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REVISTA DA ARMADA | 514
          EXERCÍCIO PRT MAGRE 2016





































            ealizou-se, pela primeira vez em território nacional, o exercí-  Da Armada Espanhola participaram a Unidad de Buceadores Me-
         Rcio internacional MAGRE, vocacionado para a inativação de   didas Contra Minas (UBMCM), unidade espanhola congénere dos
          engenhos explosivos convencionais e improvisados em ambiente   DMS1 e DMS3, a operar a partir do navio Las Palmas.
          marítimo. O exercício teve lugar na ilha da Culatra, no período de   O exercício contou ainda com o excelente apoio operacional da
          17 a 21 de outubro de 2016, contando com a presença de cerca de   Força Aérea Portuguesa (FAP) através do helicóptero ALOUETTE III,
          uma centena de militares Portugueses e Espanhóis.   permitindo o treino de inserção e extração com recurso ao meio
           O exercício MAGRE realiza-se desde 1987 entre os Destacamen-  aéreo, aumentando o realismo à operação e permitindo treinar e
          tos de Explosive Ordnance Disposal (EOD) e Mine Countermea-  adestrar todos os elementos das várias unidades num leque muito
          sures (MCM) da Marinha dos Estados Unidos, sediados na Base   variado de cenários.
          Naval de Rota, e as unidades de MCM e de Inativação de Enge-  No desenrolar do exercício destacam-se os seguintes eventos:
          nhos Explosivos da Marinha de Espanha, sediadas na Base Naval   – Condução de operações de busca, deteção e análise numa área de
          de Cartagena.                                       fundeadouro utilizando AUV;
           Portugal participa no exercício com equipas dos Destacamentos   – Condução de operações de identificação, sinalização, neutraliza-
          de Mergulhadores Sapadores (DMS) e Escola de Mergulhadores   ção e destruição de minas de fundo e minas de fundear;
          de forma continuada desde 2011. Desta forma e pela excelente   – Condução de operações POUNCER (neutralização de mina deri-
          interoperabilidade e integração conseguida desde então, coube   vante utilizando sistema de fogo pirotécnico) com inserção/extração
          à Marinha Portuguesa, através do Agrupamento de Mergulhado-  através de meio aéreo;
          res, a estreia na organização do exercício em território português.   – Condução de limpeza de canal em apoio a desembarque anfíbio,
           O MAGRE é um exercício seriado que tem como objetivo o trei-  destruindo obstáculos de praia e contraminando engenhos explosi-
          no das equipas de mergulhadores EOD e MCM, através da resolu-  vos disparados mas não detonados (UXO’s);
          ção de cenários com minas de fundo e fundear, minas derivantes,   – Condução de exercício de evacuação médica (MEDVAC), efetuando
          minas lapa, engenhos explosivos convencionais e improvisados,   primeiros socorros, extração, transporte, tratamento médico dife-
          permitindo a interoperabilidade das equipas no treino, partilha   renciado e evacuação através de meio aéreo a partir do NRP D. Carlos I.
          e  desenvolvimento  de  técnicas,  táticas  e  procedimentos  (TTP)   De uma forma geral todos os objetivos do exercício foram alcan-
          numa área multidisciplinar, sensível e em constante alteração.  çados, permitindo adestrar e manter os padrões de prontidão das
           Participaram no exercício dois Destacamentos de Mergulhado-  unidades participantes nas suas áreas específicas e usufruindo das
          res Sapadores da Marinha Portuguesa, o Destacamento de Mer-  condições de treino e operação da ilha da Culatra. Por outro lado, a
          gulhadores Sapadores nº1 (DMS1), que é a unidade especializada   realização pela primeira vez do exercício em Portugal permitiu dar
          em inativação de engenhos explosivos convencionais e improvisa-  continuidade à excelente relação entre a Marinha Portuguesa e a
          dos da Marinha Portuguesa, e o Destacamento de Mergulhadores   Armada Espanhola conseguida nos últimos anos, tendo sido pro-
          Sapadores nº3 (DMS3), especializado na vertente de guerra de   porcionada uma oportunidade única de treino e intercâmbio de
          minas tendo como principal meio orgânico os veículos submari-  conhecimentos, técnicas, táticas e procedimentos, consolidando,
          nos autónomos (AUV´s). Ambas as unidades embarcaram no NRP   mais uma vez, as boas relações com o país vizinho.
          D.  Carlos  I,  Unidade  Naval  que  funcionou  como  plataforma  de
          apoio, tendo sido fundamental para a realização do exercício.   Colaboração do COMANDO DO AGRUPAMENTO DE MERGULHADORES



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