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REVISTA DA ARMADA | 492

NRP TRIDENTE

OPERAÇÃO ACTIVE ENDEAVOUR

" (...) Vós, ò novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,

Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Para do mundo a Deus dar parte grande."
Lusíadas Canto I 6ª estrofe

PHOTEX entre submarinos que participaram no exercício Noble Justification 14

Atensão no cais era palpável, os prepa- ter em conta, o “mano a mano” com o te espaço das aproximações atlânticas ao
rativos para a largada pareciam impor submarino irmão era um desafio ainda estreito de Gibraltar, zona de confluência
um passo lento ao ponteiro dos minutos. maior. Maior porque os exercícios ASW de importantíssimas rotas marítimas e co-
Findos os preparativos da missão que de- previstos tinham como objetivo, detetar nhecidas rotas de tráfego de ilícitos.
correram durante os meses de agosto e e identificar eventuais ruídos anómalos
setembro, aproximava-se a hora da larga- provenientes das intervenções realizadas Apertados em tempo, e já sem contac-
da do NRP Tridente para mais uma missão na docagem, e que caso fossem deteta- tos de interesse a relatar, seguiu o na-
em águas mediterrânicas. dos poderiam colocar em causa uma das vio em direção ao estreito, difícil passa-
características mais importantes num gem dominada por fortes correntes que
Incumbido de cumprir os compromis- submarino, a sua furtividade. só um cuidadoso estudo e atenta nave-
sos internacionais perante a NATO atra- gação permitem concluir em segurança.
vés da participação na Operação ACTI- Aferida a boa condição do odómetro, Aproveitando as correntes de superfície
VE ENDEAVOUR (OAE), missão balizada regressou-se por breves horas à BNL para provocadas pela água atlântica de en-
pelo 5º artigo da Aliança Atlântica, lar- desmontagem do equipamento de aferi- trada no mediterrâneo, o Tridente fez a
gou o Tridente, do cais 6 norte da BNL, ção e desembarque do pessoal técnico passagem à cota periscópica e em cer-
pronto para mais de um mês de intenso da DN-DS e do estaleiro alemão. No mar ca de 3 horas estávamos já no lado Leste
esforço e concentração. Ainda antes de esperava-nos o Arpão, pronto a dificultar do estreito. Um tempo recorde alcança-
tomar em mãos a missão que se seguia, a “caça”, consciente das invulgares capa- do fruto da experiência e conhecimento
cabiam ainda algumas tarefas em águas cidades da guarnição do Tridente, vora- detalhado do local e meio.
Lusas: Provas de mar para calibração do zes predadores das profundezas. O duelo
odómetro, na sequência da recente do- cedo se provou desigual e não tardaram Feita a passagem, aproximava-se a tro-
cagem, e treino ASW com o NRP Arpão. a ecoar os já tradicionais “Oscar, Oscar, ca de comando para o COMSUBNATO e o
Se bem que as provas ao odómetro ti- Whiskey” provenientes do Tridente. Está- início da nossa participação na operação
vessem contornos exigentes do ponto de vamos prontos! ACTIVE ENDEAVOUR (OAE), combatendo
vista do cumprimento dos requisitos téc- a ameaça terrorista na sua fonte de finan-
nicos afetos às pernadas, que teriam que Assim seguimos, confiantes, rumo a sul ciamento: narcotráfico, imigração ilegal,
ser feitas a diversas velocidades e cotas e em patrulha. Cabia ao navio a vigilân- contrabando e tráfico de armas. Não sen-
onde o tráfego marítimo era um fator a cia das nossas águas entre Sines e o cabo do apropriado divulgar a área de opera-
de São Vicente, assim como do importan- ções, importa apenas referir que esta era

8 JANEIRO 2015