Page 163 - Revista da Armada
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Assinatura do contrato
                       Assinatura do contrato

                        dos novos submarinos
                         dos novos submarinos


               o dia 21 de Abril realizou-se no Salão  sistema de célula de com-
               Nobre do Palácio do Alfeite a cerimó-  bustível, que irá propor-
         Nnia da assinatura do contrato para a  cionar uma muito maior
         construção de dois novos submarinos para a  capacidade de autonomia
         Marinha. Simultaneamente foi assinado o con-  submersa e as minimiza-
         trato das contrapartidas.          das assinaturas acústicas,
           A cerimónia foi presidida pelo Ministro de  térmicas e magnéticas do
         Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas  novo submarino portu-
         que para o efeito embarcou na Doca da Ma-  guês que irão proporcio-
         rinha no NRP “Dragão”, onde foi recebido  nar um imbatível grau de
         pelo Almirante Vidal Abreu, Chefe do Esta-  furtividade. Em segundo
         do-Maior da Armada. Na lancha já se encon-  lugar: o aumento da pro-
         travam o CEMGFA, Almirante Mendes Cabe-  fundidade de submersão
         çadas e o SEDAC , Dr. Henrique de Freitas.  e da eficiência global que
           A lancha “Dragão” fez a travessia do Tejo, ten-  irá proporcionar novas   Chegada do Ministro da Defesa à Doca da Marinha.
         do o Ministro recebido “Honras Militares” pela  vantagens operacionais
         guarnição do submarino “Barracuda”, amar-  e, em terceiro lugar: “Graças às suas notáveis   Para o País, porque mostrou aos menos cren-
         rado à bóia, na Bacia de Manobra do Alfeite.  características – tais como baixo deslocamento,  tes que quando se acredita e há vontade, mes-
           A comitiva foi recebida no Alfeite, no Cais  excelentes características furtivas e de elevada  mo as mais difíceis barreiras são ultrapassadas.
         das Vedetas, pelo Comandante Naval, VALM  capacidade de carga útil – os novos submarinos  Porque Portugal mostra assim que quer manter
         Silva Santos.                      portugueses irão ao encontro de todas as exigên-  uma capacidade autónoma de dissuasão e pro-
           Entretanto no Palácio do Alfeite já se encon-  cias das modernas operações submarinas – tanto  jecção de força, impossível de concretizar sem
         travam o embaixador da República Federal da  em águas costeiras como no mar oceano”.  estes meios.
         Alemanha, os antigos Chefes de Estado -Maior   Terminou agradecendo a colaboração das   A substituição de qualquer capacidade, na-
         da Armada, Almirantes Andrade Silva, Fuzeta  equipas técnicas e de advogados que permiti-  val ou aérea, com complexidade equivalente,
         da Ponte e Vieira Matias, a Secretária de Esta-  ram chegar ao fim as complicadas negociações.  desenvolve-se normalmente ao longo de um
         do da Industria, Comércio e Serviços, vários                          período de 10 anos, percorrendo sucessivamen-
         Directores -Gerais, Almirantes, uma significa-  Falou de seguida o ALM Vidal Abreu, Chefe  te as fases de estudo, planeamento, concurso,
         tiva delegação do “German Submarine Con-  do Estado-Maior da Armada que afirmou:  projecto e construção.
         sortium” (GSC) e firmas  associadas, HDW,   “Hoje é um grande dia para a Marinha e   Consciente desta realidade, a Marinha de-
         Ferrostaal e Thyssen, e um forte destacamento  para o País.           sencadeou-a através de despacho do Almirante
         de Oficiais, Sargentos e Praças da Esquadrilha   Para a Marinha, porque o conjunto de oficiais,  Chefe do Estado-Maior da Armada de Abril de
         de Submarinos.                     sargentos e praças que empenham todo o seu  1988 que determina ao EMA que inicie os estudos
           A cerimónia iniciou-se com a assinatura dos  esforço e dedicação no estudo, treino e opera-  conducentes à substituição dos Submarinos da classe
         Contratos de Construção e Contrapartidas, ten-  ção da arma submarina têm de novo algo em  “Albacora”. Se tudo corresse com naturalidade,
         do para tal sido utilizada a caneta de prata com  que acreditar. Já sabiam que tudo o que diaria-  em 1998 a Marinha estaria a receber os novos
         aparo de ouro e o tinteiro de pra-                                              submarinos que substituiriam os
         ta que a primeira guarnição do                                                  da 4.ª Esquadrilha. Estes, seriam
         Submersível Espadarte ofereceu                                                  abatidos com 30 anos de vida, e
         ao seu Comandante para assinar                                                  mesmo assim, com mais 5 do que
         o Acto de Recepção do submer-                                                   fora inicialmente projectado.
         sível Espadarte em “La Spézia”                                                    Mas nem sempre as coisas cor-
         em 15 de Abril de 1913.                                                         rem bem. A Resolução do Conse-
           Por Portugal assinou o Mi nis-                                                lho de Ministros 14/98 que deter-
         tro de Estado e da Defesa Na-                                                   mina e especifica a condução do
         cional, e pela outra parte, os                                                  processo de aquisição surge, as-
         repre  sentantes da GSC, HDW                                                    sim, já com 10 anos de atraso. O
         Ferrostaal e Thyssen.                                                           processo é longo e arrasta-se sem
           Falou em primeiro lugar em                                                    decisão até ser recuperado, ocor-
         nome do GSC, o Sr. Walter Frei-                                                 rendo, finalmente, hoje, a assina-
         tag que depois de manifestar a                                                  tura dos contratos de construção e
         sua satisfação em colaborar no                                                  de contrapartidas, que o processo
         reequipamento da Marinha e   Desembarque na Base Naval de Lisboa.               engloba. A construção demorará
         na manutenção da capacidade                                                     63 meses para o 1.º submarino e
         submarina de Portugal com a mais avançada  mente dão ao País vale a pena. Hoje ficaram a  71 para o segundo. Portugal receberá, assim, as
         tecnologia no mundo. Enumerou os factores  saber que o seu trabalho vai ter continuidade e  duas unidades da 5.ª Esquadrilha, a primeira,
         determinantes para esse êxito. Em primeiro  as novas gerações têm um novo horizonte de  no início do 2.º semestre de 2009, a segunda, no
         lugar: O novo e único sistema de propulsão  referência ou, numa linguagem mais apropria-  1.º trimestre de 2010, mais de 21 anos depois do
         independente de ar, baseado no comprovado  da, uma nova cota de referência.  processo ter sido iniciado pela Marinha.
                                                                                       REVISTA DA ARMADA U MAIO 2004  17
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