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REVISTA DA ARMADA | 527
Assim, o SNMG1, comandado pelo
COMSNMG1 (CTG445.05), foi cha-
mado a integrar o Task Group 445.05,
na companhia das mesmas unidades
navais do exercício Northern Coasts
2017, aos quais se juntou a fragata da
Marinha espanhola ESPS Numancia,
tendo fi cado subordinada ao CTF445
(Commander Task Force 445), o COM-
FRMARFOR.
OPERAÇÃO
SEA GUARDIAN 2017
Entre 2001 e 2015 a única operação
NATO conduzida ao abrigo do arƟ go 5º
do Tratado de Washington foi a Opera- Fotos ChrisƟ an Valverde
ção AcƟ ve Endeavour que decorreu no
Mediterrâneo com vista ao combate a
aƟ vidades associados ao terrorismo.
Contudo, com o passar dos anos, verifi cou-se que o seu cariz A VIAGEM
Ɵ nha vindo a mudar de combate ao terrorismo para tarefas no
âmbito da segurança maríƟ ma convencional e liberdade da nave- Após a largada de Lisboa no dia 6 de agosto, a primeira para-
gação naquela que é uma das mais importantes e mais praƟ cadas gem da missão foi no porto de Leith em Edimburgo, Escócia, no
vias de tráfego maríƟ mo do mundo. dia 11 de agosto, onde o NRP D. Francisco de Almeida se reuniu
Face à pressão desta nova realidade, o Comité Militar da NATO com o HNoMS OƩ o Sverdrup, começando a consƟ tuir-se o grupo
reconsiderou a conƟ nuação desta operação ao abrigo do arƟ go que formaria o SNMG1. O contacto inicial foi mais frio e formal
5º. Assim, a 2 de junho de 2015, a Operação AcƟ ve Endeavour com as reuniões setoriais longas mas importantes para a defi ni-
foi ofi cialmente alterada para uma Operação não-arƟ go 5º ção dos 4 meses seguintes. Os pares de cada navio deram-se a
denominada como Sea Guardian. As principais tarefas são as conhecer, formando-se imediatamente as primeiras impressões
de garanƟ r o conhecimento situacional maríƟ mo, reforço da sobre os nossos homónimos escandinavos e vice-versa. Contudo,
segurança regional, garanƟ r a liberdade da navegação, proteção não tardou até a hospitalidade calorosa portuguesa vergar o gelo
de infraestruturas críƟ cas, combate à proliferação de armas de nórdico e rapidamente se entrou na troca de convites, galharde-
destruição em massa e, se necessário, conduzir operações de tes, cortesias, apêndices e períodos de intercâmbio espontâneo,
interdição de área. mas saudável entre os dois navios durante a estadia de 3 dias.
No senƟ do de conƟ nuação desta realidade, coube ao NRP D. Desta feita, os dois navios largaram com rumo a Whilhemsha-
Francisco de Almeida, ao FGS Rhön, ao HNoMS OƩ o Sverdrup e ven, Alemanha, onde atracaram a 18 de agosto, acolhendo mais
ao ESPS Numancia (navios que durante esta fase pertenciam ao dois navios no seu grupo, o reabastecedor da Marinha alemã FGS
SNMG1) monitorizar o Mediterrâneo Ocidental durante 47 dias, Rhön e a fragata canadiana HMCS CharloƩ etown.
tendo o NRP D. Francisco de Almeida invesƟ gado um total de 134 Whilhemshaven é uma pequena cidade portuária com grande
navios, contribuindo assim para um aumento do conhecimento presença da Marinha alemã. Neste porto destaca-se a realização
situacional da NATO e para a determinação dos padrões de vida da primeira receção da força a bordo fragata canadiana HMCS
da navegação naquela parte do globo. CharloƩ etown, contando com a presença do Comandante do
SNMG1 bem como dos Comandantes e
Imediatos dos respeƟ vos navios e alguns
militares de cada guarnição premiados
com este convite.
No dia 21 de agosto a Força despediu-se
de Whilhemshaven e, após alguns dias de
navegação, entrou no Mar BálƟ co e atra-
cou no porto de Helsínquia, Finlândia. Esta
paragem contou ainda com a presença
nos vários navios, do Comandante do
Comando MaríƟ mo da NATO (COM MAR-
COM), VALM Clive Jonhstone e do Coman-
dante da Marinha fi nlandesa, VALM Veijo
Taipalus.
Helsínquia primou pela beleza estoica e
organizada. A população era muito sim-
páƟ ca e prestável e, apesar do ataque
terrorista ocorrido 14 dias antes na cidade
vizinha de Turku que viƟ mou 2 pessoas,
a vida decorria com tranquilidade não se
verifi cando qualquer reforço policial. Ape-
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