Page 339 - Revista da Armada
P. 339

comprimento de quilha, 14,40 de boca, 11,37
                                            de pontal e 6,67 de calado. A guarnição era de
                                            641 homens. Os documentos da época dizem
                                            ser navio de fracas qualidades náuticas.
                                              O seu armamento, em 1793 era de 28 peças
                                            de calibre 24, 32 de 18 e 12 de 9.
                                              Participou nas Esquadras do Canal de 1793
                                            e de 1794.
                                              Ficou em Lisboa em 1807 por necessitar
                                            grandes fabricos. Foi reparada durante a ocu-
                                            pação francesa que a utilizou como bateria flu-
                                            tuante, crismada como Cidade de Lisboa.
                                              Perdeu-se por encalhe no porto de Cádis   Nau “Príncipe Real, de 90 peças; foi navio-almirante da
                                            em 1810.                            esquadra do Marquês de Nisa (1797 – 1800) e da esqua-
                                            NAU RAINHA DE PORTUGAL (1791-1848)  dra que em 1807 partiu para o Brasil.
                                              Nau de 74 peças construída por Torcato José   Levava a bordo a Rainha D. Maria I e o Príncipe R egente
                                            Clavina no Arsenal de Marinha de Lisboa e   D. João.
                                                                                Quadro do Cte. Manuel A. Branco - Museu de Marinha.
                                            foi lançada à água em 28 de Setembro de 1791
          Nau Rainha de Portugal.
                                            conjuntamente com a fragata São Rafael e o  Costa, foi lançada à água na Baía em 12 de Se-
         de comprimentos de quilha, 15,17 de boca,  brigue Serpente do Mar.    tembro de 1802.
         11,37 de pontal e 6,98 de calado. A sua guarni-  O seu custo foi de 108 151 992 reis.  O seu custo foi de 233 620 977 reis.
         ção era de 950 homens.               As suas dimensões eram de 57,02 metros   As suas dimensões eram de 58,23 metros
           O seu armamento era constituído por 30 pe-  de comprimento de quilha, 14,41 de boca e  de quilha, 14,74 de boca e 11,92 de pontal, e a
         ças de calibre 36 na bateria de baixo, 30 peças de  11,98 de pontal, a sua guarnição era de 669  sua guarnição era de 663 homens.
         calibre 18 no convés, 12 de calibre 9 na tolda e 2  homens e dispunha, como armamento de 28   Tomou parte na esquadra que em 1807 par-
         de 18 e 6 de 9 no castelo mas em 1793 seria alte-  peças de calibre 36, 22 de 24, e 16 de 12. Era  tiu para o Brasil com a Família Real.
         rado par 36 peças de 36, 34 de 24 e 18 de 12.  considerado um navio de excelentes quali-  Devido a avarias na mastreação nos primei-
           Em 1793 foi o navio-chefe da Esquadra do  dades náuticas.           ros dias de viagem, foi enviada para Inglaterra
         Canal comandada pelo tenente-general José   Participou nas Esquadras do Estreito de  depois de desembarcar, em pleno mar os mem-
         Sanches de Brito.                  1793 e 1794 e na Esquadra do Oceano do Mar-  bros da Família Real que tinha a bordo.
           Em 1794, depois de modernizada, passou a  quês de Nisa em 1788-1800.  Ficou no Brasil depois da independência.
         chamar-se Príncipe Real.             Seguiu para o Brasil em 1807 levando a bordo                     Z
           Em 1788-1800 foi navio chefe do almiran-  as filhas do Príncipe Regente, infantas D. Maria   José António Rodrigues Pereira
         te Marquês de Nisa durante as operações no  Francisca de Assis e D. Isabel Maria.                   CMG
         Mediterrâneo.                        Reconstruída no Arsenal de Marinha pelo   Bibliografia
           Em 1807, sob o comando do capitão-de-  construtor naval Manuel Luís dos Santos,   CELESTINO SOARES, Joaquim Pedro. Quadros
         -mar-e-guerra Francisco José de Canto e Cas-  entrou na batalha naval do Cabo de São Vi-  Navais. Ministério da Marinha. Lisboa, 1942.
         tro Mascarenhas, partiu para o Brasil como  cente, em 1833, fazendo parte da esquadra   EÇA, Vicente Almeida d’, Causas Políticas das Inva-
         navio-chefe da esquadra e levando a bordo a  miguelista; tendo sido apresada pelos libe-  sões Francesas, Conferência na Escola Naval no Cen-
                                                                               tenário das Invasões, Lisboa, 1910.
         rainha D. Maria I e o Príncipe Regente D. João  rais, passou a designar-se por Cabo de São   ESPARTEIRO, António Marques, Causas da Deca-
         e o comandante-chefe da frota, chefe de esqua-  Vicente até 1848, data em que foi mandada   dência e Ressurgimento da Marinha Portuguesa, Separata
         dra Manuel da Cunha Sotto-Maior.   desmantelar.                       dos Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, 1932.
           Ficou no Brasil depois da independência  NAU VASCO DA GAMA (1792-1822)  Catálogo dos Navios Brigantinos (1640-1910). Centro
         em 1822.                             Nau de 80 peças construída no Arsenal de   de Estudos de Marinha. Lisboa, 1976.
         NAU NOSSA SENHORA DO MONTE         Marinha por Torcato José Clavina e António   O Famoso Botão de Âncora (1600-1895). Agência-
         DO CARMO, A MEDUSA (1786-1822)     José de Oliveira, foi lançada à água em 15 de   Geral do Ultramar. Lisboa, 1959.
                                                                                 O Almirante Marquês de Nisa. Edições Culturais da
           Nau de 74 peças construída no Arsenal de  Dezembro de 1792, juntamente com a fragata   Marinha. Lisboa, 1987.
         Marinha de Lisboa por Torcato José Clavina e  Ulisses e o brigue Palhaço.  Portugal no Mar (1608- 1923). Lisboa, 1954.
         foi lançada à água em 24 de Agosto de 1786.  As suas dimensões eram de 55,20 metros de   Heróis do Mar. Lisboa, 1954.
                                                                                 Três Séculos no Mar (30 volumes). Ministério da
           As suas dimensões eram de 51,94 metros de  quilha, 14,55 de boca e 11,52 de pontal. Com
                                                                               Marinha. Lisboa, 1974/1987
         comprimento de quilha, 13,65 de boca e 11,47  uma guarnição de 663 homens, armava com 28   Dicionário Ilustrado de Marinha. Clássica Editora.
         de pontal. A guarnição era de 663 homens.  peças de calibre 36, 32 de 24 e 16 de 12.  Lisboa, 2001.
           O armamento era, em 1793 de 28 peças de   Participou nas Esquadras do Canal de 1793   MACEDO, Jorge Borges de, O Bloqueio Continen-
         calibre 24, 32 de 18 e 8 de 9.     e 1794.                            tal. Economia e Guerra Peninsular, 216 pag., Lisboa,
           Tomou parte na Campanha do Rossilhão   Ficou em Lisboa durante a ocupação fran-  Delfos, 1962.
         como navio-chefe da expedição e fez parte da  cesa por não se encontrar ainda em condições   MONTEIRO, Armando da Silva Saturnino. Bata-
                                                                               lhas e Combates da Marinha Portuguesa. 8 Volumes. Li-
         esquadra que transportou a Família Real para  de navegar quando da chegada dos franceses.   vraria Sá da Costa Editora. Lisboa 1997.
         o Brasil em 1807.                  A sua artilharia foi transferida para a Martim   OLIVEIRA, Joaquim da Mata, O Poder Marítimo
           Ficou no Brasil depois da independência  de Freitas.                na Guerra Peninsular, 520 pag., Lisboa, Tipografia da
         em 1822.                             Durante a ocupação francesa serviu de de-  Cooperativa Militar, 1914.
         NAU D. MARIA I (1789-1810)         pósito aos produtos e materiais saqueados pe-  “Subsídios para a História da Esquadra do
           Nau de 74 peças construída no Arsenal de  los franceses, nomeadamente a prata das igre-  Marquês de Nisa” (1798-1800). In Revista Militar.
                                                                               1912/1913.
         Marinha por Torcato José Clavina e lançada  jas, conventos e capelas de Lisboa.  SANTOS, Paulo. A Marinha, Lisboa e o Tejo na Obra
         à água em 18 de Dezembro de 1798 com o   Tomou parte nas Campanhas do Rio da Pra-  de João Pedroso. Edições INAPA. Lisboa, 2004.
         nome de Coração de Jesus, Maria I, na pre-  ta e de Montevideu em 1816.
         sença dos monarcas. Na mesma ocasião fo-  Ficou no Brasil depois da independência   Nota
                                                                                 1  O Museu de Marinha projecta publicar quando da
         ram lançados também a fragata Príncipe do  em 1822.                   Exposição Temporária alusiva à Partida Para o Brasil
         Brasil e o brigue Falcão.          NAU PRÍNCIPE DO BRASIL (1802-1822)  da Corte e do Governo, um trabalho mais detalhado
           As suas dimensões eram 53,84 metros de   Nau de 74 peças, construída por Manuel da   sobre os navios daquele período.
                                                                                    REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2007  13
   334   335   336   337   338   339   340   341   342   343   344