Page 157 - Revista da Armada
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Todos este projectos são muito importan- A rede de transmissão instalada no Con- sencial para a Marinha poder, no âmbito
tes para a Marinha pelo que procuraremos tinente e nas ilhas consiste em ligações do projecto de Modernização e Automa-
falar deles em artigos subsequentes. Neste por feixes hertzianos (radiolinks) e por fi- tização das Estações Radionavais (GP-
artigo falaremos dos novos “radiolinks” ao bra óptica em tecnologia de transmissão RADNAV) desactivar a Central Trans-
serviço da Marinha, pela actualidade do as- PDH (Plesiochronous Digital Hierarchy) e missora de Monsanto e a Receptora de
sunto, já que terminou recentemente a insta- SDH (Synchronous Digital Hierarchy). Em Algés. Esta nova rede de transmissão de
lação dos radiolinks entre a BNL e a Esqua- PDH foram instalados vários equipamen- tecnologia SDH – STM1 (155Mbps) já per-
drilha de Helicópteros e entre a Arrábida e o tos de 34 e de 8 Mbps (desmultiplexados mitiu ligar à RCM (BNL), a 34Mbps, as
Ponto de Apoio Naval (PAN) de Tróia. em canais de 2Mbps) e em SDH instalados INAZ e a Escola de Fuzileiros (EF). Neste
equipamentos STM1 (155Mbps, desmul- projecto foi também instalado um RL de
Os Radiolinks da Marinha tiplexados em canais de 2 Mbps na maior 8Mbps (4x2Mbps) da Fonte da Telha para
parte dos casos). o Depósito de Munições do NATO Lisboa
Nos anos 80 e 90 foram instalados vários A rede que foi projectada e instalada pe- (DMNL) e do EMGFA para o Cais Militar
radiolinks (RL), financiados pelo projecto los Ramos e pelo EMGFA (SICOM) para do Portinho da Costa (CMPC). O DMNL
SINCOMAR (Marinha) ou pelo SICOM fornecer conectividade às várias unida- já tem estações de trabalho ligadas à RCM
(EMGFA), para ligar unidades da Mari- des dos três ramos das Forças Armadas e novos telefones IP que permitem comu-
nha, nomeadamente: espalhadas pelo Continente e pelas ilhas, nicação para a Rede Telefónica da Mari-
- Um RL de 34Mbps das ICM para a consiste, basicamente, no Continente, em nha. A ligação para o CMPC visa a dispo-
BNL; três anéis nacionais (Norte, Centro e Sul) nibilização de um acesso “IN-PORT” aos
- Um RL de 34Mbps da BNL para Mon- implementados através de radiolinks. Em navios que aí atracarem.
santo; Lisboa a densidade de unidades e a ne- Está em curso a aquisição de equipamen-
- Um RL entre a ex-ERN Alm. Ramos cessidade de sobrevivência da rede levou tos para ligar o COMNAV (Oeiras) à RCM
Pereira (Apúlia) e a Serra do Pilar (rede a que se projectassem quatros anéis iden- através da BNL a 34Mbps síncronos.
transmissão do SICOM); tificados pelos pontos cardeais (NW, NE, Todo este projecto coordenado pelo
- Um RL entre a Central Transmissora SW e SE). EMGFA-DICSI foi financiado com verbas
(A Ver o Mar) e a Receptora (Apúlia) da A rede inicialmente instalada tem esta- da LPM do EMGFA, programa de Coman-
ex-ERN Alm. Ramos Pereira; do a ser modernizada pelo EMGFA-DIC- do e Controlo.
- Um RL entre Fóia e o Cerro de S. Mi- SI, porque os equipamentos
guel; atingiram o fim do ciclo de
- Um RL entre Fóia e o PAN Portimão; vida e já não respondem às
- Um RL entre Fóia e a ex-ERN Sagres; actuais necessidades de lar-
- Um RL entre S. Miguel e Faro gura de banda e de serviços.
(CZMS); A modernização iniciou-se
- Dois RL em S. Miguel, entre o CZMA em 2003 através do financia-
– ERN Ponta Delgada – COA. mento do programa de Co-
mando e Controlo da LPM
Alguns destes equipamentos estão actu- do EMGFA.
almente em fim de ciclo de vida, não ha- É neste âmbito que sur-
vendo já, em alguns casos, sobressalentes gem os projectos SICOM
para a sua manutenção. que fornecem canais de co-
municação para a Marinha,
Os Radiolinks do Projecto SICOM salientando-se os projectos
do novo Anel de Lisboa, o
O Plano de Desenvolvimento do SI- Anel SW, o Anel Continente
COM, da responsabilidade do EMGFA, Sul, a ligação Madeira – Por-
iniciado em 1992 e aprovado em CCEM to Santo e a Rede de Fibra
em Maio de 1993, permitiu a instalação de Óptica de S. Miguel.
uma rede de transmissão no Continente e
nas ilhas baseada em radiolinks e fibras Os Radiolinks do
ópticas. Inicialmente esta rede de trans- ANEL SW
missão visava assegurar a comunicação
entre os nós de uma Rede Digital com In- O projecto Anel SW visa
tegração de Serviços (RDIS), que se consi- essencialmente garantir
derava ser na altura a melhor solução para comunicações à Marinha
dotar as Forças Armadas com uma infra- e à NATO (JCLisbon) para
estrutura de comunicações avançada, de os parques de antenas de Fig.2 – Nova torre de comunicações da Central Telefónica do Alfeite.
apoio ao comando e controlo operacional, transmissão e recepção HF.
com elevados níveis de segurança e so- O Anel SW é implementado por RL entre O Radiolink ICM - BNL
brevivência. a BNL – INAZ – Escola de Fuzileiros (EF)
Durante a primeira fase do projecto SI- – Penalva – Fonte da Telha – NATO/COM- O radiolink entre a BNL e as ICM, com
COM foi implementada uma rede RDIS NAV Oeiras. Na BNL há um nó da rede do cerca de 15 anos, encontrava-se numa si-
de acessos básicos no interface com o uti- Anel de Lisboa que virá permitir encami- tuação critica porque o fabricante deixou
lizador (2 canais de dados de 64Kbps) e nhar circuitos pela margem norte até ao de fornecer sobressalentes. Assim, foi soli-
acessos primários (30 canais de 64Kbps de Comando Naval. citado ao EMGFA-DICSI que considerasse
dados e um canal de controlo de 64Kbps) Actualmente já estão em funcionamen- a sua substituição no âmbito do projecto
entre nós da rede. Basicamente, os nós de to circuitos do Centro de Comunicações Anel SW. Desta forma, em meados de 2005,
rede são as centrais telefónicas RDIS que da Marinha (CCM) até aos emissores HF foi instalado um novo RL entre as ICM e
ainda hoje suportam o serviço de voz das de Penalva e até aos receptores HF da a BNL. O novo equipamento está confi-
Forças Armadas. Fonte a Telha. Este era um requisito es- gurado para disponibilizar duas portas
REVISTA DA ARMADA U MAIO 2006 11