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REVISTA DA ARMADA | 492
Navio mercante na área de operações Simulação de evacuação de um ferido Marinha Francesa, o FS Saphir, para um
PASSEX dedicado à luta antissubmarina.
do pelos avaliadores NATO do exercício, helicóptero, em colaboração com a fra- Muito embora se verifique que os sub-
que, análise após análise, revelava que o gata HMCS Toronto da Marinha Canadia- marinos nucleares são geralmente mais
Tridente raramente foi detetado e nunca na e um dos seus robustos helicópteros ruidosos que os convencionais, foi claro
foi atacado com sucesso, fruto das suas Sea King, tendo-se dado mais um passo para a equipa de operações do Tridente
excelentes características acústicas, de a caminho da manutenção de um impor- que um submarino é sempre muito difícil
uma habilidosa condução da plataforma tante padrão operacional. de detetar, identificar e seguir, pelo que
e uma experiente equipa de operações as oportunidades para interagir com ou-
aos comandos de um excelente sistema A terceira e última fase do exercício viu tros submarinos deverão ser sempre pri-
de combate. No campo dos duelos en- o nosso navio empregue em várias áreas vilegiadas, revelando-se sempre uma ex-
tre aviões de patrulha marítima e sub- para as quais está vocacionado: prote- celente oportunidade de treino. Já pró-
marinos foi também proveitosa esta pri- ção avançada de uma força naval, reco- ximo de casa coube-nos ainda a tarefa
meira fase, demonstrando-se que em lha de informações junto ao litoral, ações de proporcionar treino ao NRP Álvares
operações litorais, com o submarino à de ataque seletivo a alvos em terra, com Cabral, no âmbito do seu plano de trei-
cota periscópica, estas aeronaves conti- duas simulações de disparo de mísseis no operacional, contribuindo assim para
nuam a constituir uma poderosa ameaça Sub-Harpoon Block II bem-sucedidas, ne- a manutenção dos padrões da esquadra
para a arma submarina. Curiosamente, gação do uso do mar, busca e interceção e cultivando as ligações com as unidades
o meio aéreo que maior sucesso obte- de contactos de interesse, entre outros. de superfície nesta importante fase do
ve frente ao Tridente foi o P3 CUP+ da Infelizmente, no apogeu da escalada de seu ciclo operacional.
Força Aérea Portuguesa. Aproveitou-se tensões, o comandante da força naval
ainda esta fase do exercício para treinar privilegiou o empenhamento de meios Após 37 dias de missão e 3.831 milhas
a evacuação de um ferido de bordo por de superfície para a neutralização da for- náuticas percorridas, das quais 3.171 per-
ça opositora, relegando os seus submari- corridas em imersão, navegámos o já tão
nos à função de cobertura da retaguarda nosso conhecido e saudoso Tejo, com o
da força… Talvez receio da boa prestação sentido de dever cumprido.
do Tridente.
Colaboração do COMANDO DO NRP TRIDENTE
Terminado com sucesso mais um exer-
cício internacional, e já navegando em
águas a sul do Algarve, encontrou-se esta
unidade com um submarino de ataque da
10 JANEIRO 2015