Page 284 - Revista da Armada
P. 284
ALIMENTE A SUA SAÚDE 7
CINCO PORÇÕES POR DIA
¬ Vem a propósito do último artigo (sobre a importância dos horto frutí- prevenção do envelhecimento precoce. São muito ricos em fibras e água,
colas na saúde) dar a conhecer uma interessante campanha de educação sendo por isso muito importantes na prevenção do aumento de peso e da
alimentar e de promoção do consumo de frutas, hortaliças e legumes, que obesidade, da diabetes e de doenças do intestino, entre muitas outras.
tem vindo a ser implementada em vários países em todo o Mundo. Esta Mas para que os horto frutícolas possam ter bons efeitos na protecção
campanha chama-se “5 a Day”, “5 al Dia”, “5 am Tag”, “5 om Dan” e da saúde têm de ser ingeridos todos os dias e em quantidades genero-
outras designações correspondentes à língua de cada país. Teve início sas. Por isso esta campanha recomenda o consumo mínimo de 5 por-
em 1991, nos Estados Unidos da América, depois foi-se esten- ções por dia, correspondentes a 3 a 5 porções de hortícolas e 2
dendo à maior parte dos países da América do Norte e da a 4 porções de fruta.
Europa. É actualmente a principal estratégia de promoção E a que corresponde uma porção? Para os hortícolas,
de produtos hortícolas e de legumes em todo o Mundo. cada porção corresponde a cerca de 150 a 200 gramas
Infelizmente Portugal ainda não faz parte dos mais de de hortaliças ou legumes, em cru, o que por exemplo
40 países que já aderiram a esta iniciativa. equivale a cerca de 1 tigela de hortaliças cozinhadas ou
Que quer dizer esta mensagem? Cinco por dia é o um prato de salada variada, ou a um tomate (grande),
número mínimo de doses de horto frutícolas recomen- ou dois pepinos ou cenouras.
dado pela comunidade científica e médica a ser consu- Para a fruta, cada porção corresponde a cerca de 120 a
mido diariamente para promover uma alimentação sau- 200 gramas de fruta fresca (sem casca ou caroços), o que
dável, proteger a saúde e contribuir para a diminuição da equivale a cerca de uma peça média da maior parte das
incidência de doenças crónicas relacionadas com a alimenta- frutas, ou a uma grande fatia de ananás, melão ou melancia,
ção e estilos de vida. ou a 1 taça de morangos, amoras ou cerejas.
Esta campanha foi proposta pela Organização Mundial de Saúde Esta campanha pretende ainda incentivar um consumo variado des-
(OMS) conjuntamente com a Organização para a Alimentação e Agri- tes grupos de alimentos, ao fomentar uma escolha diária de alimentos
cultura das Nações Unidas (FAO), em resposta à actual tendência a nível de diferentes cores: vermelho, laranja, roxo, verde e branco. Isto porque a
mundial de um baixo consumo de horto frutícolas. E por quê? Porque foi diferença de cores nos alimentos se deve em grande parte à presença de
precisamente a OMS a identificar um baixo consumo de horto frutícolas diferentes compostos químicos, com funções específicas e fundamentais
como um dos dez principais factores de risco de mortalidade nos dias de para a protecção da saúde dos vários órgãos e sistemas do organismo.
hoje, por doenças carenciais e por doenças crónicas não transmissíveis, Esta é, pois, uma campanha de extrema importância e actualidade,
como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, alguns can- com um estilo simples e pragmático, defensora da indispensabilidade
cros e as doenças neurodegenerativas. de se incluir estes alimentos diariamente na alimentação e em porções
É de relembrar os inúmeros motivos que fazem com que o consumo minimamente generosas.
de horto frutícolas produza efeitos reais na saúde: são alimentos muito Aqui fica o desafio para todos nós, individual e colectivamente: promo-
ricos em vitaminas, minerais e outros antioxidantes directamente impli- ver o aumento do consumo diário de horto frutícolas. A bem da saúde.
cados na diminuição de doença cardíaca isquémica, acidentes vasculares Mariana Brito
cerebrais e alguns cancros, sendo fundamentais para a saúde em geral e 2TEN TSN
NOTÍCIA
O HYPERCLUSTER E A SEGURANÇA NO MAR
¬ A Associação dos Oficiais da Reserva Naval (AORN) levou a efeito em contingências político/militares criaram cenários propícios para a projec-
2 de Junho na cidade de Setúbal, a 7ª conferência das Jornadas de Econo- ção de forças e a consequente aplicação expedicionária, como foram os
mia do Mar, desta vez subordinada ao tema da Segurança e Defesa. casos da Força de Reacção Imediata (FRI), da presença na Nato Reaction
Na abertura da jornada Ernâni Lopes, Presidente da Assembleia- Force (NRF), bem como das forças expedicionárias agendadas (Zaire,
-Gera l da AORN afirmou: «Estamos perante um tema excepcional- Congo e Timor), e inopinadas (Guiné, Moçambique e Timor).
mente importante – embora bastante difuso (pela sua extensão e O ambiente está na ordem do dia, e foi dentro deste princípio que o
pela sua heterogeneidade aparente e que só adquire significado VALM José de Brito, Director-Geral do Instituto Hidrográfico anunciou
por via de uma logificação explícita) – e, em acréscimo, sujeito a in- um projecto de monitorização ambiental, que consiste na instalação na
terpretações erradas e/ou tendenciosas». ZEE de uma rede de observação permanente de sete bóias ambientais
Sobre a dimensão de soberania e jurisdição da ZEE o ALM CEMA multiparâmetro. A propósito de projectos com impacte na Economia
alertou para a permeabilidade dos espaços marítimos, a possibilidade de do Mar, o Director do IH fez a apresentação do Automatic Identifica-
disputas de espaços, e as agressões marítimas, o que implica uma vigilân- tion System (AIS), que permite a identificação da navegação na zona
cia e fiscalização permanente, para além da segurança marítima e salva- da M acronésia (Açores, Madeira e Canárias) e do projecto PELAMIS
guarda da vida no mar. Com o hypercluster em pano de fundo o ALM – energia através das ondas – a instalar ao largo da Póvoa do Varzim.
Melo Gomes chamou a atenção para a necessidade de um real fomento Quanto à segurança nacional dos estados costeiros, esta deve ser uma
económico, e investigação/desenvolvimento das ciências e tecnologias obrigação destes, dentro de um princípio de actuação integrada, assim
do mar, num espaço marítimo que só diariamente, alberga cinco navios afirmava o CALM Silva Carreira, Sub-Director Geral da Autoridade Ma-
estrangeiros de investigação científica. Prosseguiu focando na área am- rítima. Justificou este facto pela evidência de algumas das novas ameaças
biental as constantes pressões e agressões de que o nosso litoral tem sido nascerem dos espaços marítimos e das actividades que naqueles se de-
alvo, por interesses fora do bem comum. Ainda para o ALM CEMA a senvolvem. Sublinhou a importância, dentro do sistema de Autoridade
sempre actual questão do uso do mar assenta em três vértices: a segurança Marítima, dos futuros Navios de Patrulha Oceânicos, que vêm introduzir
e a autoridade do estado, a defesa militar e o apoio à política externa, e o um novo conceito de patrulhamento das nossas águas, dado dispormos
desenvolvimento científico e cultural, numa versão melhorada e actua- pela primeira vez de navios desta classe de alto-mar.
lizada daquilo que já se praticava nos tempos das descobertas e que era Abel Melo e Sousa
conhecido pela Marinha de duplo uso. Segundo o ALM Melo Gomes as CFR REF
30 AGOSTO 2007 U REVISTA DA ARMADA