Page 296 - Revista da Armada
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consecução, durante anos, dos objectivos  bilidades para cumprir as missões da Ma-  planeamento, e será um instrumento es-
         de curto e médio prazo prioritizados pelos  rinha. Também não se conhecem exemplos  sencial de trabalho dos oficiais dos esca-
         sucessivos CEMA nas respectivas DPN.  anteriores de um documento que satisfa-  lões médio e alto, que desempenham fun-
           A directiva genética engloba as medidas  ça tal requisito. Com efeito, a directiva de  ções no EMA, no EMGFA e no MDN. Terá
         necessárias para gerar novos meios em pes-  planeamento operacional (PLANOP) está  igualmente utilidade para informar outras
         soal e material, a pôr à disposição das ope-  aquém do que se conceptualiza para uma  entidades que necessitam de conhecer as
         rações no momento adequado, que sirvam  directiva operacional onde constem me-  prioridades e como a Marinha actua, no-
         o CEN e tenham em atenção a evolução da  didas relativas: à sustentação, direcciona-  meadamente os outros ramos das F. A. e
         conjuntura. O estudo “Contributos para o  das para a preparação, a movimentação,  os departamentos governamentais com ac-
         planeamento de forças da Marinha” cum-  a manutenção e a recuperação dos meios  ções nos campos da política externa e das
         pre estes requisitos. Porém, alarga-os ao  envolvidos na actividade operacional; ao  missões de interesse público. Os deputa-
         planeamento estratégico naval quando,  treino, vocacionadas para que os coman-  dos, os académicos, os sectores industrial
         em anexos detalhados, articula os objecti-  dos, as forças e as unidades da Marinha  e comercial, os jornalistas e os cidadãos em
         vos em termos de pessoal e material, com os  operem de forma coesa, cumprindo as suas  geral, todos manifestam interesse legítimo
         recursos financeiros e os prazos em cada ca-  tarefas com sucesso; à doutrina, pugnando  em conhecer a documentação estruturante
         pacidade do sistema de força naval (SFN).  para que o seu desenvolvimento seja ade-  da estratégia naval portuguesa.
           A directiva estrutural engloba as medi-  quado aos novos desafios resultantes das   Uma última palavra antes de concluir
         das necessárias para organizar os meios da  alterações políticas, estratégicas, militares  o artigo. As ideias apresentadas sobre o
         Marinha, tarefa que se desenvolve segundo  ou tecnológicas.           possível método de elaboração e, até, so-
         cinco vertentes: na criação ou desactivação                           bre a natureza desta documentação, não
         de órgãos; na modificação de competências   4. CONSIDERAÇÕES FINAIS    são definitivas, nem pretendem ser uma
         e das respectivas linhas de autoridade; nas                           declaração estática.  O assunto tratado é
         estruturas da força que permitam configu-  O possível método de elaboração da  muito rico, pelo que não se esgota num
         rações compatíveis com as necessidades  documentação estruturante da estraté-  texto que procura ser uma síntese de estu-
         operacionais de uma Marinha equilibrada;  gia naval portuguesa que se caracterizou,  dos recentemente iniciados, ao longo dos
         nas estruturas de apoio das actividades da  permitirá apresentar e explicar a política  quais procuraremos compatibilizar as vi-
         esquadra; no papel a desempenhar pelas  naval e a doutrina estratégica naval, como  sões teóricas com as realidades e necessi-
         pessoas na evolução estrutural da Marinha.  partes do processo de planeamento da De-  dades práticas da Marinha, e receber ideias
         Não existem antecedentes de um documen-  fesa Nacional. Por isso, ajudará à decisão  inovadoras e criativas que melhorem aqui-
         to com este conteúdo.              governamental. Sendo lógico e coerente,  lo que fazemos.
           A directiva operacional engloba as me-  também facilitará o diálogo no seio da Ma-                  Z
         didas necessárias ao emprego dos meios,  rinha, auxiliará a formação e a integração         A. Silva Ribeiro
         atendendo às suas características e possi-  dos oficiais mais jovens nas actividades de              CFR

         6  SETEMBRO/OUTUBRO 2004 U REVISTA DA ARMADA
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