Page 203 - Revista da Armada
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Dia 20 de Maio
                                                         O dia 20 de Maio começou com uma missa em Memória e Acção de Graças
                                                       pelos militares, militarizados e civis da Marinha falecidos. Foi celebrada sob a
                                                       presidência de Sua Excelência Reverendíssima D. José Pedreira, Bispo de Viana
                                                       do Castelo, e co-celebrada pelos Vigário Geral Castrense e pelos capelães em
                                                       serviço na Marinha. Contou com a presença de diversas entidades civis e mili-
                                                       tares, salientando a participação do coro constituído por elementos da Escola
                                                       Naval e da Banda da Armada, especialmente ensaiado para este evento pelo
                                                       2TEN Délio Gonçalves.
                                                         Porém, o ponto alto das comemorações do Dia da Marinha – 2004 seria a ceri-
                                                       mónia militar que teve lugar junto ao rio, muito perto do local onde no longínquo
                                                       século XV foi construído o que se chamou de cais novo, e que foi a primeira mu-
                                                       ralha em pedra de Viana da Foz do Lima. A cerimónia foi presidida pelo Ministro
                                                       de Estado e da Defesa Nacional, contando com a presença do Ministro das Cida-
                                                       des, Ordenamento do Território e Ambiente, do Secretário de Estado da Defesa e
                                                       Antigos Combatentes, da Secretária de Estado da Indústria Comércio e Serviços,
                                                       dos Almirantes Fuzeta da Ponte e Vieira Matias (antigos Chefes do Estado -Maior
                                                       da Armada), de diversas entidades civis e militares e de inúmeros convidados. As
                                                       Forças em Parada – comandadas pelo CMG Fuzileiro Rocha e Abreu – foram cons-
                                                       tituídas por um bloco de 18 estandartes de unidades e organismos da Marinha,
                                                       escoltados por um pelotão de cadetes da Escola Naval, pela Banda da Armada e
                                                       respectiva fanfarra, por uma Companhia de Alunos da Escola Naval, uma Com-
                                                       panhia mista de militares dos Grupos Um e Dois de Escolas da Armada e por um
                                                       Batalhão a duas Companhias do Comando do Corpo de Fu zileiros. No Rio Lima,
                                                       em frente da tributa, estava fundeado o NRP “João Coutinho” e, em todo o porto
                                                       de Viana do Castelo estiveram os NRP “Vasco da Gama”, NRP “Saca dura Cabral”,
                                                       submarino “Barracuda”, o navio de treino de mar “Creoula”, NRP “Andró meda”,
                                                       NRP “Save”, NRP “Cassiopeia” e NRP “Rio Minho”.
                                                         À chegada, o Ministro de Estado e da Defesa Nacional recebeu as honras mi-
                                                       litares que lhe são devidas e passou revista às Forças em Parada, dando-se início
                                                       à cerimónia com a integração do Bloco de Estandartes. Seguiu-se uma alocução
                                                       proferida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Francisco António
                                                       Torres Vidal Abreu. O CEMA começou por salientar a intrínseca ligação das
                                                       gentes de Viana do Castelo ao mar, razão pela qual a Marinha ali voltava para
                                                       comemorar a sua festa (ali esteve em 1990), em comunhão com as gentes que
                                                       partilham um mesmo sentir e que compreendem a nossa maneira de ser de ma-
                                                       rinheiros. Continuou o seu discurso realçando a importância estratégica do mar
                                                       e o papel que a Marinha tem no aproveitamento desse valor, que as condições
                                                       geográficas nacionais fazem com que seja incontornável. E à Marinha compete
                                                       o exercício da soberania nesse espaço líquido várias vezes maior do que o pró-
                                                       prio território continental, com uma riqueza que não é, tão pouco, conhecida
                                                       na sua plena dimensão, mas sobre a qual é necessário garantir a segurança e a
                                                       liberdade de acção. Ela é “o braço visível do Estado no mar”, seja na constante
                                                       tarefa de fiscalização e soberania, na “preservação de recursos económicos, na
                                                       actividade de investigação científica, na segurança da navegação, no combate
                                                       à poluição”. A Marinha dá passos seguros em direcção ao futuro, provando-o
                                                       os acontecimentos do último ano, quer no brilhante desempenho das missões
                                                       que lhe foram conferidas, quer no prosseguimento lento, mas seguro, do ansiado
                                                       processo de reequipamento, que já contemplou alguns dos sectores mais impor-
                                                       tantes e urgentes. “A solidariedade entre homens do mar está sempre presente e
                                                       é, por isso (...) que os dias de festa da Marinha se comemoram em terras de ou-
                                                       tros marinheiros” – disse o CEMA – Os marinheiros que ali estiveram presentes,
                                                       e todos os que desempenham missões por esse mundo fora, desde a Bósnia a
                                                       Timor, são “orgulhosos da sua Marinha”estão cientes das suas responsabilidades
                                                       e deveres, e estão “prontos a servir Portugal” em todas as circunstâncias. Mas
                                                       é importante que “a sociedade civil reconheça o seu esforço e os valores e as
                                                       causas porque se bate[m]”, sem que “alguma vez, se chegue a gerar a percep-
                                                       ção de que a dignidade institucional, ou a dignidade de cada militar, corram o
                                                       risco de ser postas em causa”.
                                                         Seguiu-se uma homenagem aos militares, militarizados e civis da Marinha já
                                                       falecidos, e procedeu-se à entrega de condecorações militares que começou com
                                                       a imposição da Ordem do Infante D. Henrique ao estandarte do NRP “Coman-
                                                       dante Hermenegildo Capelo”.
                                                         A cerimónia terminou com o desfile das Forças em Parada a que se seguiu a pas-
                                                       sagem de um helicóptero Linx e uma pequena demonstração naval no Rio Lima.
                                                                                                               Z
                                                                                                 J. Semedo de Matos
                                                                                                            CFR FZ
                                                                                                  Fotos CAB T Carvalho
                                                                                      REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2004  21
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