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ACADEMIA DE MARINHA
IN MEMORIAM NUNO VALDEZ DOS SANTOS
Em 27 de Novembro de 2012, decorreu
na Academia de Marinha uma Sessão de Maior do Exército louvam-no pela extraor- desenvolvido ao longo dos seus treze anos de
homenagem In Memoriam Nuno Valdez dinária dedicação, eficiência, empenho e vida pelo General Themudo Barata e os seus
dos Santos, por ocasião do primeiro aniversá- competência com que exerceu essas funções, colaboradores produziram efeitos benéficos
rio do falecimento do académico Emérito da considerando-o o primeiro «muito trabalha- para a História Militar de Portugal que tão per-
Classe de História Marítima. dor, culto e devotado ao estudo dos assuntos dida andava. Ao suceder ao General Themu-
Nas palavras de abertura, que intitulou relacionados com a história militar, mercê da do Barata vim encontrar o trabalho mais
“Gratidão, Orgulho e Saudade”, o Presi- sua infatigável actividade alcançou um justo difícil já feito e, portanto, os caminhos
dente Vieira Matias enalteceu as qualida- prestígio como investigador e especialista nes- aplanados tornando-se necessário apenas
des pessoais e militares do Coronel Val- te ramo, particularmente no que concerne ao não os deixar deteriorar e, por outro lado,
dez dos Santos, salientando a sua vasta armamento, sendo já numerosos os trabalhos encontrar formas de dinamizar as activi-
produção académica, “como o demons- publicados bem como as conferências e ou- dades, diversificando-as. É o que temos
tram as 19 comunicações que aqui apre- tras intervenções para que é solicitado com vindo a procurar fazer nos já perto de
sentou, entre 21 de Fevereiro de 1982 e frequência» e o segundo considera-o «dotado quatro anos em que presido à Comissão.
14 de Outubro de 2008, as 7 interven- de uma sólida cultura, estudioso e investiga- Uma das actividades em que nos temos
ções que fez noutros tantos simpósios de dor incansável dos assuntos de história mi- empenhado é, exactamente, na criação
História Marítima e os 3 livros que deu a litar»», disse o orador, que salientou ainda – de uma biblioteca que nos apoie e apoie
publicar à nossa Academia”. Mais à frente referindo-se a uma carta que lhe havia dirigido todos os que nos procuram para investi-
disse ter sido “ um labor muito profícuo – que «Como ilustre e dedicado colaborador gar e estudar aspectos concretos da His-
pelo qual será sempre insuficiente toda a desta Comissão, sabe bem como o trabalho tória Militar”.
gratidão que consigamos demonstrar. Só
que, a intensidade deste sentimento tem Na segunda intervenção, a cargo do
ainda de ser aumentada, e por dois mo- académico José António Rodrigues Perei-
tivos. Porque ficámos a dever ao nosso ra, foi focada a colaboração do homena-
Académico Emérito o orgulho que sem- geado, enquanto membro da Comissão
pre sentimos pelo prestígio que carreou Técnica Consultiva do Museu de Mari-
para a Academia e também porque a nha, iniciada em 1976 e mantida ao lon-
generosidade que teve em vida, com as go de 34 anos.
dádivas de saber que nos fez, se prolonga,
agora e pelos tempos fora, com o legado O Comandante Rodrigues Pereira refe-
que deixou à Academia de trabalhos e de riu que teve o “privilégio de acompanhar
livros que, orgulhosamente, iremos preservar a acção do Coronel Valdez dos Santos
e estudar”, referindo-se ao espólio oferecido desde 1985 […] até final de 2005 como
pela Família, em cumprimento da vontade do membro daquela Comissão e depois,
académico, e que veio enriquecer, com cerca de 2006 a 2010 como director do Museu
de dois mil volumes, o acervo bibliográfico e Marinha”. Recordou o apoio que lhe presta-
documental da Biblioteca Teixeira da Mota. ra, quando director da Biblioteca do Estado-
-Maior do Exército, nas investigações enquan-
A terminar, o Almirante Viei- to professor da Escola Naval; e ainda que “os
ra Matias disse que “A gra- conselhos foram de extraordinário valor” na
tidão que sentimos será tão
longa quanto a capacidade preparação das suas “primei-
da memória de cada um de ras conferências no Instituto
nós. Contudo, agora e aqui Superior Naval de Guerra
que procuramos homenagear que, anos mais tarde, se trans-
o ilustre académico que foi formariam nos livros Campa-
Valdez dos Santos, devemos, nhas Navais e Batalha Naval
embora de forma singela, mas do Cabo de São Vicente”.
muito sentida, enviar-lhe para
o Alto o nosso agradecimento: Na parte final da sua comu-
Muito obrigado Senhor Coro- nicação salientou que a “dis-
nel Valdez dos Santos. Temos ponibilidade do Coronel Val-
muitas saudades suas”. dez dos Santos para colaborar
com o Museu de Marinha foi
A sessão prosseguiu com permanente, mesmo quando
uma intervenção do General Alexandre de a saúde já não lhe permitia
Sousa Pinto, Presidente da Comissão Portu- manter a sua actividade no
guesa de História Militar, de que o homena- elevado nível a que nos habi-
geado era membro, na qual traçou uma breve tuou”, e que contou ainda “com a sua precio-
biografia da sua carreira militar. sa ajuda” quando preparava o livro Marinha
Portuguesa – Nove Séculos de História.
“Tendo sido durante seis anos director da Na terceira intervenção, a cargo do acadé-
Biblioteca do Exército, o Director do Servi- mico José Manuel Malhão Pereira, foi abor-
ço Histórico Militar e o Sub-Chefe do Estado dada a importância e qualidade da colabo-
ração do homenageado com a Academia de
Marinha, iniciada ainda antes de ser eleito
22 FEVEREIRO 2013 • REVISTA DA ARMADA