Page 21 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 543
ACADEMIA DE MARINHA
SESSÃO CULTURAL CONJUNTA COM A
ACADEMIA NACIONAL DE BELAS ARTES
propósito do “II Centenário centrada nas insƟ tuições tradi-
A do nascimento da Rainha cionais da Corte dos Bragança,
D. Maria II”, decorreu em 4 de em que a Capela Real e a orques-
junho, no Auditório da Academia tra da Real Câmara são os prin-
de Marinha, uma sessão cultural cipais pilares da representação
em conjunto com a Academia simbólica do poderio e da digni-
Nacional de Belas Artes. dade da Coroa”.
O Presidente da Academia de Após um breve intervalo,
Marinha, Almirante Vidal Abreu, seguiu-se a comunicação “Con-
no discurso de abertura, lembrou sortes e Pretendentes da Rainha
a importância dada à Marinha por Senhora D. Maria II”, apresen-
D. Maria II, logo no início do seu tada pelo Prof. Doutor D. Filipe
reinado em 1835, tendo em conta Alberto Folque de Mendóça que
as várias reformas que insƟ tuiu e contextualizou os antecedentes
que levaram à criação da Biblio- e causas do casamento com o
teca de Marinha. Acrescentou Infante D. Miguel e a sua anu-
que “estas reformas são aprofun- lação, o casamento com o Prín-
dadas em 1837, com a exƟ nção cipe D. Augusto de Beauharnais
da Academia Real de Marinha e e, por úlƟ mo, o casamento com
fundação da Escola Politécnica, o Príncipe D. Fernando de Saxe-
o que iniciaria um aceso debate -Coburgo Gotha.
sobre a melhor maneira de formar A fi nalizar o ciclo de confe-
os novos ofi ciais de marinha, e rências, o Académico José Antó-
nio Rocha e Abreu, na comunica-
ção “Maria II e a educação dos
Infantes da Casa de Bragança”,
disse que foi no reinado da Rainha
úlƟ mo navio da Carreira da Índia, a fra- D. Maria II que se organizou pela primeira
gata D. Fernando II e Glória; quando se vez um plano de estudos para a educa-
pensa na defesa e divulgação do patri- ção dos Infantes da Casa de Bragança. A
mónio maríƟ mo português levado a Rainha, sempre muito atenta ao que res-
cabo pela Biblioteca Central de Marinha; peita à educação dos seus fi lhos foi, tam-
quando nos lembramos dos incontáveis bém ela, uma educadora rigorosa de aƟ tu-
jovens ofi ciais que fi zeram a sua forma- des e comportamentos, conseguindo que
ção na Escola Naval”. todos eles representassem com grande
Nesta celebração foram convidados a dignidade a Casa Real Portuguesa.
dissertarem, numa primeira parte, o Aca- A Sessão foi encerrada pela Presidente
démico António Filipe Pimentel que, na da Academia Nacional de Belas Artes,
sua comunicação “A Herança da Rainha. Professora Natália Correia Guedes, que
D. Maria II e as insƟ tuições culturais do depois de homenagear D. Maria, primeira
Portugal Contemporâneo”, realçou o rainha europeia natural do conƟ nente
legado consubstanciado na criação de sul-americano, criadora da Academia de
que viria a culminar em 1845, com a exƟ n- várias insƟ tuições culturais, entre as quais Belas Artes de Lisboa, ơ tulo conferido
ção da Academia Real dos Guardas-Mari- a Academia de Belas Artes de Lisboa e o inicialmente, terminou o seu discurso
nhas e criação da Escola Naval, marcando Teatro Nacional D. Maria II, e na comu- expressando graƟ dão ao Presidente da
assim indelevelmente a educação naval e a nicação “Música e Sociedade no Tempo Academia de Marinha, por ter propor-
formação dos futuros ofi ciais”. de D. Maria II: Sociabilidade Burguesa e cionado esta Sessão, e a todos os inter-
A terminar, salientou que “a memória e Anseios Cosmopolitas”, do Académico Rui venientes e organizadores pela valiosa
ligação a D. Maria II perpetua-se assim Fernando Vieira Nery, foi frisado que a colaboração.
na Marinha portuguesa, evocando-se “Princesa da Beira e Princesa Imperial do
sempre o seu nome quando se visita o Brasil, cresce no seio de uma vida musical Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
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