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REVISTA DA ARMADA | 540
Navio-Patrulha nigeriano NNS Centenary a ser alvo de boarding.
A 7 de março não só se recebeu a bordo o PR mas também foi desde a costa do Senegal até Angola; os meios são, porém, dividi-
dada, no âmbito do estreitamento dos laços com a jovem repú- dos por várias sub-áreas de atuação.
blica, uma receção a bordo para a comunidade portuguesa resi- Ao NRP Álvares Cabral coube-lhe a área junto ao Benin, ao Togo e
dente na zona sul de Angola – compareceram ao evento mais de à Nigéria. Durante seis dias o navio cooperou com navios das Mari-
430 cidadãos portugueses. nhas ribeirinhas, ora simulando ser um navio alvo de abordagem,
Uma vez reabastecido o navio e cumprido o programa que trou- ora enviando equipas de abordagem a esses navios. Nessas intera-
xera a fragata até Angola, era hora de largar e, desta vez, rumar ções estavam incluídas simulações de emergência médica, nas quais
a Norte. O próximo objetivo na agenda era um exercício combi- as equipas eram levadas a tomar decisões sob elevada pressão e
nado e conjunto no Golfo da Guiné (GoG), local onde continuam avaliadas em conformidade.
a ocorrer amiúde casos de pirataria marítima. Quando o seriado definido para o exercício OE19 chegou ao
fim, o navio rumou ao último porto da Iniciativa – Abidjan, na
OBANGAME EXPRESS 19 (OE19) Costa do Marfim.
O Exercício Obangame Express é um exercício anual no GoG, COSTA DO MARFIM E O REGRESSO
centrado na cooperação regional (África Central e Oeste) e na
interoperabilidade, para reforçar a segurança marítima que A paragem em Abidjan, de 22 a 25 de março, é fundamental-
envolve, em parceria, os Estados marítimos da África Ocidental, mente por motivos logísticos, já que é necessário reabastecer
os Estados Unidos e as Marinhas euro-atlânticas; os objetivos são, de combustível e de géneros para a próxima e última tirada, que
portanto, similares aos da Iniciativa Mar Aberto, mas de âmbito levará o navio de volta à BNL.
mais global e com mais meios. É conduzido pelo U.S. Naval Forces Na derradeira derrota manteve-se o foco no treino interno, levan-
Europe-Africa/U.S. 6th Fleet, e decorre numa vasta área que vai do-se a cabo exercícios de séries mais complexas, fruto da evolução
da guarnição ao longo da missão. Realizou-se uma Con-
dição Geral 7 – Postos de Emergência, onde se simulou
um incêndio descontrolado nas casas das máquinas e
uma Condição Geral 1 – Postos de Combate em pano-
rama multi-ameaça – aérea, superfície e subsuperfície.
75 dias depois, com mais de 1750 horas de missão
e 1330 de navegação, com um total de 11.500 milhas
percorridas, 8 portos visitados num total de 5 países
diferentes, o sentimento é o de missão cumprida neste
regresso à BNL, ocorrido a 6 de abril.
O Ministro da Defesa Nacional, acompanhado pelo
Chefe do Estado-Maior da Armada, estiveram pre-
sentes neste “regresso a casa”, à semelhança do que
havia acontecido aquando da partida a 22 de janeiro;
e voltaram a cumprimentar, individualmente, estes 159
homens e mulheres “marinheiros no mar e embaixado-
res de Portugal em terra”.
Colaboração do COMANDO DO NRP ÁLVARES CABRAL
MAIO 2019 9