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REVISTA DA ARMADA | 511





          FABRICO DE BOTES



          PNEUMÁTICOS








































          ALGUMA HISTÓRIA                                       – Marcação e corte de telas
                                                                – Colagens e fecho do bote
           Quem não se recorda dos velhos Zebros – modelos I, II e III –   – Acabamentos finais
          que prestaram bons serviços nas unidades navais e de fuzileiros,
          produzidos pela Fábrica Nacional de Cordoaria (FNC). Encerrada   Ainda se podem ver, pendurados nas paredes, os moldes
          esta nos anos 90, cedo o Comando do Corpo de Fuzileiros (CCF)   originais dos botes Zebros, herdados da antiga FNC, e que ser-
          verificou que os construtores nacionais não dispunham de botes   viram de inspiração para as novas embarcações. Estes moldes
          pneumáticos que preenchessem os requisitos de qualidade exigi-  – fruto da experiência adquirida – foram modificados e adap-
          dos nos duros cenários de utilização deste tipo de embarcações.  tados em termos de desenho, para além de outras alterações,
           Em 2002, por proposta da Direção de Abastecimento (DA), é   o que possibilitou a criação de um novo modelo com as se-
          sugerido ao CCF que fabricasse, a título experimental, dois botes   guintes novidades:
          do Tipo III (T III), sendo encarregue desta tarefa a Unidade de   – Proa mais subida
          Meios de Desembarque (UMD). Criou-se então um pequeno gru-  – Aumento dos cones flutuadores em 10 cm
          po de 6 militares – já com prática na recuperação e manutenção   – Alterado e reforçado o desenho do painel de popa
          de botes – que em 2003 construíram dois protótipos, passando   – Reduzido o avental de vante
          a ostentar a marca «Fuzos». Em 2004 é assinado o 1º protocolo,   – Modificada a quilha
          entre a DA e o CCF, com o objetivo de construir 10 botes T III (8   – Colocada tela antiderrapante na zona do assento
          para o CCF e 2 para a Esquadra).                      – Colocados novos reforços estruturais
           Até ao presente já foram construídos 93 botes «Fuzos T III».   – Criados pontos de fixação de material e reboque
                                                                – Modificada a linha salva-vidas
          A FÁBRICA E OS NOVOS BOTES                            – Criado sistema expedito de escoamento da boeira
           Um antigo ginásio, na zona sul da EF, defronte do plano de água   Como resultado final obteve-se um bote pneumático melhor
          do rio Coina, acolhe hoje a Fábrica de Botes «Fuzos Tipo III», com   adaptado às missões dos fuzileiros, com a robustez, a estabilida-
          uma dotação de 7 militares, que acumulam funções com a Vaga   de e a resistência à ondulação aumentadas, que permite planar
          de Botes de Reserva. Esta unidade de produção está dividida em   mais cedo, de reduzida cavitação, para além do prolongamento
          três áreas:                                         do tempo de vida.



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