Page 23 - Revista da Armada
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por acções ao serviço da Marinha ou por ela rinha deverá manter os seus efectivos reforçan-
reconhecidas como relevantes e notáveis. do a formação, sendo necessária a manuten-
Deve destacar-se a atribuição da Medalha ção dos sistemas de assistência aos militares e
de Cruz Naval de 1ª classe ao Doutor Mário às suas famílias. Referiu ainda a necessidade
Ruivo, pela sua carreira enquanto investiga- de comunicação entre os militares e civis, o
dor, ensaísta, académico e professor, sem- que designou pela “rota de comunicação re-
pre dedicada a assuntos marinhos e estudos cíproca entre a Marinha e a população portu-
que se prendem com a relação de Portugal guesa”, dando como exemplo a forma como
com o mar. Da mesma forma foram conde- neste dia a Marinha se apresenta publicamente
corados com a Medalha Naval de Vasco da com os seus meios.
Gama o Dr. Pedro Salgard Cunha – o pri-
meiro português que atravessou o Atlânti- Terminado o discurso do Ministro da Defesa
co num barco a remos – e o Eng. Francisco Nacional, deu-se início ao desfile das Forças
Lobato, premiando a sua carreira como ve- em parada, precedido pelo sobrevoar do local
lejador, marcada por excelentes desempe- da tribuna por três helicópteros Linx, que vol-
nhos e sucessos. taram após a passagem das forças e retiraram
depois do comandante ter feito a tradicional
Terminadas as condecorações teve lugar saudação a S.Exa o MDN.
a, sempre emotiva, homenagem aos milita-
res, militarizados e civis da Marinha já fale- Seguiu-se um almoço a bordo do NRP “Vas-
cidos, acompanhada de uma evocação feita co da Gama”, oferecido a todos os convidados
pelo capelão chefe, Padre Ilídio Costa. pelo Almirante CEMA, e depois a demonstra-
ção de um conjunto de actividades operacio-
Falou de seguida o Almirante Chefe do Es- nais levada a cabo junto à foz do rio Arade. A
tado-Maior da Armada cujo discurso é trans- “demonstração de capacidades”, aplaudida
crito na integra no início desta Revista. por várias centenas de portimonenses e ou-
tros visitantes, foi precedida por uma expli-
Finalmente usaria da palavra o Ministro da cação sumária sobre a estrutura operacional
Defesa Nacional, dirigindo-se a todos os que da Marinha, iniciando-se com a projecção de
servem na Marinha, mas também a todos os um grupo de combate do Destacamento de
portimonenses que o escutavam. Salientou Acções Especiais, a que se seguiu o desem-
como a Defesa é algo que diz respeito a to- barque em botes de duas equipas do Pelotão
dos os cidadãos e por todos deve ser assu- de Reconhecimento do Comando do Corpo
mida. Acrescentou de imediato como, “no de Fuzileiros. Teve lugar depois uma demons-
caso da Marinha é muito fácil demonstrar “a tração de actividades dos Mergulhadores, com
utilidade pública, nacional e a polivalência o assinalamento de uma zona de desembar-
deste recurso que são as Forças Armadas.” que, iniciado com uma acção de Helicast e
E isto acontece porque a Marinha tem sabi- deslocamento até à praia a nado, com recolha
do mostrar o seu “duplo uso”, com maior posterior através de um bote em grande velo-
“racionalidade na utilização de meios e cidade. Foi possível observar ainda um desem-
largueza na obtenção de resultados”. Falou barque de fuzileiros na praia, utilizando botes
depois dos programas que estão em curso, de assalto, e acções diversas com helicópte-
salientando o seu carácter multifacetado. E ros, de que se realça o simulacro de ataque a
referiu os programas em curso, salientando uma embarcação que se supõe inimiga, com
a presença da mais recente aquisição – a projecção utilizando a técnica de fast rope. A
“D. Francisco de Almeida” – e referindo a demonstração terminou com um conjunto de
reconstrução da sua capacidade submarina actividades da Polícia Marítima que incluem
e de patrulha oceânica e combate à polui- missões de salvamento e de abordagem de
ção. O Doutor Santos Silva saudou todos os uma embarcação suspeita.
militares da Marinha em comissão de servi-
ço no estrangeiro, salientando o papel da As comemorações do Dia da Marinha ter-
Armada no âmbito da política externa, não minaram com o Desfile Naval, levado a cabo
só em acções militares como na projecção por todas as unidades que estiveram presentes
diplomática do país, expressa na afirmação dentro do porto de Portimão, que lentamente
de prestígio que é dada pela “Sagres”, a saíram a barra, com o pessoal formado na bor-
cumprir neste momento mais uma volta ao da saudando o Almirante CEMA.
mundo. O investimento programado pode
ser recalendarizado, dadas as dificuldades,
mas os objectivos mantêm-se e os projectos J. Semedo de Matos
devem prosseguir de forma contínua. A Ma-
CFR FZ
Fotos: 1SAR FZ Pereira e CAB L Figueiredo
Revista da aRmada • juNho 2010 23