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REVISTA DA ARMADA | 540
Foto Yoann Letourneau
‑tarefa, com vista à sua integração plena e interoperabilidade. De
salientar que as manobras e conceitos táticos associados à escolta
de um porta-aviões, distintos na sua essência e na sua concretização
dos habitualmente praticados, tiveram de ser executados e testados
(de dia e de noite) por forma a certificar os navios nessas funções.
A Corte-Real foi o primeiro navio da força a ser considerado certi‑
ficado, tendo constituído uma oportunidade e experiência únicas
para as equipas da ponte e do centro de operações.
Durante esta primeira fase, o navio desempenhou as exigentes fun‑
ções de Anti-submarine Warfare Commander (ASWC), tendo ainda
realizado, para além das ações de escolta, ações de defesa aérea, luta
de superfície (counter-harassment), luta antissubmarina, reabaste‑
cimento no mar e operações de voo, nomeadamente com o meio
orgânico em configuração Dipper. As qualificações táticas, Operatio-
nal Flying Training (OFT), dos futuros Flight Commanders, já iniciadas de março. O Comandante e guarnição do NRP Corte-Real tiveram
no trânsito para Toulon, continuaram durante esta fase, adestrando o a oportunidade de demonstrar ao Comandante do grupo‑tarefa as
navio na prática e exigência das operações de voo e proporcionando suas capacidades, coesão e resposta rápida a qualquer sinistro.
a formação dos pilotos junto do grupo do porta‑aviões. Após desintegração da força e durante o trânsito para Lisboa, o
Terminada a primeira fase, os navios iniciaram o trânsito em força navio teve ainda a possibilidade de contribuir para o conhecimento
para o mar Mediterrâneo Oriental cruzando os estreitos de Bonifá‑ situacional marítimo da NATO, integrando a Operação Sea Guardian
cio e de Messina. Neste início de trânsito realizou-se um exercício em apoio associado.
de oportunidade (PASSEX) com o porta‑aviões italiano ITS Garibaldi
com o objetivo de proporcionar interação entre os dois porta-a‑ CONCLUSÃO
viões, com foco no treino de defesa aérea. No dia 9 de março, após
a passagem do estreito de Messina, foi realizado um exercício de A presença da fragata portuguesa Corte-Real no mar Mediterrâ‑
luta antissubmarina, com a duração incomum de 24 horas, com a neo permitiu representar Portugal no quadro dos compromissos
participação do submarino da marinha italiana ITS Venuti. assumidos de defesa e segurança cooperativa e coletiva, apoiando a
Integraram a TF 473, para além do NRP Corte-Real, os seguintes ação externa do Estado. Em suma, foi com a sensação de dever cum‑
meios navais: FS Charles de Gaulle, FS Marne, FS Forbin, FS Latouche prido que os 197 militares da Corte-Real atracaram na Base Naval
Treville, FS Surcouf, FS Provence, FS Amethyste, HDMS Niels Juel e do Alfeite, no dia 18 de março, concluindo uma importante missão
ITS Carabiniere. para a satisfação dos compromissos internacionais assumidos por
Portugal no quadro da cooperação naval luso‑francesa.
VISITA DO CTF 473 E DESINTEGRAÇÃO Resta apenas desejar votos de uma boa missão ao FS Charles de
DO GAN19 Gaulle e a todos os navios escolta que com ele navegarão até julho
de 2019.
A desintegração do NRP Corte-Real do GAN19 foi assinalada pela
visita ao navio do CTF 473, CALM Olivier Lebas, na manhã do dia 11 Colaboração do COMANDO DO NRP CORTE-REAL
MAIO 2019 11