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ARPÃO PARTICIPA NO SPONTEX 2013
Passadas pouco mais de três semanas ciou a sua segunda fase desta missão, a par- ça britânicas, todos eles submarinistas.
após a participação no exercício na- ticipação como unidade de apoio ao FOST Após três dias de descanso da guarni-
cional INSTREX 13, o Arpão largou para o treino dos navios no Operational Sea
para mais uma missão internacional com Training (OST). ção em Plymouth, que os elementos mais
duas tarefas distintas: a participação no antigos aproveitaram para revisitar locais
exercício SPONTEX 2013 (SPX13), no golfo O FOST é a entidade responsável pela or- conhecidos, o Arpão iniciou o primeiro pe-
da Biscaia ao largo de Brest; e o apoio ao ganização e condução do treino e avaliação ríodo de duas semanas de navegação nas
FOST no treino das unidades de superfície e aos navios que participam no OST, sendo áreas a sul de Plymouth, após as quais vol-
aéreas em águas inglesas. estes sujeitos a um intenso programa de tou a atracar naquela base naval. Seguiram-
forma a dotar as suas guarnições com com- -se mais duas semanas de navegação, atra-
No dia 8 de maio o Arpão largou da Base petências nas mais diversas áreas da guerra, cando uma última vez em Plymouth antes
Naval de Lisboa em direção a Brest, tendo nomeadamente a ASW. É no treino desta da semana final de apoio ao FOST. Durante
atracado neste porto francês pas- área que o apoio ao FOST prestado pelos
sados cinco dias, com o objetivo submarinos se integra, participando em di- estas cinco semanas de partici-
de participar na Pre-Sail Confe- versas séries incluídas no programa de trei- pação no OST, entre 24 de maio
rence do SPX13. Este exercício no e avaliação das unidades de superfície e e 27 de junho, o Arpão execu-
bianual, criado em 1993, é de- helicópteros. tou diversos exercícios com os
dicado essencialmente ao treino diferentes navios de superfície e
da luta ASW. O cenário, comum Após nove anos desde a última partici- helicópteros em treino.
a muitos outros exercícios, reme- pação de um submarino português nesta
teu-nos para estados falhados be- missão de apoio ao FOST (realizada pelo Das diversas atividades reali-
ligerantes, num escalar de hosti- NRP Barracuda em 2004), foi com enorme zadas contam-se as interações
lidades e com a necessidade de satisfação e curiosidade que o Arpão foi re- com o porta-aviões inglês HMS
intervenção de uma força multi- cebido, no dia 24 de Maio, pelas entidades Illustrious, já em fim de vida e as
nacional ao abrigo de resoluções britânicas na base naval de Devonport em novas fragatas Type 45 da classe
do Conselho de Segurança das Plymouth. Desta curiosidade resultaram os Daring, um dos produtos mais
Nações Unidas. diversos pedidos para embarque de Sea Ri- recentes da construção naval
ders que se concretizaram no embarque de britânica. Adicionalmente, a par-
No SPX13, participaram meios um oficial holandês (pertencente ao FOST), ticipação no processo de treino
aeronavais da França, Alema- um sargento alemão, um oficial e uma pra- dos novos helicópteros MERLIN
nha, Bélgica, Canadá, Portugal, Mk2 foi considerado um valioso
Reino Unido e Polónia totalizan- contributo prestado. Resta ainda
do mais de 20 meios aeronavais. realçar o exercício com o sub-
Destes realça-se o empenho de marino nuclear de ataque HMS
um grande número de aerona- Tireless e o apoio ao treino dos
ves, tanto orgânicos dos navios operadores do novo sonar S2087
participantes, como da base aé- LFAS (Low Frequency Array So-
rea francesa de aviões de patru- nar) que equipa algumas fragatas
lha marítima (MPA). Type 23 da classe Duke, consi-
derado por muitos a nova gera-
Na primeira fase do exercício, ção de sonares.
que se desenrolou numa forma
seriada e essencialmente em Na última “guerra de quinta-
águas profundas, o Arpão par- -feira”, na tarde de 27 de junho,
ticipou em 9 “CASEX”, onde se após o lançamento do facho
incluíram séries dedicadas à luta verde (sinalizando o lançamen-
anti-submarina e anti-superfície, to do torpedo), o NRP Arpão
enfrentando modernos meios despediu-se das águas inglesas e
aeronavais, realçando-se os efi- do Flag Officer Sea Training com
cazes aeronaves Atlantique 2 e o “mar chão e aragens”, iniciando
submarino nuclear francês Emeraude. Após o trânsito de regresso a Lisboa.
esta fase de seriado, seguiu-se o treino de in- No final desta missão de 56 dias, ficou
tegração de força (FIT), designado por “War mais uma vez a sólida percepção das capa-
at Sea” (WASEX), com duas forças oposi- cidades dos submarinos da classe Tridente
toras num cenário de conquista de pontos como um meio capaz de operar com os
onde o comando e controlo, bem como a mais diversos tipos de meios. Por um lado,
cooperação foram mais exigentes. o SPONTEX 2013 revelou ser uma excelen-
te oportunidade de treino, essencialmente
Na última fase do exercício, realizada em na operação táctica em “shallow waters” e
águas pouco profundas, o Arpão fez parte num cenário com uma elevada presença de
das unidades opositoras, fazendo frente à aeronaves. Por outro, o apoio ao FOST con-
força de coligação, tendo também conse- solidou as relações entre a marinha e aque-
guido afirmar as suas elevadas capacidades la entidade inglesa onde as nossas fragatas
em “shallow waters”, onde a constante pre- também se exercitam.
sença de meios aéreos dificultava bastante a
evasão em águas pouco profundas. Colaboração do COMANDO DO
NRP ARPÃO
O SPX13 terminou no dia 22 de maio, ten-
do o navio demandado Plymouth onde ini- REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2013 13