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REVISTA DA ARMADA | 534
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SUMÁRIO Este processo culminou com a revolta de armando navios civis para colaborarem
militares, que culminou no chamado Movi-
mento das Espadas, quando a 22 de janeiro 14 de maio de 1915, a mais violenta revolta na defesa da navegação nacional, orga-
diversos oficiais entregaram as suas espa- ocorrida na Primeira República. nizando serviços de patrulhas e de escol-
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DOS FUZILEIROS 04
OS VALORES E MÉRITOS
700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento
das ao Presidente Manuel de Arriaga. Os A Marinha desempenhou um papel fun- tas, providenciando meios para guerra de
revoltosos foram presos, por insubordina- damental neste movimento revolucionário. minas, fomentando o treino das unidades
Os navios presentes no Tejo apoiaram, com
07 Machado Santos também entre-
ção, mas NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa navais, organizando tropas expedicioná-
gou a sua espada, solidário com os ideais a sua artilharia, as tropas e os populares rias para África, entre outras funções.
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Lusitano 17
por eles defendidos. Esta atitude por parte que combateram contra os apoiantes do Em 23 de fevereiro de 1916, Portugal
do principal responsável pela implantação governo, levando à queda deste. Os princi- apreendeu todos os navios alemães e
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Cerimónia Militar
da República acabou por conduzir à demis- pais aquartelamentos de apoio aos revolu- austro-húngaros abrigados em portos
são do governo chefiado por Victor Hugo cionários foram o Arsenal da Marinha e o portugueses. A 9 de março a Alemanha
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Direito do Mar e Direito Marítimo (13)
de Azevedo Coutinho, em 25 de janeiro. Quartel dos Marinheiros em Alcântara. declarou guerra a Portugal. Em termos
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Foi nomeado o General Pimenta de Cas- Um dos principais líderes do movimento navais, os meios disponíveis eram escas-
Academia de Marinha
tro para chefiar o novo governo. A sua pos- foi o Comandante Leotte do Rego, acér- sos e adaptados para funções combaten-
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tura era nitidamente contra a intervenção rimo defensor da entrada de Portugal tes, mas cumpriram as missões que lhes
Notícias
de Portugal no conflito. Por outro lado, o na guerra. Com a vitória dos revoltosos, foram confiadas.
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General assumiu uma postura ditatorial, estava dado mais um passo para uma Costa Canas
Novas Histórias da Botica (66)
impedindo a reunião do Parlamento. Estes participação efetiva no conflito. Como se 11 BALANÇO DAS CMG
dois factos levaram a uma situação de viu anteriormente, os meios navais eram Notas: ATIVIDADES 2017 – MARINHA
revolta Estórias (37) bastantes escassos. Leotte do Rego pro- 1 H. G. Wells, The war that will end war, London,
29crescente, especialmente junto do
30 Vigia da História (97)
Partido Democrático e dos seus apoiantes. curou organizar a Marinha para a guerra: Frank & Cecil Palmer, 1914.
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Desporto
PORTUGAL E A GRANDE GUERRA
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Saúde para Todos (51)
A E Quarto de Folga
33STRATÉGIA NAVAL (1914-1918)
34 Notícias Pessoais / Convívios
Durante a Primeira República (1910-
CC
1926), regime político e espaço temporal Navios alemães no porto de Lisboa.
Símbolos Heráldicos
onde se insere a intervenção de Portugal BALANÇO DAS
na Grande Guerra, a Marinha portuguesa ATIVIDADES 2017 – AMN 20
é confrontada com o envelhecimento da
sua esquadra, a indisciplina nas suas filei-
ras, a ingerência dos seus militares nos
assuntos políticos e planos de moderni-
zação naval ambiciosos, sem que estejam Foto Museu de Marinha / Arquivo Histórico de Imagens
reunidas as condições políticas, financeiras
e técnicas para levá-los à materialização.
A politização de oficiais, sargentos e praças
tinha um impacto negativo na organização
interna e na linha de comando das forças
navais ao serviço da jovem República.
Além de que uma profunda transição tec- As duas primeiras décadas do século XX vizinha Espanha e pela retirada da força
nológica, de que são exemplos a introdu- foram um período fértil em ideias sobre o naval britânica do Mediterrâneo. Quando
ção da TSF e da eletricidade nos navios, e ressurgimento do poder naval português. tem início a Grande Guerra, no verão de
a utilização de novos tipos de armamento, É sobretudo através de uma jovem gera- 1914, a “esquadra real” portuguesa em
Capa
implicava a alteração da organização de ção de oficiais da Marinha: Bruto da Costa nada se assemelhava à que havia sido
Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme
pessoal e equipamentos a bordo e em (1870-1953), Pereira da Silva (1871-1943), proposta pelos sucessivos planos navais,
da Brigada Real da Marinha.
terra, uma formação académica e técnica Carlos da Maia (1878-1921), Nunes Ribeiro nomeadamente, o que resultara da Comis-
Foto SMOR L Almeida de Carvalho
mais exigente e, por consequência, um (1878-1933), Botelho de Sousa (1880- são de Reorganização da Armada (1910-
impacto na pirâmide hierárquica, em que 1960), passando por António Pereira de 1912), e aprovado por lei do Congresso de
Revista da
ARMADA Matos (1874-1930), secretário perpétuo da 26 de julho de 1912, que previa a aquisição
o saber técnico passaria a ter um lugar
Liga Naval Portuguesa, que surge um pen-
de 3 cruzadores protegidos, 3 couraçados
de destaque. Repare-se que quando em
1913 entra ao serviço o contratorpedeiro samento naval de inspiração mahanista de 22 mil toneladas, 6 submersíveis e con-
Diretor
Publicação Oficial da Marinha
Desenho Gráfico
E-mail da Revista da Armada
Douro, a Marinha passou a incorporar um (Alfred Thayer Mahan 1840-1914). Estes tratorpedeiros em número não especifi-
Periodicidade mensal
CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos
revista.armada@marinha.pt
ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria
ra.sec@marinha.pt sanear as contas
navio de guerra com turbinas a vapor, o oficiais da Marinha, autores de ambiciosos cado. A necessidade de
Nº 525 / Ano XLVII
Chefe de Redação
Administração, Redação e Publicidade
Janeiro 2017
que era uma novidade, tratando-se de planos navais, recusavam o conceito de públicas iria impedir consecutivamente
CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira
Paginação eletrónica e produção
Revista da Armada – Edifício das Instalações
Centrais da Marinha – Rua do Arsenal a adjudicação financeira para a aquisição
uma unidade propulsora comparável aos esquadra-fortaleza e a ideia de que os por- Página Ímpar, Lda.
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contratorpedeiros de última geração, com tos se defendiam por si, numa época domi- destes navios. O Arsenal da Marinha, com
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Secretário de Redação nada pela competição entre as marinhas
caldeiras aquitubulares, turbinas Parsons limitações tecnológicas, de espaço de cons-
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mais poderosas, pelo reforço marítimo da
e três veios. SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho trução e problemas de desobediência civil,
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JANEIRO 2018
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