Page 165 - Revista da Armada
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Tenho dito vezes sem  torna-o poderosamente eficaz como nenhum
                                                            conta não precisamos de  outro na prevenção destas ameaças.
                                                            tantos efectivos mas pre-  Significa em quarto lugar uma oportunidade,
                                                            cisamos de efectivos me-  uma oportunidade para a Economia Portugue-
                                                            lhor equipados.    sa, uma oportunidade para um sector estratégi-
                                                             Queremos menos efec-  co que é a nossa construção naval e nela a cons-
                                                            tivos, melhor equipados.  trução naval de natureza militar.
                                                            Não pedimos mais do   Para os nossos Estaleiros, para quem neles
                                                            que os meios necessá-  trabalha, concebe, imagina, para todos os seus
                                                            rios, mas os que pode-  operários, para todos os seus quadros. Uma
                                                            mos e devemos ter, têm  oportunidade para a economia portuguesa
                                                            de ser meios modernos,  em sectores de elevado potencial de Exportação,
                                                            operacionais e dignos.  como o sector automóvel que ganham através
                                                             A Lei de Programação  deste contrato oportunidades de negócio que
                                                            Militar teve, nos últimos  são oportunidades de crescimento. Finalmente,
                                                            dois anos, taxas de exe-  oportunidade para os sectores tecnologicamen-
         Antigos CEMA presentes na cerimónia.
                                                            cução finalmente credí-  te mais avançados que beneficiam da transfe-
         blico, uma referência especial à convicção, à de-  veis. Passo a passo, ao passo da exigência e da  rência de tecnologia que permitirá ir criando em
         terminação, à coragem política e ao empenho  eficiência, abrem-se os concursos, concluem-se  Portugal nichos de excelência do ponto de vista
         pessoal que o Sr. Ministro de Estado e da Defesa  negociações e celebram-se contratos. É um com-  tecnológico, que habilitarão o País num merca-
         Nacional colocou, desde o 1.º dia do seu manda-  promisso com as Forças Armadas e através delas,  do extremamente competitivo.
         to, na conclusão deste concurso. Também uma  com a defesa de Portugal. Esse compromisso é   Mais uma vez se demonstra ao assinarmos,
         palavra de estímulo a todos os que integrarão  para honrar.           paralelamente, o contrato de aquisição e o con-
         o processo nas próximas fases, uma palavra de   Significa, em segundo lugar, uma vocação. O  trato de contrapartidas, que a defesa não é um
         ânimo aos que sempre acreditaram e, funda-  mar é, para Portugal, uma condição de liberda-  mundo à parte, vive em relação com a Econo-
         mentalmente, endereço os meus parabéns à fa-  de. O Atlântico, uma marca da nossa identida-  mia e deve constituir em Portugal, como o cons-
         mília submarinista que continuará a existir e a  de. O Mediterrâneo, cada vez mais uma cum-  titui em todos os países preparados da U.E., um
         dar um grande exemplo a Portugal de sacrifício,  plicidade. A imensa zona económica, uma  forte impulso ao crescimento e à modernização
         coragem e abnegação e saberá, como sempre,  responsabilidade.         da Economia.
         cumprir o seu lema:                  A renovação da capacidade submarina por-  Significa por último, e a última razão pode
           ––  ZELO, APTIDÃO, HONRADEZ  ––  tuguesa representa por isso, um dever indecli-  ser a primeira, e seguramente o é, uma decisão
           Estas três palavras encontram-se gravadas  nável. Portugal lesaria de modo grosseiro o in-  de soberania.
         nas três faces da pena que faz parte do estojo  teresse nacional – e a sua condição de Nação   Todos os países marítimos europeus estão
         que foi oferecido pela primeira guarnição do  marítima – se perdesse, sem mais remédio, essa  a modernizar ou substituir a sua capacidade
         “Espadarte”- o 1.º submersível português – ao  capacidade. E como bem se sabe, na defesa e na  submarina.
         seu Comandante em 15 de Outubro de 1913,  segurança, qualquer arrependimento vem sem-  Se Portugal o não fizesse, seria reduzido à
         data da assinatura do auto de entrega do navio  pre tarde de mais.    condição de país meramente continental, que
         à Marinha, em La Spézia, Itália.     Significa, em terceiro lugar, credibilidade. Pe-  nunca foi, não é, nem poderá ser. Portugal, é o
           As mesmas peças voltaram a ser usadas hoje,  rante o seu povo e os nossos aliados, a Armada  equilíbrio entre uma fronteira continental, uma
         91 anos depois, num simbolismo de renovação,  Portuguesa está a viver um  plano de moder-  fronteira marítima e a fronteira que é uma lar-
         essencial à continuidade da vida.  nização que a tornará, dentro de alguns anos,  ga geografia da sua identidade e da sua vida. E
           A Marinha está viva.  Viva a Marinha!”  irreconhecível, no melhor sentido da palavra.  como em todos os países Europeus que estão a
                                            Paciente mas obsessivamente, como deve ser,  modernizar e substituir a sua capacidade sub-
           Por fim usou da palavra o Ministro de Estado  a Armada Portuguesa substitui Corvetas an-  marina para assegurarem a sua própria defesa,
         e da Defesa Nacional que referiu:   tigas por navios-patrulha novos sem os quais  a decisão soberana de modernizar a Armada
           “A assinatura, hoje, dos contratos relativos  não haveria, amanhã fiscalização; projecta os  através destes meios é um acto de razão, pru-
         à renovação da capacidade submarina portu-  Navios de Combate à Poluição que nunca ti-  dência, determinação e prestígio. Portugal só
         guesa é, a vários títulos, significativa de uma  vemos,  abre hoje o caminho para o Navio Poli-  tem razões para se orgulhar de o fazer hoje. O Sr.
         política.                          valente Logístico, que é, em si mesmo, um pro-  ALM Vidal Abreu explicou e não é preciso su-
           Significa, em primeiro lugar, uma determina-  jecto fascinante, tal o bem que nos pode fazer e  blinhar, como em matéria de defesa e segurança,
         ção. A determinação de reequipar as Forças Ar-  trazer; tem de modernizar as suas fragatas. Em  não decidir tem um custo elevadíssimo.
         madas Portuguesas, adaptando-as ao séc. XXI.   coerência, lança hoje as bases da 5ª Esquadrilha   Este Governo tomou a decisão de decidir.
                                                             de submarinos que, es-  Estaremos juntos para recuperar todos os dias,
                                                             tou certo, usará muito  os dias que, nesta matéria, Portugal perdeu.”
                                                             e usará bem, em mis-   Por fim o Ministro, agradeceu a todos os seus
                                                             sões tão variadas  colaboradores a acção determinante em todo o
                                                             como o exercício da  processo, e entregou ao ALM CEMA a última
                                                             soberania, a recolha  flâmula que o “Albacora” envergou antes de ser
                                                             de informações, o “in-  abatido ao “Efectivo dos Navios da Armada”
                                                             telligence”, a protec-  para ser içada no primeiro novo submarino.
                                                             ção e o apoio à projec-  Por sua vez o Sr. Walter Freitag ofereceu ao
                                                             ção de forças e o apoio  Ministro da Defessa Nacional um modelo dos
                                                             decidido no combate  Submarinos que vão ser construídos.
                                                             a vários tipos de cri-  Enquanto decorria o Porto de Honra, o CMG
                                                             minalidade – como o  Costa Andrade, Comandante da Esquadrilha
                                                             tráfico de droga, tráfi-  de Submarinos, gritou as “Salvas Artilheiras”.
                                                             co de armas e tráfico   Como último acto da sessão, o Ministro Paulo
                                                             de pessoas. O carácter  Portas visitou a Exposição onde se encontravam
         O Ministro da Defesa visita a Exposição dos Submarinos.  discreto deste meio  várias “Relíquias” das quatro Esquadrilhas. Z
                                                                                       REVISTA DA ARMADA U MAIO 2004  19
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