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REVISTA DA ARMADA | 528
ACADEMIA DE MARINHA
ENTREGA DO PRÉMIO
“ALMIRANTE SARMENTO RODRIGUES” / 2017
m 27 de fevereiro teve lugar a cerimónia de entrega do Prémio
E“Almirante Sarmento Rodrigues” / 2017, e a apresentação da obra
premiada, “Roteiros e rotas portuguesas do Oriente nos séculos XVI e
XVII”, da autoria do Académico Jorge Semedo de Matos. Fotos 1SAR ETC Silva Parracho
Após agradecer a presença do Almirante CEMA e AMN, António Silva
Ribeiro, nas vésperas de deixar o comando da Marinha, o Presidente
da Academia, Almirante Francisco Vidal Abreu, referiu no seu discurso
que “foi com gosto que o recebemos nesta ocasião e que a presença
do Chefe do Estado-Maior da Armada dá a devida solenidade a esta
sessão, na conƟ nuidade de uma já longa tradição, assim honrando o
fundador desta Academia, exímio marinheiro, administrador, políƟ co,
diplomata e, acima de tudo, um visionário. (…) aproveitando a opor-
tunidade para, em nome da Academia de Marinha, lhe desejar bons
ventos para os próximos anos em que irá desempenhar as alơ ssimas
funções de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas”.
RelaƟ vamente ao prémio “Almirante Sarmento Rodrigues”, de
âmbito internacional e atribuído nos anos ímpares, é desƟ nado a
impulsionar e a dinamizar a pesquisa, a invesƟ gação cienơ fi ca e o
estudo da História das aƟ vidades maríƟ mas dos Portugueses, hon-
rando assim a memória do seu patrono, primeiro presidente desta
Academia e fundador do Centro de Estudos de História MaríƟ ma em
1969, que esteve na sua génese.
O Presidente agradeceu também aos membros do júri do prémio o
apoio dado à Academia de Marinha, pelo trabalho de análise e ava-
liação das 11 obras concorrentes. Para além do prémio já referido, foi
atribuída uma menção honrosa à obra “Jornal da Marinha: Chefi as,
mudanças, permanências e desempenhos nos úlƟ mos 180 anos”, da
autoria do Académico João Moreira Freire.
Terminada a cerimónia de entrega dos diplomas, o premiado,
Comandante Semedo de Matos, apresentou a sua obra “Roteiros e
rotas portuguesas do Oriente, nos séculos XVI e XVII” como sendo um
projeto que nasceu há muitos anos atrás, quando ainda frequentava o
mestrado em “História dos Descobrimentos”.
O autor da obra referiu que podemos encontrar nos textos dos
Roteiros a preocupação na forma como descreve a rota, os perigos
e os momentos que ali viveu o piloto, explicando os procedimentos,
as recomendações sobre a navegação, no fundear durante a noite, as
caracterísƟ cas dos fundos, das conhecenças, sejam elas de terra ou do
próprio oceano e os aspetos meteorológicos relevantes.
Por fi m, salientou que “estes roteiros falam de fundos, sujos,
sujões e limpos, claros ou escuros; de águas amassadas e arvoredos
esfarrapados; ilhas escalvadas, com montanhas que parecem mon-
tes de trigo, selas, duas irmãs, capelos de frade, ou orelhas de lebre;
descrevem promontórios altos que vêm beber ao mar. Mostram- A terminar, o Almirante CEMA e AMN, António Silva Ribeiro, usou da
-nos uma linguagem própria dessa gente do mar de outros tempos, palavra para se despedir da Academia, na qualidade de Comandante
uma linguagem simples que recorre ao seu próprio quoƟ diano e à da Marinha, e também para enaltecer os feitos de enorme signifi cado
sua vivência para descrever os acidentes geográfi cos das suas rotas, deixados pelo patrono do prémio, Almirante Sarmento Rodrigues.
uma linguagem que talvez não esteja de todo desaparecida das nos-
sas póvoas e comunidades piscatórias, ainda hoje. Uma linguagem José dos Santos Maia
que achei fascinante”. SAJ
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