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A reorganização
do Estado-Maior da Armada
ARevista da Armada publicou, em
Abril de 2010 e Agosto de 2011, Assim acontece, porque as alterações – C onceber e pôr em prática os proce-
dois artigos sobre a reorganiza- estruturais, embora indispensáveis em dimentos de gestão estratégica;
ção do Estado-Maior da Armada (EMA). toda a reorganização, são apenas um ele-
Neles foram descritos os trabalhos rea- mento e não o fundamento da mudança – F omentar uma cultura de diálogo e de
lizados, a estrutura visada e os prazos organizacional. Com efeito, organizar propósito comum, com um relacio-
estabelecidos, isto é, os aspectos mais para o desempenho das funções básicas namento aberto e transparente com
visíveis e concretos do plano de reorga- de gestão estratégica, alargar o âmbito do todos os sectores e o exterior.
nização. Importa agora perenizar, para controlo de nível estratégico, ou flexibi-
memória futura, os objectivos e as linhas lizar a interacção interna e externa infor- b) Melhorar os fluxos de informação
de acção que deram corpo à estratégia mal, são medidas estruturais que lidam – M aximizar as potencialidades das
de reorganização do EMA, operaciona- com os sintomas visíveis do desempenho tecnologias da informação;
lizados no plano sintetizado naqueles deficiente, sem o corrigirem de forma – Definir os parâmetros qualitativos da
dois artigos. consistente. Para isso, toda a reorganiza- informação produzida;
ção deve, igualmente, solucionar os pro- – C larificar os níveis de disponibiliza-
A formulação da estratégia e a elabora- blemas ligados à definição das funções ção da informação, compatíveis com
ção do plano de reorga- do órgão, à circulação da informação e os cargos, as funções e as tarefas a
nização do EMA foram à responsabilização e reconhecimento do desempenhar;
tarefas muito exigen- trabalho realizado. – C omunicar, de for-
tes e complexas, que ma célere, apelativa
se desenvolveram sob De posse deste entendimento, e com e clara, a informa-
responsabilidade direc- base na missão do EMA como órgão de ção necessária aos
ta dos Vice-almirantes estudo, concepção e planeamento das ac- interessados;
Vice-chefes do Estado- tividades da Marinha, para apoio à tomada – E stabelecer as orien-
-Maior da Armada, Tel- de decisão do Almirante Chefe do Estado- tações e os propósi-
les Palhinha, Conde -Maior da Armada e Autoridade Marítima tos para a produção
Baguinho e Carvalho Nacional (ALM CEMA/AMN), nos termos de informação;
Abreu. Nelas partici- dispostos no artigo 11º, n.os 1 e 2 da LO- – Criar um arquivo
param empenhadamen- MAR, desenhou-se a estratégia de reorga- central vivo.
te os chefes de divisão nização, tendo presente os quatro objec- c) Alinhar os factores
e os oficiais do EMA, tivos antes enunciados, relativamente aos de motivação
que colaboraram nos quais se desenvolveram as linhas de acção – P romover uma me-
estudos e nos debates, a seguir discriminadas. lhor compreensão
bem como nas múlti- a) Clarificar as funções do EMA das razões subja-
plas decisões tomadas. centes ao empenho
Cumpre realçar, no en- – Focalizar o EMA no planeamento e do tempo, do talen-
tanto, o papel relevante do CMG Fon- preparação do futuro da Marinha; to e da energia dos
seca Ribeiro na coordenação dos tra- oficiais;
balhos, coadjuvado pelo CFR Fialho de – A perfeiçoar a intervenção do EMA no – Incrementar as oportunidades de apren-
Jesus na persistente busca das melhores apoio à tomada de decisão do ALM dizagem;
soluções técnicas, e na incansável moti- CEMA/AMN; – A umentar e clarificar as responsabi-
vação e envolvimento de todos os oficiais lidades;
no processo. – P rivilegiar o tratamento das questões – P onderar as necessidades e as expec-
estratégicas; tativas dos oficiais, compatibilizando
A estratégia de reorganização do EMA as vidas profissional e familiar;
estabeleceu quatro tipos de objectivos a – M anter uma permanente actualiza- – Reconhecer o mérito em função dos
alcançar: ção e difusão da política naval e da desempenhos;
doutrina naval; – Instituir os cerimoniais de apresenta-
a) Clarificar as funções do EMA; ção, destacamento e imposição públi-
b) Melhorar os fluxos de informação; ca e regular dos prémios e das recom-
c) Alinhar os factores de motivação; pensas por serviços prestados no EMA.
d) Adequar as estruturas.
Em qualquer trabalho de reorganiza- d) Adequar as estruturas
ção é muito comum privilegiarem-se as – O rganizar as divisões para o desem-
alterações estruturais, porque estas pro- penho das funções básicas da gestão
vocam mudanças visíveis e concretas no estratégica;
imediato. Todavia, com as alterações es- – A largar o âmbito do controlo de ní-
truturais, na maior parte dos casos ape- vel estratégico;
nas se obtêm ganhos circunstanciais de – F lexibilizar a interacção interna e ex-
eficiência, resultantes do tratamento dos terna informal.
sintomas das disfunções dos órgãos e não Não sendo, naturalmente, estanques
das suas causas. Por isso, pouco tempo
depois voltam a ganhar evidência as de- entre si os quatro tipos de objectivos atrás
ficiências de desempenho que estiverem identificados, da sua inter-relação resul-
na origem dessas alterações. taram outras tantas linhas de acção, se-
guidamente descritas.
6 MAIO 2012 • REVISTA DA ARMADA
