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REVISTA DA ARMADA | 544






























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              Royal Navy, assim como pela fragata belga Leopold I (que integrará   equipa de avaliação do OST, referiram a importância da conƟ -
              a SNMG1 no mesmo período que o NRP D. Francisco de Almeida),   nuidade do treino e de como a sua evolução poderia e deveria
              contribuindo para o realismo do cenário. Durante as semanas de   prosseguir. O OST não é, seguramente, um fi m em si mesmo.
              mar, o navio passou a Condição Geral 1 – “Postos de Combate”   IndiscuƟ velmente, o treino ministrado no OST reveste-se de
              duas vezes, uma à terça-feira, simulando uma ameaça de guerra   elevadíssima qualidade. Os meios disponíveis, a complexidade
              aérea com duração aproximada de três horas, e outra à quinta-  e dinâmica dos cenários operacionais, a qualidade e valor agre-
              -feira, simulando um cenário de mulƟ ameaça, a designada Weekly   gado dos recursos humanos e a componente internacional resi-
              War, já bem conhecida pelas sucessivas guarnições de fragatas   dente, permitem obter uma imagem clara das várias perspeƟ -
              portuguesas que desde 1991 frequentam o OST.        vas do treino operacional em ambiente maríƟ mo.  A  ơ tulo  de
               A Weekly War é um exercício de 8 horas, de elevada comple-  exemplo, durante o treino do navio, foi possível interagir com
              xidade e difi culdade, em que são simulados sucessivos ataques   avaliadores (Ofi ciais e Sargentos) de países NATO e não NATO,
              (ameaças externas ao navio) conjugados com inúmeros inciden-  nomeadamente: Noruega, Alemanha, Grécia, França, Chile, Bra-
              tes, incêndios, alagamentos e avarias, constantemente injetados   sil, Holanda e Reino Unido, com claros beneİ cios para o produto
              pelo staff  do FOST. Defender o navio contra ameaça assimétrica,   fi nal. A cultura do rigor, os elevados padrões de segurança impos-
              aérea e submarina, tomar a refeição em 8 minutos, apagar   tos, a diversidade de desafi os e a capacidade do FOST agir adap-
              incêndios, reabastecer o navio (RAS) em simultâneo com ope-  tando o treino em função da resposta do navio, são moƟ vo para
              rações de voo…, tudo é possível nestas inesquecíveis guerras de   que o OST conƟ nue a consƟ tuir uma referência para o treino de
              quinta-feira!                                       qualquer unidade naval.
               Em resumo, 3 semanas de mar, com sensivelmente 270 séries   Como nota fi nal e para memória futura, fi ca o empenho, o espí-
              realizadas, o que se traduziu numa média diária de 18 ações de   rito de camaradagem e (tantas vezes referenciada pelo staff  do
              treino. O esforço diário foi de, sensivelmente, 18 horas, desde a   FOST) a “aƟ tude” de uma Guarnição que, em condições adversas,
              alvorada, normalmente às 05h30, até ao fi nal dos úlƟ mos prepa-  soube encontrar a determinação necessária para levar este desa-
              raƟ vos, por volta das 24h00.                       fi o a bom porto. Estamos certos ao afi rmar que esta experiência
                                                                  coleƟ va da 4ª Guarnição do NRP D. Francisco de Almeida vai fi car
                A INSPEÇÃO FINAL. ALL DAY BERET                   na memória de todo(a)s o(a)s que a viveram na primeira pessoa.
                                                    2
               O objeƟ vo da úlƟ ma semana de treino foi testar as capacidades   “Os que servem no mar, saúdam os que nos apoiam”.
              do navio e de todos os elementos da guarnição, até ao seu limite,
              por forma a verifi car a efi cácia do treino ministrado nas semanas
              precedentes. ConsƟ tuiu também, naturalmente, uma dura prova   Colaboração do COMANDO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA
              para o staff  do FOST que confi rma (ou não) a qualidade do treino
              que foi capaz de ministrar.
               As extensas horas de treino, o esforço e a aƟ tude demonstra-  Notas
                                                                      De forma genérica, as DSOT (Daily System Operability Tests) e as SOC (Standard
              dos, contribuíram para que no dia 13 de junho a guarnição vol-  1 Operator Checks) são testes efetuados aos sistemas, armas e sensores, pelos técni-
              tasse a formar no hangar, onde toda a jornada Ɵ nha começado   cos e pelos operadores respeƟ vamente, antes do seu emprego operacional.
              cinco semanas antes, para receber a avaliação de Very Sa  sfac-  2  A inspeção fi nal é uma ação formal executada pelo staff  do FOST, presidida nor-
              tory na Final Inspec  on e Sa  sfactory na avaliação geral do navio.   malmente pelo ALM FOST ou pelo Captain South (DFOST), em que os avaliadores
                                                                    fazem uso da boina durante todo o período da inspeção.
              Concluído o OST, as palavras do Captain South, comandante da


                                                                                                SETEMBRO/OUTUBRO 2019  7
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