Page 24 - Revista da Armada
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APRESENTAÇÃO DO LIVRO
O Botão de Âncora
da Marinha Portuguesa
No dia 12 de Dezembro de 2012, no
Pavilhão das Galeotas do Museu de Contudo, já em 2008, o Dr. Paulo Santos Aqui o autor do artigo aborda, simultanea-
Marinha, foi apresentado ao público o tinha publicado na Revista da Armada dois mente, os primeiros passos da navegação de
livro “O Botão de Âncora da Marinha Portu- artigos, um em Novembro com o título “Uma recreio no Tejo, onde a partir da sua leitura e
guesa“, da autoria do Dr. Paulo Santos. obra portuguesa de Claude Joseph Vernet – As de muita investigação, acaba por avançar com
referências marítimas do quadro do Marquês a ideia de Lisboa ter sido dos lugares onde foi
Após uma pequena alocução do Director do de Pombal”, onde depois de referenciar os au- introduzido o “Iating” na Europa, recordando
Museu de Marinha, CALM Bossa Dionísio, a tores Louis Michel Van Loo e Claude Joseph ainda a fundação da Real Associação Naval,
apresentação do livro coube ao CALM Roque Vernet e de os localizar no quadro da pintura em 1856, tornando-se assim, o mais antigo clu-
Martins, Diretor da Revista da Armada, que francesa da época, o Dr. Paulo Santos, descre- be náutico da Península Ibérica, com estatutos
afirmou: ve este quadro excepcional, inteiramente dedi- aprovados pelo rei D. Pedro V.
cado à glória do Marquês, que se encontra no
A Revista da Armada nos números de No- Palácio Pombal em Oeiras, hoje Câmara Mu- Ainda sobre o caíque de regatas “Pet”, na
vembro e Dezembro de 2011 continha um nicipal, destacando as referências marítimas e obra em questão, vai ao pormenor de indicar
artigo em duas partes intitulado “O Famoso portuárias e permitindo-nos ver assim aquela a sua construção nos Estaleiros da “Parry &
Botão de Âncora da Marinha Portuguesa” ela- monumental obra com outros olhos. Son”, em Cacilhas, e do nome dos proprie-
borado pelo Dr. Paulo Santos. Este artigo foi tários, para além dos organizadores e partici-
muito bem aceite pela Comunidade Naval e E, em Janeiro de 2008, a Revista da Armada pantes na regata.
suas extensões, não só pelo assunto em si, mas apresentava um outro seu artigo com que se
por ser praticamente inédito, tratando-se assim estreou na Revista, com o título “ Os primór- No entanto, o nome de Paulo Santos já era
de uma primeira pesquisa nesta área. dios da navegação de recreio no Tejo e na sua do nosso conhecimento desde que saiu à es-
Barra numa obra praticamente inédita de João tampa o seu magnífico livro, editado pela Ina-
O autor não era praticamente desconhecido Pedroso”, executada por volta de 1860 e exis- pa, com o título “A Marinha, Lisboa e o Tejo,
para os nossos leitores, pois nesse mesmo ano tente numa colecção particular. na obra de João Pedroso”, que ostenta na
de 2011 já tinha apresentado na nossa Revista, capa o quadro de uma fragata do Tejo, quadro
em Maio, um outro artigo intitulado “O Força- este que se encontra no gabinete do Almirante
mento do Tejo em 1831 na iconografia marítima Chefe do Estado-Maior da Armada, e a que a
francesa”. Revista da Armada fez referência num magnífi-
co artigo da pena do Comandante Estácio dos
Se bem que a acção da esquadra francesa Reis, saído na edição de Fevereiro de 2005.
fosse tema conhecido, a sua representação pic- O livro em si, publica e descreve a obra co-
tórica, nomeadamente em França, escapava ao nhecida do grande pintor que foi João Pedroso
conhecimento generalizado. Assim a acção do Gomes da Silva que, conjuntamente com Lui-
Almirante Roussin acaba por nos ser apresenta- gi Tomasini e o Rei D. Carlos, constituíram os
da em pinturas e gravuras bastante elucidativas grandes retratistas de navios da segunda me-
que se encontram actualmente no Museu do tade do século XIX e mais particularmente do
Palácio de Versalhes e no Museu de Beaux Arts seu último quartel.
de Dijon. Neste artigo da Revista da Armada Para além da colaboração prestada à Revista da
o Dr. Paulo Santos acaba por descrever porme- Armada, o Dr. Paulo Santos tem artigos seus inse-
norizadamente as causas que levaram ao Força- ridos na revista francesa “Chasse Marée”, que se
mento do Tejo e as personagens envolvidas de edita em França, mais propriamente na Bretanha.
ambas as partes. O artigo é deveras interessante. Por tudo o que acabei de afirmar constata-se
que o Dr. Paulo Santos é um grande entusiasta
Estes dois trabalhos valeram ao Dr. Paulo da problemática marítima no seu relacionamen-
Santos o prémio “Almirante Pereira Crespo”, to com a arte, entrando em áreas pouco desbra-
pois foram considerados, em 2011, a melhor
colaboração da Revista da Armada.
Fotos Antunes Amor
24 FEVEREIRO 2013 • REVISTA DA ARMADA