Page 26 - Revista da Armada
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A2ª Conferência sobre as “Comuni- 1979, ao Serviço de Informática da Arma- bém na informática e na própria organi-
cações na Marinha” realizou-se no da (SIA). zação. Apareceram os Sistemas Integrados
dia 8 de Junho e abrangeu o perío- de Comando e Controlo de acordo com os
do de 1975 à actualidade e esteve a cargo Em 1981, a CENTREL (actual EID) ini- padrões NATO.
do CFR Dias Correia. Apresenta-se a seguir ciou, com a colaboração da Marinha, o de-
um resumo: senvolvimento do Sistema Integrado de O sistema integrado de comunicações
Controlo de Comunicações (SICC) da 1.ª foi sendo aperfeiçoado, tendo-se tornado
2ª ConferênCia: geração, instalado no N.R.P. “Comandante uma referência, em especial, no seio das
Roberto Ivens” em 1983, e posteriormente marinhas NATO.
“DE 1975 À ACTUALIDADE”
Foto Reinaldo de Carvalho Em 1989 teve lugar a definição do SIN-
As 26 Estações Radionavais e os 99 Pos- COMAR (Sistema Integrado de Comuni-
tos Radionavais que existiam em 1974 fo- CFR Dias Correia. cações da Marinha), que viria a culminar,
ram sendo desactivados. Está em curso o nas restantes fragatas da classe Comandan- em Janeiro de 2003, com a assinatura de
projecto de modernização e automatiza- te João Belo, corvetas da classe Baptista de um contrato prevendo: a implantação de
ção das estações radionavais que prevê a Andrade e N.R.P. “João Coutinho”. uma rede RDIS, utilizada por todas as uni-
existência de apenas 2 Estações Radiona- dades da Marinha para comunicações de
vais modernas, uma no Continente e outra O ano de 1986 é marcado pela criação do voz e dados; a concretização de um siste-
nos Açores. curso de engenheiros navais do Ramo de ma integrado de gestão da rede; o desen-
Armas e Electrónica e pela instalação, na volvimento do ETARM II, para proces-
A primeira iniciativa que merece registo Escola Naval, de uma rede de microcom- samento e retransmissão automática de
é a automatização do Centro de Comunica- putadores PC 286. Assim, os trabalhos que mensagens ACP127 na rede, cobrindo as
ções da Armada (CCA) que viria a ser con- unidades em terra e as radiodifusões para
seguida através da substituição do Centro os alunos em 1985 tinham de fazer no siste- os navios; o desenvolvimento do MMHS
de Mensagens manual por um automático, ma informático central da Marinha, ou seja (Military Message Handling System), em
a que se viria a chamar ETARM - Equipa- no mainframe, passaram a ser produzidos paralelo com os trabalhos de especifica-
mento Telegráfico Automático de Retrans- e impressos localmente. ção do que veio mais tarde a constituir o
missão de Mensagens. Foi contratado em STANAG 4406.
1973 e começou a funcionar em 1975. Com A decisão de adquirir as fragatas da clas-
ele a capacidade do CCA quadruplicou, ao se Vasco da Gama foi uma oportunida- Em Novembro de 1996 iniciou-se a insta-
mesmo tempo que o pessoal foi reduzido de para a indústria nacional desenvolver lação na Marinha da rede piloto X400 e do
para um quarto. uma nova versão do Sistema Integrado de primeiro terminal de operador do Milita-
Controlo de Comunicações (SICC). A che- ry Message Handling System, abreviada-
Face à necessidade de substituir os equi- gada das novas fragatas em 1991 marcou mente MMHS.
pamentos de transmissão e recepção em o início de um novo ciclo de evolução das
HF, a Marinha colocou à indústria nacional comunicações que se veio a reflectir tam- O SINCOMAR motivou o início de um
o desafio de conceber e produzir emissores projecto similar ao nível do EMGFA e dos
de 1 kW. Para o efeito celebrou em finais outros Ramos, denominado SICOM, o
de 75 um contrato de desenvolvimento, qual evoluiu e garante, hoje em dia, a in-
envolvendo 3 empresas: a teroperabilidade ao nível dos serviços de
Centrel, a Standard Eléc-
trica e a Plessey AEP. Esta- rede, comutação de voz
mos a falar dos TX HF CEG e MMHS entre o EMGFA
- 1100 (1kW) e CEG - 440 e os Ramos da Forças Ar-
(400W), cujo desenvolvi- madas e aliados. Em 1993,
mento terminou em 1979. a administração superior
Estes equipamentos eram da Marinha, consciente
tecnologicamente avança- da importância dos Siste-
dos para a época, foram mas de Informação para o
produzidas largas dezenas, futuro da Marinha, criou,
alguns deles estão ainda através da Lei Orgânica da
em pleno funcionamen- Marinha (LOMAR), publi-
to. Em 1980 ficou disponí- cada em 1993, uma Direc-
vel o receptor LF/MF/HF ção Técnica para a área das
CEG-2200. Tecnologias de Informação
designada por DAMAG
Em 1976, através do De- (Direcção de Análise e Mé-
creto n.º 685/76, foi reestru- todos de Apoio à Gestão)
turada a Superintendência basicamente como resul-
dos Serviços do Material, tado da fusão do Serviço
sendo extinta, ao fim de 54 de Informática da Armada
anos, em 17 de Julho de 1978, a Direcção com o Centro de Investiga-
de Serviço de Electricidade e Comunica- ção Operacional da Armada (CIOA). Em
ções (DSEC). 1994 foi instalado o primeiro sistema de
comunicações via Satélite nas fragatas da
Em 1978 iniciou-se o teleprocessamen- classe Vasco da Gama. Planeava-se, nessa
to, com a instalação de terminais remotos altura, o primeiro comando português da
na Direcção de Abastecimento (DA) para SNFL (1995). Era requisito a utilização de
o processamento remoto da IMA4, aca- um sistema de informação de comando e
bando com a introdução de dados em fita controlo chamado Maritime Command
perfurada. and Control Information System (MCCIS).
Assistiu-se, nesta época, a uma enorme
O Serviço Mecanográfico da Armada, evolução de toda a componente naval e a
criado em 18 de Agosto de 1962, entre- um incremento das velocidades de opera-
gou o testemunho, em 19 de Setembro de
26 AGOSTO 2010 • Revista da aRmada