Page 164 - Revista da Armada
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Os custos deste atraso são grandes e levarão Tenciono embarcar
a que Portugal disponha apenas de uma uni- no NRP “Delfim” em
dade naval deste tipo entre 2005 e 2009 para 2005 durante a sua
treino das futuras guarnições e para todo o tipo última missão e estou
de operações em que normalmente são empre- certo que o CEMA,
gues, que assim ficarão necessariamente pre- em comando da Ma-
judicadas. A última unidade, o NRP “Barracu- rinha em 2009, terá
da”, será abatida com 41 anos, mais 16 do que todo o gosto e honra
inicialmente programado e após o desenvolvi- em fazer o mesmo, no
mento de um esforço limite para lhe prolongar último mergulho do
a vida até 2009. “Barracuda”.
No entanto, neste período, continuará a estar Há que aprender, no
sempre presente a garantia das condições essen- entanto, com as lições
ciais de segurança, elemento fundamental em de todo este proces-
todos os meios navais e, por maioria de razões, so, verdadeiro “case
nos submarinos. A Marinha não abdica nem um study” no âmbito do
milímetro, ou em linguagem mais marinheira, reequipamento das
nem uma milésima de jarda, em questões de Forças Armadas, ob-
segurança dos seus homens. Até ao último dia jecto de protelamen-
da última navegação os velhos submarinos ob- tos sucessivos, com
servarão todas essas condições! consequências opera-
Assinatura dos contratos.
cionais, logísticas e tos operacionais, desenvolveu as especifica-
motivacionais ainda ções técnicas e logísticas, conduziu o grupo
difíceis de avaliar. técnico-operacional durante as negociações e
Situações destas são integrou a comissão do processo de aquisição.
dispensáveis, desne- Mas sempre com um único propósito – o de
cessárias, e devem, garantir que, qualquer que fosse a decisão fi-
no futuro ser evi- nal, o País e a Marinha ficariam bem servidos.
tadas a todo o cus- E assim aconteceu.
to. E há, também, Hoje, na assinatura do contrato, manifes-
que aproveitar este tamos, naturalmente, a satisfação própria do
exemplo para que se evento e a nossa confiança em que o trabalho
explique bem ao país conjunto com o consórcio construtor irá decor-
que o reequipamento rer de forma exemplar.
das Forças Armadas A Marinha está especialmente satisfeita por
não é uma despesa. ter havido decisão e é esse o ponto que quer
É um investimen- realçar.
to em segurança e, Hoje demos um passo de gigante, produto de
se bem conduzido, longos anos de trabalho, mas faltam milhares de
pode e deve consti- pequenos passos até que chegue o 2.º semestre
tuir, através das con- de 2009. Será criada a missão de construção,
trapartidas que gera, parte da qual acompanhará, na Alemanha, as
um investimento no- várias fases da construção. Há que adaptar ins-
tável na economia do talações na Base Naval e no Arsenal do Alfeite.
País. Assim será nes- Há que desencadear as aquisições de mísseis e
te caso, pese embo- torpedos. Há que preparar e treinar as novas
ra o desnecessário guarnições. Há que redesenhar os cursos nas
adiamento que in- escolas para ensinar os novos equipamentos.
felizmente também Há, enfim, uma miríade de tarefas com enca-
sofreu. deamento próprio que a Marinha seguirá. E,
Cabe aqui refe- acima de tudo, a Marinha empenhar-se-á para
rir que a Marinha que lhe não seja imputado um só dia de atraso
assumiu em todo o no programa destes novos meios.
processo uma ati- É tempo de terminar com uma palavra de
tude que considero agradecimento aos que permitiram que se che-
ser a única possível. gasse a esta fase e a Marinha cometeria uma
Alocuções do representante do GSC, Alm. CEMA e MEDN. Definiu os requisi- profunda injustiça se não fizesse aqui, em pú-
18 MAIO 2004 U REVISTA DA ARMADA