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REVISTA DA ARMADA | 525 REVISTA DA ARMADA | 534
SUMÁRIO OS VALORES E MÉRITOS A GRANDE GUERRA
02 700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento DOS FUZILEIROS 04
07 NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa
09 Lusitano 17 NO MAR
18 Cerimónia Militar
22 Direito do Mar e Direito Marítimo (13)
24 Academia de Marinha
25 Notícias 100 ANOS PASSADOS
28 Novas Histórias da Botica (66) 11 BALANÇO DAS
29 Estórias (37) ATIVIDADES 2017 – MARINHA
30 Vigia da História (97) que muitos julgavam ter sido a guerra que esses mesmos bens são negados às
Há 100 anos terminava aquela guerra
Potências Centrais. E esses dois bloqueios
31 Desporto que iria acabar com todas a guerras, face são decisivos no desfecho deste conflito.
aos horrores e ao número de milhões de
Poucas pessoas também têm a noção
32 Saúde para Todos (51) vítimas, mortos e estropiados que tinham que o número de civis mortos durante a
resultado dos cinco anos de conflito. É
Grande Guerra na Alemanha, devido ao
33 Quarto de Folga essa a realidade que ficou na memória bloqueio inglês, é superior ao número de
do Mundo Ocidental da Grande Guerra
civis mortos nesse país durante a Segunda
34 Notícias Pessoais / Convívios e que, hoje, é a base das evocações que Guerra Mundial. Os terríveis bombar-
decorrem na Europa e, também, um
CC Símbolos Heráldicos pouco por todo o mundo. deamentos aéreos que a Alemanha sofre
entre 1942 e 1945, matam menos pessoas
ATIVIDADES 2017 – AMN 20 Contudo, são poucos os que se recor- do que a fome que grassa na Alemanha
BALANÇO DAS
dam dos milhares de homens, mulheres e
entre 1916 e 1918. Do mesmo modo, a
crianças que perderam a vida nos mares não ser logo em 1914, nunca a Alemanha
de todo o mundo, em especial no Atlân- esteve tão perto de alcançar a vitória na
tico Norte e no Mediterrâneo. Essas víti- guerra, como no início de 1917, quando
mas, que jazem em sepulturas longe da os seus poucos U-Boats estavam a afun-
vista de quase todos, abaixo da superfície dar nos mares mais de 800 mil toneladas
do mar, que “apagou” os vestígios dessa por mês de navios mercantes aliados e
tragédia por vezes apenas minutos depois neutrais. Ou seja, apenas um punhado
de ter ocorrido, têm sido muitas vezes de milhares de homens, tripulando o que
esquecidas nas evocações que vão agora os especialistas designam apenas como Um submarino Imperial alemão em ação contra
terminar. Mas, não são só os mortos no “submersíveis” pois combatiam principal- um veleiro Aliado (Coleção Allan Hunt)
mar que têm sido esquecidos; também mente à superfície, quase que ganharam
os que lutaram e sobreviveram à terrível a guerra, quando vários milhares dos seus Ora, em 1916, a Armada não se encon-
ameaça que foram os “famosos” U-Boats trava apetrechada para intervir neste con-
e aos milhares de minas que foram lança- camaradas morriam em terra para con- flito. Com meia dúzia de navios maiores
quistar apenas alguns metros de terreno,
das por todos os mares do globo, incluindo que, apenas por simpatia, eram desig-
Capa em alguns locais de Portugal Continental, dezenas talvez mas, raramente, milhares nados de cruzadores, dois, mais tarde
Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme de metros de território.
da Brigada Real da Marinha. também têm sido negligenciados. Em Portugal, é o mar, ou antes, são os três pequenos contratorpedeiros e duas
Foto SMOR L Almeida de Carvalho O que muitos se esquecem, inclusiva- navios que nos fazem entrar, oficialmente, canhoneiras mais recentes, vai deste-
mente os académicos, é que, apesar de midamente enfrentar as novas ameaças
apenas ter havido uma “grande” batalha na guerra, como é comummente sabido. para as quais não se encontrava minima-
Revista da
ARMADA no mar ao longo do conflito, a Batalha da A requisição dos 70 navios alemães e, mente equipada. Não tínhamos armas
depois, dos dois navios austro-húngaros
Jutlândia, os Aliados ganharam a guerra
nem equipamentos para combater as
face ao controlo que tinham dos mares. que se encontravam refugiados em portos ameaças alemãs da época – os submer-
Publicação Oficial da Marinha Diretor Desenho Gráfico E-mail da Revista da Armada nacionais nos três continentes, indepen-
Periodicidade mensal CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria revista.armada@marinha.pt É através do mar que as então colónias síveis ou as minas. Apenas tínhamos um
Nº 525 / Ano XLVII Chefe de Redação ra.sec@marinha.pt das potências europeias e os países neu- dentemente do modo como o governo único submersível, felizmente mais tarde
Janeiro 2017 Administração, Redação e Publicidade trais fazem chegar homens e todo o tipo republicano, de então, conseguiu levar a reforçado com outros três, mas que aca-
CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira Revista da Armada – Edifício das Instalações Paginação eletrónica e produção
Redatora Centrais da Marinha – Rua do Arsenal Página Ímpar, Lda. de bens materiais aos teatros de opera- Inglaterra a apresentar esse pedido a Lis- baram por ter um papel reduzido na
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Revista anotada na ERC 1TEN TSN -COM Ana Alexandra G. de Brito Telef: 21 159 32 54 Estrada de Benfica, 317 - 1 Fte ções, essenciais para a vitória final. Como boa, é que levam a Alemanha e o Império guerra, por só terem ficado muito tarde
1500-074 Lisboa
Depósito Legal nº 55737/92 Secretário de Redação também é graças ao bloqueio marítimo Austro-húngaro a declarar guerra a Portu- disponíveis operacionalmente. Também
ISSN 0870-9343 SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho Tiragem média mensal: 4000 exemplares
que os ingleses impuseram à Alemanha, gal a 9 de março de 1916. a nossa frota comercial – mercante e de
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JANEIRO 2018 3 NOVEMBRO 2018