Page 6 - Revista da Armada
P. 6
REVISTA DA ARMADA | 544
OPERATIONAL SEA TRAINING 2019
6 DE MAIO,
LARGADA DE LISBOA
dia marcava o fi m do período de
O preparaƟ vos e o início do período
operacional do navio. A bordo do NRP
D. Francisco de Almeida, o ambiente era
de grande azáfama. Para trás fi cara um
apertado e complexo período de manu-
tenção, que acabou por condicionar a rea-
lização do plano de treino básico inicial-
mente previsto, o qual Ɵ nha subjacente a
preparação da guarnição e da plataforma
para o Opera onal Sea Training (OST).
Atempados preparaƟ vos, uma estreita
colaboração com o Departamento de
Treino e Avaliação do Centro Integrado
de Treino e Avaliação Nava (DTA-CITAN) e
uma boa dose de fl exibilidade no planea-
mento, foram as ferramentas uƟ lizadas
para ultrapassar os condicionalismos atrás referidos. todos os sistemas e equipamentos, sendo também avaliada a
1
Concluídas com sucesso as DSOT e as SOC , o navio largou da BNL segurança do pessoal na operação do navio. Cerca de 80 mili-
com o Almirante CEMA e outras altas individualidades da Mari- tares do staff do FOST inspecionaram minuciosamente o navio
nha embarcadas, fator acrescido de moƟ vação para uma jovem e produziram o primeiro relatório que permiƟ u ao navio iniciar
guarnição animada e com muita vontade de bem servir. Empenho a sua preparação. Corrigidos que foram alguns aspetos menos
e aƟ tude foram as palavras chave que iriam marcar esta guarni- conseguidos, o primeiro objeƟ vo foi alcançado e o navio estava
ção nas próximas semanas. O objeƟ vo principal do OST é garanƟ r pronto para iniciar o treino.
a adequada preparação do navio para integrar o Standing NATO
Mari me Group One (SNMG1) no segundo semestre de 2019. O TREINO EM TERRA
Concluídas as úlƟ mas provas de mar à propulsão, são desem-
barcados em Cascais o Almirante CEMA e comiƟ va. Teve início o A primeira semana de treino, designada por semana de porto,
trânsito para Plymouth; pelo caminho, conƟ nuaram os prepara- teve como foco principal a preparação da guarnição para as sema-
Ɵ vos e o treino, por forma a garanƟ r que o navio se apresentasse nas de mar subsequentes. A semana aƟ ngiu o seu ponto alto com
na melhor condição possível aquando do Material Assessment o HF4 – “Grande incêndio em espaço de máquinas com o navio
and Safety Check (MASC). Para este período de treino, foi indis- atracado”, que consƟ tuiu o exercício de combate a incêndios mais
pensável a presença a bordo do DTA-CITAN, que desempenhou complexo que um grupo de serviço pode enfrentar num porto.
um papel fundamental nesta fase fi nal de aprontamento. No Durante esse período, foram ainda realizadas outras grandes
pouco tempo disponível antes da chegada a Plymouth, a 9 de séries, das quais se destacam a “ameaça de bomba”, exercícios
maio, ainda foi possível treinar em Condição Geral 2 situações de de Conven onal Weapon Incident (CWI) e treino de boarding. Em
combate a incêndios (BIR I) e de avarias no leme (MISCEX 802), apenas quatro dias, foram realizadas um total de 64 séries. Com
realizar diversos exercícios de avaria na propulsão (MAQUINEX) um syllabus ligeiramente diferente dos anteriores (apenas com 5
e, graças à colaboração com o NRP Bérrio, efetuar reabasteci- semanas de treino), algumas das grandes séries de terra são reali-
mento no mar (MISCEX 805). zadas no fi nal das semanas de mar, o que acarreta um esforço adi-
cional para a guarnição. Os exercícios “Evacuação de não comba-
NÃO HÁ SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA tentes” (NEO/SPE) e ”Apoio a uma povoação sinistrada” (DISTEX)
CAUSAR UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃO foram pontos altos das séries realizadas em terra, onde o FOST
empenhou dezenas de atores, contratados especifi camente para
Na manhã do dia 10 de maio deu-se o primeiro contacto com este fi m, criando cenários extremamente realistas e moƟ vadores.
a equipa do Flag Offi cer Sea Training (FOST), para as Pre-OST
Liasion Visits (POLV). As POLV são reuniões setoriais com os ofi - O TREINO NO MAR: OBJETIVO DO COMANDO,
ciais e sargentos responsáveis pelos vários departamentos, que
assumem parƟ cular importância por serem o primeiro encontro COMBATER!
entre avaliador e avaliado, permiƟ ndo defi nir as primeiras metas Os dias foram preenchidos com os mais variados Ɵ pos de exer-
e objeƟ vos a aƟ ngir com o treino. cícios, que pretendiam simular os diversos Ɵ pos de ambiente que
A semana seguinte iniciou-se com o MASC, que tem como um navio de guerra poderá enfrentar. Realizados a um ritmo ade-
objeƟ vo avaliar a operacionalidade e a segurança do material, quado que fomenta a aprendizagem e a evolução, foi visível o cres-
condições incontornáveis para o início do treino. O dia do MASC cimento da guarnição durante o treino. Durante todos estes exer-
foi bastante preenchido e exigente, pois foram inspecionados cícios, o navio foi permanentemente acompanhado por meios da
6 SETEMBRO/OUTUBRO 2019