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Descida do Rio Tejo 2006
Descida do Rio Tejo 2006
o passado dia 24 de Fevereiro, 138 alcançou a linha do Tejo na segunda metade lhedora. Pela primeira vez participou um
cadetes da Escola Naval (dos quais do século XII. Foi precisamente nessa linha helicóptero da Marinha no exercício, que
N31 femininos), 2 cadetes da Aca- hidrográfica que se solidificaria o novo rei- também de forma inédita aterrou, na para-
demia Militar, 2 cadetes da Academia da no do Ocidente peninsular. da, do referido Regimento. Os Órgãos de
Força Aérea, 2 cadetes do Instituto Superior Os participantes ficaram alojados no Re- Comunicação Social embarcaram para a
de Ciências Policiais e Segurança Interna, 6 gimento de Infantaria n.º 2 (RI2), em Abran- cobertura do acontecimento.
estudantes da Universidade Católica e ou- tes, onde foram recebidos de forma aco- O início da prova teve lugar em Abrantes.
tros tantos da Universidade de Já no rio os cadetes vão remando
Lisboa, realizaram uma descida a uma velocidade de 5 a 10 nós,
do rio Tejo entre Abrantes e Vila ultrapassando sucessivos obstácu-
Nova da Barquinha. los. Os cadetes, aliás, consultam
Este exercício, organizado a carta, cruzam informação, cer-
pelo Corpo de Alunos, em con- tificam-se do caminho percorrido
junto com o serviço de Educação e do seu posicionamento.
Física da Escola Naval, contou o Sob o comando do Coman-
apoio do Comando Naval (Uni- dante do Corpo de Alunos, CFR
dade de Meios de Desembarque, Antunes Rodrigues, foram utili-
Destacamento de Mergulhadores zados 32 botes da Unidade de
e Esquadrilha de Helicópteros) e Meios de Desembarque do Cor-
da Direcção de Transportes. po de Fuzileiros e uma equipa
Para além disso, há a registar de mergulhadores da Armada
o significativo apoio das Câma- (DMS2) que garantiram a segu-
ras Municipais de Abrantes, de rança da prova.
Constança, e de Vila Nova da Este tipo de exercícios per-
Barquinha, da Região Militar do mite, ainda, levar a Marinha até
Sul, do Regimento de Infantaria junto de populações que vivem
de Abrantes, dos Bombeiros de afastadas do mar. É notável a for-
Abrantes, do Clube Desportivo ma como recebem os marinhei-
“Os Patos” e da PSP e GNR de ros e como acarinham e apoiam
Vila Nova da Barquinha. O apoio a nossa presença, traduzida na
de todas estas entidades foi im- forma pronta como os Bombei-
portante, na medida em que um ros e o Centro de Saúde mobili-
exercício deste tipo envolve um zaram os seus meios e como a
considerável esforço logístico e próprias autarquias de Abrantes
uma preocupação constante com e Vila Nova da Barquinha quise-
a segurança e bem-estar dos ele- ram acompanhar a presença da
mentos envolvidos. Escola Naval secundados por al-
Os objectivos desta actividade gumas centenas de munícipes.
prendem-se com a formação mi- Realizou-se um jantar conví-
litar-naval adequada de que são vio no RI2 com a presença do
alvo os cadetes na Escola Naval. Presidente e Vereador da Câma-
Tomar consciência da necessida- ra Municipal de Abrantes, do
de de coordenar esforços, desen- Comandante da Escola Naval,
volver e treinar capacidades de CALM Saldanha Junceiro, do 2º
liderança, sentido de camarada- Comandante da Região Militar
gem, espírito de corpo, coragem do Sul, MGEN Mário Rui Correia
física e moral, são factores afinal Gomes e do Comando da Unida-
tão importantes para um oficial de de. O serão terminou com uma
Marinha, que praticá-los no dia- sessão cultural no Teatro Munici-
-a-dia, é um desafio que cumpre pal de Abrantes, contando com a
satisfazer. Sentir o grupo e ganhar participação de grupos da Escola
espírito de sacrifício, torna-se um Secundária Solano D’Abreu, Es-
desiderato na realização de uma cola Superior de Tecnologia de
qualquer tarefa a bordo de um na- Abrantes e a conjunto de música
vio ou de outra unidade. ligeira da Escola Naval.
Este ano, a escolha recaiu so- Um exercício bem sucedido
bre Tejo, num percurso fluvial de que, certamente, conseguiu aliar
cerca de 25 km, entre a Cidade a formação marinheira e militar-
de Abrantes e Vila Nova da Bar- -naval dos cadetes, proporcionan-
quinha. É de referir a importân- do-lhes mais uma experiência,
cia que toda essa região teve para e mais aprendizagens, sempre
os desígnios independentistas úteis, numa formação que se pre-
do primeiro monarca português tende exigente e completa.
quando, não perdendo de vista o Z
domínio do Atlântico Ocidental, (Colaboração da Escola Naval)
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