Page 11 - Revista da Armada
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e da CDNAR, presidida pelo Dr. José Matos cozinha e refeitório onde decorriam os prepa- Fotos 1SAR C Bolinhasdinâmica do produto final de todos os proces-
Correia, foram executadas séries de demons- rativos para ACTION MESSING11). sos que preparam uma unidade ou força naval
tração de capacidades operacionais da força- para a sua ação no domínio das tarefas espe-
-naval: proteção de força contra ameaça assi- Uma vez mais, a Marinha assinalou a im- cíficas que lhe são atribuídas.
métrica, reabastecimento no mar, exercício de portância que o treino assume na obtenção de
homem ao mar com recolha por helicóptero, elevados padrões de segurança e eficácia na A gestão da prontidão naval é um processo
demonstração de capacidades do NRP Arpão, condução das operações navais, garantindo extremamente complexo para ser aqui conve-
interação entre a força naval e a aeronave de desta forma as adequadas e exigidas pronti- nientemente endereçado, no entanto ressalva-
patrulha marítima da Força Aérea Portuguesa dão e capacidade de resposta em caso de ne- -se a sua enorme variabilidade. São inúmeros
P3C-CUP+ e a inserção por helicóptero de cessidade de empenhamento. os fatores passíveis de interferir na prontidão
uma equipa do destacamento de ações espe- de determinada unidade naval. De entre os
ciais a bordo de um navio suspeito, simulado Importa sublinhar a relevância que este mais conhecidos está a dinâmica teórica do
pelo NRP D. Carlos I. exercício teve para a generalidade das uni- DOTMPLFI, no qual o Treino e a Formação
dades e guarnições envolvidas, em especial assumem especial relevo.
Durante o ITX12, o grupo de para as que estão mais vocacionados para
tarefa naval, comandado pelo operar em ambiente de força tarefa naval, na Para o poder político, o atributo
CMG Novo Palma (CTG 443.20), manutenção dos padrões de prontidão opera-
embarcado com o respetivo Esta- cional, mitigando as consequências negativas “prontidão” de cada unidade e for-
do-Maior a bordo do NRP Vasco para as operações que decorrem da redução
da Gama, além dos objetivos an- de oportunidades de operação. Na verdade, ça naval é, sinteticamente, o fator
teriormente descritos, deu ênfa- a manutenção de elevados padrões de pron- de medida mais tangível de toda a
se à exploração de ferramentas e tidão naval constitui, face à conjuntura atual, Marinha. Mais do que números e
validação de procedimentos que um relevante desafio para as Marinhas, desig- estatísticas, a crua capacidade de
contribuem para o conhecimento nadamente para a Marinha Portuguesa. destacar em missão, de forma cé-
situacional do espaço de envol- lere, uma ou mais unidades, ou até
vimento marítimo, bem como à Sendo o treino fator indiscutível na edifi- uma força naval, completamente
consolidação de procedimentos cação da capacidade12, esta por sua vez fator guarnecidas de material e pessoal,
de comando e controlo e execu- sem o qual não se materializa o poder naval, cujo treino (otimizado em terra,
ção de operações de embargo no a prontidão naval acaba por ser a cristalização mas acima de tudo no mar), cuja
âmbito das MSO. operação é capaz de ultrapassar
os limites da eficácia, atingindo
A força de desembarque pla-
neou e executou uma operação uma plena eficiência, isso sim, re-
que teve como principal missão,
reprimir atividades em terra de presenta a verdadeira medida de
apoio a ações de pirataria, assegu- análise política, no que às ques-
rando um ambiente de segurança tões de emprego operacional mi-
que permitisse a liberdade de mo- litar diz respeito. Muito oportuna-
vimentos e a possível extração do mente, o exercício INSTREX 2012
pessoal. A magnificência do cená- enriqueceu a perceção política
rio criado permitiu conjuntamen- nesta matéria, ao ter embarcado a
te e em estreita coordenação com Comissão de Defesa Nacional da
os meios navais, praticar ações de Assembleia da República e o Mi-
natureza anfíbia que há muito não nistro da Defesa Nacional.
eram treinados, tais como, o re-
embarque tático sob pressão em Ao nível da Marinha, este exer-
costa aberta, incursões anfíbias e cício permitiu validar a flexibili-
proteção de navios. dade dos seus meios e pessoal,
empregues em variados cenários e
No dia 23 de março, no decur-
so do exercício de multia meaça, missões, assim como a formação,
o Ministro da Defesa Nacional,
Dr. José Pedro Aguiar-Branco e o treino e toda a cadeia logística,
o Secretário de Estado Adjunto contribuindo simultaneamente
e da Defesa Nacional, Dr. Paulo para elevação dos níveis de mo-
Braga Lino, acompanhados pelo tivação e confiança dos militares
Almirante CEMA, embarcaram envolvidos.
no NRP Vasco da Gama . Após
uma breve apresentação pelo
CTG 443.20, foi mostrada a organização e o
desempenho do navio em postos de comba- Colaboração do CTG 443.20
te, com ênfase nos desafios colocados pela
coordenação da batalha externa e da bata- Notas
lha interna, passando por todos os centros de 1 Maritime Security Operations.
comando e controlo (Centro de Operações, 2 NRP Vasco da Gama, NRP Bartolo-
MCR10 e Ponte), e observando as valências
nas áreas da Limitação de Avarias (combate meu Dias, NRP Bérrio, NRP Baptista de
a um incidente interno, em regra incêndio ou Andrade, NRP Afonso Cerqueira, NRP
alagamento), da medicina operacional (com D. Carlos I, NRP Bacamarte, NRP Auriga ,
visita às enfermarias de combate e principal) e NRP Orion e NRP Sagitário.
na área da logística de combate, em primeiro 3 NRP Arpão e ESPS Tramontana.
grau de prontidão para combate (com visita à 4 Combat Diving Team.
5 Special Operations Forces.
6 Landing Forces.
7 Replenishment at Sea.
8 Landing Force
9 Autonomous Vessel Protection Detachment
10 Machinery Control Room
11 Refeição quente servida a toda a guarnição, em
grupos sequenciais de um quarto de cada vez, num
curto espaço de tempo.
12 São elementos essenciais na edificação da capa-
cidade a doutrina (D), a organização (O), o treino (T),
o pessoal (P), o material, (M), a liderança (L) e as in-
fraestruturas e os serviços (F).
REVISTA DA ARMADA • MAIO 2012 11