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REVISTA DA ARMADA | 514
          COMPANHIA GERAL CIMIC







            m 2004 constituiu-se a Companhia Ge-
         Eral  CIMIC   (CGERCIMIC),  como  conse-
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          quência dos compromissos assumidos por
          Portugal, no âmbito da NATO. A CGERCIMIC
          é uma força conjunta com a seguinte estru-
          tura: Comando, 3 células de Estado-Maior
          e 3 destacamentos (um de cada ramo).
           A  Marinha  conferiu  a  responsabilidade
          de nomeação de militares para a CGERCI-
          MIC, nomeadamente o Destacamento, ao
          Corpo de Fuzileiros, que por sua vez dele-
          gou no Batalhão de Fuzileiros Nº1 (BF1). O
          comando  da  Companhia  Geral  é  rotativo                                                             Foto SGT Sebastien Frechette
          pelos ramos a cada dois anos.
           A  Cooperação  Civil  Militar  abrange  os
          níveis  Estratégico,  Operacional  e  Tático,
          cuja missão é estabelecer e manter a total
          cooperação entre um comandante militar, dentro da sua área de   – Contactos com a freguesia do Arrepiado, para sensibilização da po-
          operações, e as autoridades civis, organizações governamentais e   pulação, para os treinos militares e para a montagem da ponte mó-
          não-governamentais, agências e população civil.     vel com viaturas anfíbias alemãs “M3 Amphibious Rig’s” (ver figura);
           Os destacamentos enquadram-se no nível Tático e são compos-  – Distribuição de folhetos e cartazes entre a população civil para
          tos por três equipas, que operam em centros CIMIC (estruturas fí-  divulgação do exercício TRJ15, bem como palestras acompanhadas
          sicas que servem como um ponto de comunicação e coordenação   de vídeos, na escola 2/3 da Golegã e de Alpiarça, sobre o exercício
          entre os militares e o ambiente civil) ou no terreno, como equipas   TRJ15;
          de ligação. A sua principal função consiste em examinar o status   – Avaliação de risco (máxima tonelagem, máxima largura, máxima
          de uma área específica de operação ou área de interesse, identi-  altura) da ponte da Golegã, que atravessa o Rio Tejo, para garantir
          ficando as falhas críticas ou lacunas de capacidade no ambiente   os movimentos das colunas militares em segurança.
          civil (e.g. falta de água, existência ou não de esgotos, assistência   Paralelamente, o destacamento foi alvo de inúmeras visitas, no-
          médica, apoio à liberdade de movimentos, outros…), ou seja, defi-  meadamente do presidente da Câmara do Concelho da Golegã, do
          ciências que possam afetar a missão do Comando.     Vice-Almirante Comandante das Operações Conjuntas do EMGFA,
           No ano de 2015, a CGERCIMIC esteve envolvida no Exercício de   de oficiais do Civil-Military Cooperation Centre Of Excellence (CCOE) ,
                                                                                                               2
          Alta Visibilidade da Nato, TRIDENT JUNCTURE 2015 (TRJ15), que   do Multinational Cimic Group (MNCC)  da Nato, com todos a eviden-
                                                                                          3
          decorreu de 03OUT a 06NOV, na zona de Santa Margarida, inte-  ciarem o bom desempenho e profissionalismo demonstrado.
          grado na Brigada Canadiana. No cenário do exercício, a missão da   Na fase Livex do exercício, o destacamento operou em H24 na
          CGERCIMIC teve como objetivo cooperar e coordenar com as auto-  área de Tancos, na freguesia da Carregueira com o Arrepiado e no
          ridades locais, Organizações Internacionais (OI), Organizações Go-  Castelo de Almourol, com o objetivo de monitorizar quaisquer da-
          vernamentais (OG), Organizações não-governamentais (ONG), de   nos ou incidentes (ambientais, outros…), consequentes dos movi-
          forma a garantir o apoio ao fluxo de ajuda humanitária em TYTAN,   mentos militares no terreno ou no espelho de água, e informar de
          país fictício no exercício. O exercício consistiu em duas fases, uma   imediato o escalão superior, para que este pudesse tomar as medi-
          inicial CPX e uma fase de Livex, com a CGERCIMIC a operar a partir   das necessárias de modo a minimizar rapidamente os seus efeitos.
          do quartel de Engenharia em Santa Margarida.          Este exercício serviu para a certificação da CGERCIMIC, estando
           Ao Destacamento da Marinha foi atribuída a missão de montar e   desde então em período de Stand By e pronta para ser empenhada
          operar um centro CIMIC, na Vila Ribatejana da Golegã, tendo sido   em eventuais missões em que Portugal entenda dever participar
          disponibilizado para o efeito, pelo município, o Palácio do Pelouri-  com este desígnio, em conjunto com o MNCC do qual o País faz
          nho.                                                parte.
           A área de Operações do destacamento CIMIC Marinha esten-
          deu-se aos concelhos da Golegã e do Entroncamento e à união de       Corpo de Fuzileiros, Destacamento CIMIC Marinha
          Freguesias da Carregueira com o Arrepiado. As suas equipas pro-
          moveram um vasto e diverso conjunto de atividades, dos quais se
          elenca alguns exemplos:                               Notas
          – Contactos preliminares com: as Câmaras Municipais, as paró-  1   Cooperação Civil Militar (assumindo tradução livre) segundo AJP-9, NATO Civil-
                                                                -Military Cooperation (CIMIC) Doctrine.
          quias, as forças de segurança e as cooperações de bombeiros, do   2   http://www.cimic-coe.org/
          Entroncamento e Golegã, para a divulgação do exercício TRJ15;   3   http://www.cimicgroup.org/ (do qual Portugal faz parte em conjunto com a Eslo-
          – Avaliação de risco no Entroncamento, sobre eventuais incidentes   vénia, Grécia, Hungria, Itália e Roménia.
          sucedidos na área, com os movimentos das colunas militares;



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