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REVISTA DA ARMADA | 527


          Neste âmbito, importa destacar o contri-
          buto para a recolha de informações, a luta
          anƟ ssubmarina, a guerra de minas, a pro-
          jeção de força sobre terra e a interdição
          maríƟ ma.
           A recolha de informações é uma tarefa
          que o helicóptero orgânico naval pode
          cumprir de uma forma extremamente efi -
          caz e efi ciente. Esta tarefa de primordial
          importância militar, transversal a todo o
          espectro de operações navais e maríƟ mas,
          tem merecido grande atenção por parte da
          indústria de defesa, na procura de respos-
          tas para os crescentes requisitos de recolha
          e disseminação de informação. Os helicóp-
          teros orgânicos navais mais recentes reve-
          lam, assim, uma grande evolução nesta   Boarding durante a Operação ACTIVE ENDEAVOUR
          área, permiƟ ndo melhorar signifi caƟ va-
          mente o conhecimento situacional marí-  e na condução de ataques. Na verdade,   poníveis, os helicópteros orgânicos têm
          Ɵ mo, elemento diferenciador em caso de   o submarino combate-se mais efeƟ va-  evidenciado a sua uƟ lidade em ações de
          ação militar e, não menos importante, em   mente à distância, através do emprego de   projeção de força, nomeadamente no
          tarefas não militares. O Lynx Mk95, mesmo   meios aéreos com sonares de profundi-  transporte táƟ co, no transporte logísƟ co,
          não estando equipado com os mais recen-  dade variável, o Ɵ po de sensores de que   no apoio armado e na infi ltração/recolha
          tes sistemas de recolha de informações,   a Marinha passou a dispor com a chegada   furƟ va de forças de operações especiais.
          já demonstrou em variadas missões a sua   dos Lynx Mk95. Dessa forma, os referidos   Esta úlƟ ma  Ɵ pologia de tarefas tem sido
          mais-valia na monitorização de áreas alar-  helicópteros dão um contributo decisivo   desempenhada de forma bastante efi caz
          gadas e na recolha de elementos de infor-  para a luta anƟ ssubmarina, tal como tem   pelos  Lynx Mk95  da Marinha, em ações
          mação. Um exemplo neste âmbito foi o   sido demonstrado nos seus empenha-  de treino nos exercícios nacionais da série
          seu emprego nas operações de combate à   mentos nas Standing MariƟ me Forces da   CONTEX/PHIBEX.
          pirataria no Golfo de Áden e na Bacia da   NATO, bem como em exercícios nacionais.  Em cenários de baixa confl itualidade,
          Somália, permiƟ ndo a recolha de informa-  No que respeita à guerra de minas, a   como as operações de interdição marí-
          ções sobre as bases dos piratas e sobre a   uƟ lidade dos helicópteros está estreita-  Ɵ ma, os atributos de um helicóptero
          sua forma de atuação.             mente ligada com a exploração da ter-  orgânico permitem-lhe moldar-se às
           A luta anƟ ssubmarina é uma das ações   ceira dimensão, que lhes permite localizar   necessidades da situação operacional,
          militares navais em que a vantagem táƟ ca   e mapear áreas minadas, em maior segu-  possibilitando o empenhamento de uma
          dos helicópteros orgânicos se evidencia   rança. Trata-se de um  Ɵ po de uƟ lização   forma gradual, mediante os constrangi-
          de uma forma mais clara, visto estarem   que os Lynx já treinaram no OperaƟ onal   mentos de natureza políƟ ca. Nessas situa-
          menos expostos à arma submarina, que   Sea Training, no Reino Unido, e também   ções, o emprego do helicóptero permite
          conƟ nua a ser uma das armas mais peri-  em exercícios nacionais.    uma demonstração de força proporcio-
          gosas e mais diİ ceis de contrariar. EfeƟ va-  A projeção de força sobre terra recor-  nal à ameaça, evitando a presença e/ou
          mente, os helicópteros orgânicos, fazendo   rendo ao emprego de helicópteros orgâ-  a exposição de meios militares de maior
          uso dos seus atributos e explorando na   nicos foi,  inter alia, demonstrada, com   valor e de maior capacidade militar. No
          máxima extensão possível o fator sur-  grande sucesso, na crise do Suez (em 1956),   caso dos Lynx Mk95, a sua uƟ lidade neste
          presa, demonstram grande efi cácia  na   pela coligação Reino Unido/França. Desde   quadro fi cou bem evidente na operação
          deteção de contactos de sub-superİ cie   então, variando na escala e nos meios dis-  de embargo à Sérvia-Montenegro (Opera-
                                                                               ção SHARP GUARD, 1995-96).

                                                                               APOIO À POLÍTICA EXTERNA
                                                                                 Quanto ao apoio à políƟ ca externa e
                                                                               na sequência do exposto no âmbito da
                                                                               defesa militar, importa reiterar que a aƟ -
                                                                               vidade operacional dos helicópteros pode
                                                                               abranger a totalidade do espetro da con-
                                                                               fl itualidade, desde as operações de alta
                                                                               até às de baixa intensidade, como são
                                                                               Ɵ picamente as missões de apoio à políƟ ca
                                                                               externa.
                                                                                 Neste âmbito, os Lynx Mk95 da Marinha
                                                                               têm parƟ cipado, desde 1993, em múlƟ -
                                                                               plas e disƟ ntas missões no estrangeiro, no
                                                                               quadro nacional, da NATO e da União Euro-
                                                                               peia. Sem pretendermos ser exausƟ vos,
           Evacuação de feridos na Guiné-Bissau (1988)
                                                                               não queríamos deixar de recordar a parƟ ci-

                                                                                                   MARÇO 2018  5
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