de protótipos de Tx/Rx HF e do lhado do relevo submarino na ZEE portuguesa.
Programa do Sistema Integrado de Controlo de Este sistema permitirá apoiar projectos cientí-
Comunicações (SICC). ficos com necessidade de conhecimento do
Assim, o projecto de cons trução de novos Tx/ relevo submarino. Constitui uma capacidade
Rx HF tem como base um protocolo estabele- singular para os levantamentos hidrográficos
cido entre o MDN/Marinha/EID em Novembro necessários à fundamentação da pretensão na-
de 2001 para o desenvolvimento e construção cional de extensão do limite exterior da plata-
de novos transmissores e receptores HF, capazes forma continental além das 200 milhas náuticas
de cumprir as mais avançadas normas relativas (artigo 76.º da Convenção das Nações Unidas CFR Simões Marques, CFR EME Gameiro Marques,
à comunicação nesta banda de frequências, e Sobre o Direito do Mar). CTEN Bulcão Sarmento.
REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2004 19