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retas, incluindo o resgate de reféns e a captura ou neutralização    se viriam a realizar na fase posterior do exercício. Como é natural,
de células de terroristas, no contexto do cenário do exercício.      foi dado particular ênfase ao adestramento das guarnições nas
A SOMTG foi comandada pelo CFR FZ Fernandes Fonseca, que             áreas clássicas da guerra antiaérea, antissuperfície, e antissub-
embarcou com o seu estado-maior no NRP Vasco da Gama.                marina, mas também as vertentes de guerra eletrónica e defesa
                                                                     cibernética foram contempladas no treino efetuado. De realçar
  Relativamente aos meios aéreos envolvidos, a sua presença foi      que nesta fase do exercício houve ainda oportunidade para trei-
bastante notória durante todo o exercício. Em termos orgânicos,      nar os procedimentos de empenhamento de armas com disparo
estiveram embarcados helicópteros Lynx Mk-95 no NRP Vasco da         efetivo nos três ambientes. Primeiro com o disparo de peças de
Gama e NRP Bartolomeu Dias, AB-212 no ESPS Galicia e SH-60B          artilharia contra alvo de superfície rebocado, depois contra man-
no ESPS Victoria. Baseados em terra, participaram no SF16 as ae-     ga rebocada por aeronave e, finalmente, através do disparo de
ronaves P-3C e F-16 da Força Aérea Portuguesa.                       torpedos por cinco unidades distintas: duas aeronaves (Lynx Mk
                                                                     95 e P3-C) e três navios (NRP Vasco da Gama, NRP Bartolomeu
  No que diz respeito ao planeamento, o exercício teve início        Dias e NRP D. Francisco de Almeida).
ainda em terra de forma a preparar as ações no mar. Antes da
largada da força naval ocorreram dois dias de reuniões setoriais       A segunda parte do SF16 não incluiu qualquer programa se-
com vista à harmonização de procedimentos e sedimentação das         riado previamente definido, passando-se a jogar uma fase tática
regras de segurança. Nesta fase houve também lugar às obriga-        onde as forças navais participantes pretendiam alcançar obje-
tórias verificações de interoperabilidade de equipamentos de co-     tivos concorrentes entre si. Esta fase caracterizou-se assim por
municações e sistemas de informação. Já no mar, o planeamento        uma grande imprevisibilidade, em que os diferentes atores tive-
do exercício foi estruturado em duas fases distintas: uma primei-    ram que se adaptar ao dinamismo do cenário, que evoluiu de
ra parte designada por Combat Enhancement Training (CET) /For-       forma contínua, súbita e muito célere.
ce Integration Training (FIT) e uma segunda parte designada por
Tactical Exercise (TACEX).                                           CENÁRIO

  O CET/FIT consistiu num programa seriado intenso e muito exi-        Em termos de cenário, foi criado um quadro fictício para o
gente que se prolongou até ao final do dia 27 de junho. Abrangeu     exercício que consistiu na interferência política da potência re-
um treino alargado em várias áreas das operações navais, de for-     gional (designada por Springland) num país rico em recursos na-
ma a garantir, no final, a necessária interoperabilidade e integra-  turais (designado por Summerland), mas com enorme instabili-
ção das unidades navais numa força naval, proporcionando assim
uma adequada prontidão para um vasto espectro de tarefas que

                                                                     AGOSTO 2016 11
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