Page 282 - Revista da Armada
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NOTÍCIAS
PROTOCOLO ENTRE A FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
E A MARINHA
¬ No passado dia 25 de Junho, assenta, nos dois primeiros se-
na Escola Naval, foi assinado mestres, nas áreas de História
um protocolo de colaboração Marítima, História da Náutica
entre a Faculdade de Letras e da Cartografia, Arqueologia
da Universidade de Lisboa e Naval, Viagens e Explorações
a Marinha. Marítimas, entre outras. Os
Este protocolo teve como fim dois últimos semestres consis-
a criação de condições e a de- tem em seminários de orienta-
finição da forma de coopera- ção, nas instalações da Facul-
ção para a realização do mes- dade de Letras, e no final uma
trado em História Marítima, Dissertação.
ministrado em parceria, pela Ficou ainda estabelecida a
Faculdade de Letras e pela Es- isenção do pagamento das pro-
cola Naval. pinas de três de discentes pro-
A Marinha foi representada postos pela Marinha no acesso
pelo Comandante da Escola à formação dos segundos ciclos
Naval, CALM Saldanha Junceiro e a Faculdade de Letras pelo Pre- de estudos da Faculdade de Letras de acordo com os requisitos le-
sidente do Conselho Directivo, Professor Doutor Álvaro Luís An- gais e regulamentares de admissão.
tunes Pina. Assistiram a este acto simbólico o Superintendente dos Este Mestrado, tem início no próximo ano lectivo, em Outubro,
Serviços do Pessoal, VALM Vilas Boas Tavares, o Director do Serviço sendo a primeira parte ministrada, aos sábados das 9h às 18H, na
de Formação, CALM Macieira Fragoso e o Director do Serviço de Escola Naval.
Pessoal, CALM Bonifácio Lopes, entre outros oficiais da Marinha e As candidaturas estão abertas e os interessados devem fazer a
professores da Faculdade de Letras. sua candidatura, até ao dia 31 de Agosto, nos serviços académicos
O Mestrado em História Marítima, coordenado pelo Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (www.fl.ul.pt,
Doutor Contente Domingues, tem uma componente académica que telefone 217920000).
ARSENAL DO ALFEITE RETOMA A CONSTRUÇÃO METALOMECÂNICA EM AÇO
¬ No passado dia 14 de Maio, foi balho contribui para a finalidade
instalada com sucesso a porta ba- estatutária de manter o Arsenal
tel de doca nº 2 da ex – H. Parry com proficiência nas áreas nucle-
& Son, em Cacilhas, construída ares de construção e reparação de
no Arsenal do Alfeite no final do estruturas em aço.
ano transacto. A porta batel tem uma boca
No âmbito dum protocolo es- máxima de 15.28 metros e um
tabelecido em Setembro de 2005, pontal de 7.60 metros e um ca-
entre a Marinha, a Câmara Mu- lado de 4 metros; pesa 30 tons.
nicipal de Almada e o então de- às quais foram acrescentadas 53
tentor dos terrenos das docas tons de lastro sólido constituído
da ex- Parry & Son, Lda, ficou por blocos de aço e betão, perfa-
estabelecida a recuperação da zendo um “deslocamento leve”
doca nº 2 para acolher a Fragata de 83 tons.
“D. Fernando II”. Neste caso, por não ser navio militar nem unidade auxiliar de Ma-
A construção da porta batel foi comparticipada financeiramente rinha, houve que cumprir todos os requisitos exigidos e obter apro-
pela Marinha e pela Câmara, tendo esta última suportado igual- vações da Administração Marítima e da Autoridade Portuária, facto
mente o encargo da remoção da porta batel antiga, que estava irre- que é pouco vulgar na actividade quotidiana do Arsenal.
cuperável. A construção e instalação da porta batel só foi possível pela conju-
Devido à inexistência de desenhos, a construção da porta batel foi gação de esforços de diversas entidades como o NUTEMA (Núcleo
precedida do levantamento local da geometria do encaixe e das di- Técnico de Construção Naval em Madeira), os Serviços Técnicos da
mensões. A concepção estrutural e o modo de operação foram ba- Câmara de Almada e o Destacamento de Mergulhadores nº 2.
seados nos elementos disponíveis relativos à porta da doca nº1, de Da parte do Arsenal, foram envolvidos vultuosos meios do sector
diferentes dimensões, tendo-se feito as simplificações possíveis para do projecto, da produção e dos serviços de apoio.
reduzir custos de construção. O levantamento da parte submersa con- Terminou assim uma primeira mas importantíssima fase do pro-
tou com o árduo trabalho do Destacamento de Mergulhadores nº 2 jecto de recuperação da Fragata D. Fernando II. Existem agora con-
da Armada, cuja guarnição teve um papel igualmente relevante na dições para se proceder á limpeza e reabilitação interna da doca e
limpeza e desobstrução do acesso e da soleira da doca. posterior preparação para docagem da Fragata. Prevê-se que as
A construção propriamente dita possibilitou ao Arsenal a retoma actividades de reparação deste navio histórico se possam conciliar
da prática de construção metalomecânica, típica de estruturas de na- com a abertura da Fragata ao público, constituindo uma atracção da
vios em aço. Para além da motivação profissional sempre associada à freguesia de Cacilhas, nesta fase de reabilitação urbana que se está a
realização de “novas construções”, há que referir que este tipo de tra- iniciar localmente.
28 AGOSTO 2007 U REVISTA DA ARMADA