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REVISTA DA ARMADA | 514
Foto 1SAR E Paulo Santos
especiais, com o meio submerso e perto de objetivos tático- gumas das manobras no mar – facto que constituiu motivo de
-militares em terra, sem contudo cometer qualquer tipo de in- enorme orgulho para todos os militares embarcados. A visita
discrição. No que concerne às novas ameaças, nomeadamente efetuou-se dentro do programa normal de seriado, sem ter sido
à ameaça assimétrica, foi testada a reação da força enquanto a incluído qualquer desvio ao programa previamente planeado,
navegar em águas confinadas e enquanto fundeada, sob ataque tendo sido possível assistir a um reabastecimento em alto-mar e
de pequenas embarcações a manobrar a alta velocidade. Para o a manobras e evoluções táticas. A visita incluiu ainda um briefing
desenvolvimento das capacidades dos oficiais de quarto à ponte, sobre o exercício e os meios envolvidos, tendo permitido sobre-
foi dada importância especial ao treino individual de marinharia tudo sublinhar a importância deste tipo de exercícios navais no
e navegação, nomeadamente à navegação em águas restritas e incremento da prontidão, credibilidade e eficácia da FNP, e do
confinadas, à navegação em força, aos exercícios de manobras e seu contributo para o cumprimento da missão da Marinha.
evoluções, e de manobras de fundear e suspender coordenado.
Houve ainda oportunidade para a prática de várias aproxima- CONCLUSÃO
ções ao navio reabastecedor e o consequente reabastecimento.
Concomitantemente, no âmbito da aviação, foram realizados Considera-se que as oportunidades de treino foram exploradas
treinos táticos com proveito das tripulações dos destacamentos na sua máxima capacidade com um desempenho e profissiona-
de helicópteros em áreas chave das operações, tendo ainda sido lismo assinalável por parte das unidades navais e dos militares
possível conciliar com requisitos de formação e certificação da envolvidos, tendo-se cumprido com o propósito e objetivos de-
Esquadrilha de Helicópteros. finidos. O INSTREX 0117 revelou-se, assim, um excelente treino
Todo este treino assentou num cenário que teve por base um para a manutenção dos padrões de prontidão operacional e va-
conflito entre dois países ribeirinhos, com fronteiras entre si. lidação das capacidades das diferentes unidades em ambiente
Países estes que se encontravam numa situação instável, onde marítimo convencional, num quadro de interdição marítima,
ocorria uma escalada de violência de forma descontrolada, com cumprindo-se, com sucesso, a primeira etapa do ciclo de apron-
graves consequências para as populações e para a estabilidade tamento anual da Força Naval Portuguesa.
política na região. Devido a esta situação de crise estar a evoluir
de forma negativa, com a consequente rutura total do relacio- Colaboração do COMANDO DA FORÇA NAVAL PORTUGUESA
namento entre as partes envolvidas, e tendo em conta os riscos
para a paz daí advindos, foi destacada uma força naval multina-
cional, com o propósito de garantir o cumprimento das Resolu- Notas
ções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. 1 FNP (Força Naval Portuguesa) – É uma força operacional com elevada prontidão, à
Esta força naval foi liderada por Portugal, tendo desencadeado qual são atribuídas Unidades Navais, Fuzileiros e Mergulhadores para a execução
de operações expedicionárias marítimas ou para integração em forças operacio-
a projecção da FNP para a área de operações, com o objetivo nais conjuntas, constituindo-se como a componente naval da Força de Reação
expresso de salvaguardar a paz e a estabilidade na região. Imediata (FRI). Tem como missão garantir ações prontas de resposta militar para
a defesa do território nacional e proteção dos interesses nacionais onde tal for
Realça-se o embarque do Chefe do Estado-Maior da Armada, necessário.
Almirante Macieira Fragoso, no navio-chefe para assistir a al-
12 JANEIRO 2017