Page 18 - Revista da Armada
P. 18

ESTADO-MAIOR DA ARMADA
                                              ANTECEDENTES, GÉNESE E EVOLUÇÃO

 CHEFIAS DO ESTADO-MAIOR                       Em 1736, face à crucial importância da Marinha para a economia e desenvolvimento do país, houve
                                                      necessidade de a dotar com uma estrutura administrativa moderna, tendo, para o efeito, sido criada
MAJOR-GENERAL                                         a Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Por acção de Martinho

DA ARMADA (1913-1919)                          de Melo e Castro (1716-1795) – Secretário de Estado e Ministro da Marinha e Ultramar entre 1770 e 1795

VALM J. Teixeira Guimarães 21DEZ14             – foram, posteriormente, implementadas uma série de reformas genéticas, estruturais e operacionais, que
VALM A. da Costa Ferreira 09JUN15              melhoraram, de forma significativa, a capacidade para Portugal actuar no mar.

                                                  Na Europa, antes do final do século XVIII, não existia qualquer tipo de estrutura organizada para

CHEFE DO ESTADO MAIOR                          apoio à decisão dos chefes militares. Com efeito, o primeiro estado-maior organizado só surgiu duran-
                                               te as guerras que se seguiram à Revolução Francesa, quando o General Louis Berthier (1753-1815) foi
NAVAL (1919-1921)
                                               designado para a função de chefe do Estado-Maior do Exército francês em Itália, corria o ano de 1795.

CALM M. Eduardo Correia 30OUT19                O designado modelo napoleónico, caracterizava-se por um estado-maior dividido em áreas especiali-
                                               zadas, que assumiam a designação de células, divisões, repartições ou secções, tendo a maior parte dos

CHEFE DO ESTADO MAIOR                          países optado por este tipo de organização.
DA ARMADA (1921-1923)                             Em Portugal, por ocasião das guerras travadas contra a França em finais do século XVIII, a Marinha já

                                               dispunha de estados-maiores nas suas forças navais e a 25 de Abril de 1795 era criado o Conselho do Almi-

CALM I. Frederico Loforte 05DEZ21              rantado, que inicialmente tinha funções de estado-maior. No ano seguinte, foi-lhe atribuída a inspecção-
                                               -geral de todos os serviços administrativos e militares da Armada, a superintendência da Academia dos

COMANDANTE-GERAL                               Guardas-marinhas, a fixação do número e tipo de navios a construir ou a aparelhar, competindo-lhe,
DA ARMADA (1924-1927)                          ainda, indicar ao rei os oficiais aptos para promoção. Era presidido pelo Secretário de Estado da Marinha
                                               e integrava um total de quatro conselheiros. Com funções que se confundiam com as de cariz executivo,

CALM A. da Silva Moreno              31MAI24   o Conselho do Almirantado reunia na sala localizada por sobre o pórtico que, a partir da Praça do Mu-
VALM Júlio Gális	                    25JAN27   nicípio, dá acesso às Instalações Centrais da Marinha, hoje pertença do Tribunal da Relação de Lisboa.

                                                  Contudo, a acumulação de tão variadas funções numa única entidade, acarretou alguns

CHEFE DO ESTADO MAIOR                          inconvenientes, facto que levou à criação do cargo de Major-General da Armada, a 16 de
NAVAL (1927-1952)                              Outubro de 1807, passando este a deter o comando superior das forças navais. Importa
                                               sublinhar que o Major-General da Armada também dispunha do seu próprio estado-maior,

VALM P.deAzevedoCoutinho 16MAR27               composto por 2 ajudantes e 4 funcionários.

CALM L. Constantino Lima 31DEZ30               Em virtude da ineficiência da sua acção face às necessidades operacionais e de administração

CALM J. de Sousa e Faro              23DEZ31   da época, o Conselho do Almirantado acabaria por ser extinto em 1822. Foi novamente activado

CALM L.deMagalhãesCorreia 11OUT32              em 1892, em grande medida por se considerar que a direcção superior da Marinha deveria estar a

CALM J. de Oliveira Muzanty 02MAI34            cargo de um órgão colegial. Tinha como presidente o próprio Ministro da Marinha, encontrando-

CALM A.RamalhoOrtigão 08AGO37                  -se a estrutura administrativa do seu gabinete assente em dois oficiais generais, o mais antigo dos

CALM A. Botelho de Sousa 01ABR39               quais assumia o cargo de vice-presidente, além de um capitão-de-mar-e-guerra, nas funções de

CALM A. de Sousa Ventura 23MAR41               secretário. Na dependência deste último funcionavam 7 repartições, organizadas de acordo com

CALM J. Correia Pereira              23JAN46   o modelo napoleónico.

CALM F. de Oliveira Pinto            31DEZ48   Face às dificuldades geradas por este modelo de índole colegial, a 21 de Dezembro de 1897 o Con-

CALM J. da Cunha Gomes 10DEZ49                 selho do Almirantado foi novamente extinto, só voltando a ser activado um século depois, em 1994,

                                               agora noutros moldes e com outras competências. É actualmente um órgão de conselho do Almi-

COMANDANTE-GERAL                               rante Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), que substituiu o Conselho Superior da Armada.

DA ARMADA (1952-1955)                          Cumpre referir que este último havia sido criado em 1935, com funções repartidas pela Majoria-

CALM J. da Cunha Gomes               19DEZ52   -General (componente naval) – que exercia o comando superior da Armada – e pela Direcção-Geral
VALM J. Pereira da Fonseca           14MAI53   da Marinha (componente marítima) – que superintendia a administração superior da Marinha.

                                                  No decreto que a 5 de Abril de 1913 cria a Comissão Permanente de Estudos dos Serviços

CHEFE DO ESTADO-MAIOR                          de Estado Maior da Armada, pode ler-se, no respectivo preâmbulo, a importância que se atri-

DA ARMADA (1955-1974)                          buía à existência de um estado-maior na nossa Marinha:

                                               «De dia para dia se salienta a falta do serviço do estado maior na Marinha, muito em-

VALM J. Guerreiro de Brito 22NOV55             bora seja reduzido o material naval da marinha de guerra. Tal serviço deverá incluir-se no
                                               projecto da reorganização geral da armada, em preparação, para ser submetido à sanção no
VALM J. de Sousa Uva                 24NOV60   Parlamento; no entanto, para desde já se atender às exigências instantes do serviço naval,
                                               criar-se-á, junto da Majoria-General, uma comissão para iniciar o estudo e a orientação dos
VALM A. de Roboredo e Silva 09JAN63            serviços no estado maior na Armada».

VALM F.deOrnelaseVasconcelos 11JAN70              Composta por 1 capitão-de-mar-e-guerra, 2 capitães-de-fragata, 1 capitão-tenente e 2 pri-

VALM E. Ferreira de Almeida 14JUN73

SUBCHEFE DO ESTADO-MAIOR                       meiros-tenentes, as suas atribuições passavam, no essencial, por indicar os aperfeiçoamentos
DA ARMADA (1955-1974)                          a introduzir na organização de todos os serviços da Armada. Três anos mais tarde, era extinta
                                               aquela comissão e promulgados os moldes em que deveria funcionar a recém-criada Direc-

CMDR Q. MendonçaDias                 22NOV55   ção dos Serviços de Estado Maior, cujas competências consistiam, entre outras, em propor
CMDR A. de Roboredo e Silva          28AGO58   a alteração às organizações e regulamentos em vigor, bem como elaborar os programas de
CMDR L.HenriquesdosSantos            20DEZ60   instrução do pessoal da Armada.
CMDR Jacinto Milheiriço              14MAR63
CMDR Virgílio Ribeiro                 06ABR64     Em 1918, na sequência da reorganização da Marinha motivada pelos ensinamentos
                                               colhidos no decurso da Grande Guerra (1914-1918), era criado, através do Decreto 4:451,
CMDR A.deAlmeidaGraça 18AGO66                  de 16 de Junho, o Estado Maior Naval. De acordo com aquele diploma, o Estado Maior

CMDR F. Ferrer Caeiro                07NOV67   Naval era considerada «a repartição de maior importância da Armada», competindo-lhe,

                                               entre outros assuntos, o estudo da política naval orientada segundo os objectivos políticos

CMDR Jaime Lopes	                    22OUT68   definidos pelo Governo e o estudo dos planos mais apropriados à realização da política

CMDR A. da Silva Braga               15DEZ70   naval. Seis meses mais tarde, era promulgado o decreto que estabeleceu as normas de

CMDR18C.  BDrEaZzEMMBimROos2o011  •  RE2V5ISMTAA RD7A4ARMADodAregtaondiazaaçãaoctdivoidEasdtaedmoiMlitaarionraNvaalv,aclo,mnopqetuinadl soe-ldheef,itnaima qbuéme e,srteeaelirzaar«oo  órgão orientador
                                                                                                                                                                                       estudo de todos
   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22   23