Page 27 - Revista da Armada
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ção dos serviços Navio-Terra-Navio e Na- de segurança comum de forma centraliza- e sistemas de informação acima referido.
vio-Navio, resultando na obsolescência da da. Há mais de 7200 computadores em rede Este novo Centro de Comunicações é parte
utilização do MORSE. e, no directório de utilizadores estão activas integrante do maior desafio actual da Ma-
mais de 16000 contas. São mais de 10200 as rinha na área das telecomunicações que é
Em meados dos anos 90 a rede de te- contas de correio electrónico individuais e a implementação do importante projecto
leprocessamento deu lugar a uma rede quase 2600 as institucionais. de modernização e automatização dos sis-
TCP/IP a interligar algumas redes locais temas de comunicação com os navios no
e permitiu o aparecimento de um servidor A Marinha tem uma rede telefónica com mar. Estes sistemas serão explorados pela
web e um servidor de correio electrónico 27 centrais telefónicas digitais ligadas ao Marinha e pela NATO estando já a ser par-
interpessoal. EMGFA, aos outros ramos das forças arma- tilhados os parques de antenas transmis-
das e aos operadores públicos. Desde 2004 soras e receptoras para diminuir os custos
A complexidade dos sistemas existentes, que os investimentos nesta rede se confi- de exploração. A Marinha partilha com a
a convergência tecnológica que se come- nam à respectiva manutenção, porque o ser- NATO os parques de antenas transmisso-
çava então a verificar entre os sistemas de viço de voz passou a ser progressivamente ras e receptoras para diminuir os custos
comunicação e os sistemas de informação suportado por telefonia IP sobre a Rede de de exploração.
e a complexidade orgânica afecta a estes re- Comunicação da Marinha. Há actualmente
cursos levou, em 2001, a uma reorganização cerca de 4000 telefones tradicionais e cerca Para que a eficácia no cumprimento da
da Marinha nas áreas da gestão da informa- de 2400 telefones IP. missão seja maximizada, tem que existir
ção e das tecnologias associadas. Em resul- um sólido conhecimento situacional do es-
tado foram criadas duas novas Direcções, a Sobre a Rede de Comunicação da Mari- paço marítimo envolvente, que permitirá,
Direcção de Análise e Gestão de Informa- nha também correm serviços protegidos
ção - DAGI e a Direcção de de comando e controlo, destacando-se o ao decisor, obter vantagens
Tecnologias de Informação correio electrónico militar e o acesso à rede nos respectivos processos de
e Comunicação – DITIC, secreta da NATO. tomada de decisão. É neste
tendo, na mesma altura, sentido que a Marinha criou
o EMA alargado o âmbi- A Marinha concentra e controla a ligação o Centro de Operações Ma-
to das suas competências à Internet através de uma ligação a 26 Me- rítimas ou COMAR, o qual,
cobrindo assuntos ligados gabites por segundo. Os conteúdos do Por- dotado de sistemas que per-
ao planeamento e à doutri- tal Internet da Marinha e do Portal Intranet mitem o acesso a diversas
na de todos os sistemas de são produzidos internamente. fontes de informação quer
comunicação e de informa- de natureza aberta quer de
ção, independentemente da Um dos grandes objectivos estratégicos cariz classificado, permite a
sua natureza. na área das tecnologias de informação e co- condução de operações mi-
municação é colocar toda a organização a litares e não-militares, como
A Marinha adoptou o funcionar em rede com modernos sistemas seja a busca e salvamento
SIGDN em 1 de Janeiro de de informação e comunicação. marítimo.
2008, sendo aquele sistema,
comum aos restantes Ra- Está em curso a modernização e auto- CONSIDERAÇÕES FINAIS
mos das Forças Armadas, matização das estações radionavais cujo O passado mostra que a
EMGFA e MDN, responsá- contrato foi recentemente assinado entre
vel pelo suporte de todos o MDN e uma empresa nacional. Já foi au- ligação à indústria nacional
os processos afectos à área tomatizada a estação radionaval de Porto foi sempre proveitosa para
financeira e logística (abas- Santo, foi criado um novo centro de comu- o País e, em particular, para a Marinha.
tecimento). Futuramente prevê-se que este nicações único no continente e está plane- Também importa realçar que, na Mari-
sistema abranja a área dos Recursos Hu- ada a criação do novo centro de comunica- nha, a introdução de tecnologia, para além
manos. Devido à entrada em exploração ções dos Açores. da eficiência de processos tem resultado
do SIGDN a Marinha deixou de operar o sempre na diminuição significativa de re-
mainframe que existia desde a década de O Centro de Comunicações, de Dados e cursos humanos.
60 do século XX. de Cifra da Marinha, inaugurado em Ou- A Marinha tem sido sempre pioneira na
tubro de 2005 pelo Presidente da Repú- área das comunicações, por certo assim con-
AMarinha tem uma moderna rede de co- blica, é uma moderna plataforma de co- tinuará. O futuro irá pautar-se pela procura
municação conhecida por Rede de Comuni- municação entre as unidades de terra e os de soluções para fazer face à sempre cres-
cação da Marinha - RCM. As unidades da navios no mar, materializando, igualmen- cente exigência de largura de banda e de
Marinha dentro da Base Naval de Lisboa te, a política integradora das comunicações mobilidade. Os utilizadores vão precisar de
e na área de Lisboa estão ligadas por fibra estar ligados onde quer que estejam e vão
óptica com uma largura de banda eleva- querer aceder e disponibilizar conteúdos
da. A comunicação com as unidades mais com segurança e com facilidade.
distantes é feita utilizando a rede de trans- No que concerne às unidades navais,
missão militar administrada pelo EMGFA. embora o segmento SATCOM seja o fun-
As unidades navais ligam-se na Base Na- damental é necessário continuar a ex-
val de Lisboa à Rede de Comunicação da plorar as potencialidades do HF que é o
Marinha através de um cabo especial de segmento sobre o qual podemos ter total
fibra óptica com uma ficha padrão NATO. autonomia.
Este tipo de acesso está também disponível Em terra é de esperar a progressiva intro-
noutros pontos de apoio naval no continen- dução de serviços colaborativos visando o
te e nas ilhas. incremento da eficiência dos processos de
trabalho na Marinha, bem como de siste-
É sobre a Rede de Comunicação da Ma- mas que permitam aferir, em tempo quase
rinha que são disponibilizados vários ser- real, se os objectivos estabelecidos estão a
viços, incluindo a ligação para o MDN, ser alcançados.
EMGFA, Força Aérea e Exército. Os utiliza-
dores e os recursos de rede estão registados
num domínio identificado por “marinha. Revista da aRmada • AGOSTO 2010 27
pt” através do qual são aplicadas políticas