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REVISTA DA ARMADA | 544


                         MINISTRO DA DEFESA NACIONAL


                         VISITA ACADEMIA NAVAL DE ANGOLA



                 19ª reunião de Ministros da
              A  Defesa da Comunidade de Paí-
              ses de Língua Portuguesa (CPLP),
              que teve lugar em Luanda no pas-
              sado dia 30 de maio, proporcionou
              ao Ministro da Defesa Nacional, Dr.
              João Gomes Cravinho, inteirar-se
              das aƟ vidades desenvolvidas pelas
              Assessorias Militares Portuguesas                                                                      Fotos Imprensa da Marinha de Guerra Angolana e do CMG RES Santos Madeira
              em Angola, no quadro da 18ª Reu-
              nião da Comissão Bilateral Luso-
              -Angolana no Domínio da Defesa.
               A visita iniciou-se a 28 de maio
              com um encontro com o homólogo
              angolano, General Salviano de Jesus
              Sequeira, permiƟ ndo que fossem
              abordados diversos assuntos ten-
              dentes ao reforço e estreitamento de relações na área da defesa   No fi nal as delegações deslocaram-se às instalações da Acade-
              entre os dois países amigos. Este primeiro dia de visita foi ainda mar-  mia para assinatura do Livro de Honra e troca de presentes. Por
              cado por uma visita à Academia Naval de Angola, tendo sido rece-  fi m, o Ministro agradeceu a visita e teceu palavras de reconheci-
              bido pelo recente empossado Comandante da Marinha de Guerra   mento pelos resultados alcançados na cooperação entre a Mari-
              de Angola, ALM João da Cunha Júnior, e integravam ambas as dele-  nha Portuguesa e a Marinha de Guerra Angolana.
              gações os respeƟ vos Diretores de PolíƟ ca de Defesa, de Angola, o   O encontro possibilitou ainda mencionar as áreas supleƟ vas de
              TGEN Barbosa Epalanga e de Portugal, o Dr. Nuno Pinheiro Torres.   assessoria do Projeto de Marinha, também denominado P4, com
              No desenrolar da visita foi testemunhado através da intervenção do   a Marinha de Guerra Angolana, salientando-se a importância
              VALM Francisco Miranda, Comandante desta insƟ tuição de ensino   para aƟ vidades relacionadas com a organização de bordo e pron-
              superior, na sala magna da Marinha de Guerra Angolana, situada   Ɵ dão das unidades navais, edifi cação de uma componente dire-
              na Base Naval de Luanda (Auditório Comandante Manuel Augusto   cionada ao treino e avaliação nos navios, ao planeamento naval
              “Orlog”), da importância da presença da Assessoria Portuguesa no   e domínio do conhecimento situacional maríƟ mo,  segurança
              apoio e acompanhamento ao funcionamento das aƟ vidades diárias   maríƟ ma e vigilância costeira – com relevância para a busca e
              da Academia e ao leccionamento de um conjunto de disciplinas de   salvamento e para a edifi cação de serviços de hidrografi a e nave-
              natureza cienơ fi ca e técnico-naval.                gação. Juntam-se também as aƟ vidades de assessoria na Brigada
               A assessoria portuguesa na Academia Naval consƟ tui cerca de   de Fuzileiros Navais (Ambriz) e na Escola de Especialistas Navais
              10% do corpo docente, ministrando 11 disciplinas no primeiro   (Lobito).
              semestre e 14 no segundo, totalizando anualmente 1600 tem-  Para além do reforço do relacionamento bilateral que consƟ -
              pos leƟ vos. Ainda neste âmbito, foi sublinhada a importância do   tuiu a visita do Ministro da Defesa, fi cou patente a vontade de
              embarque de cadetes em navios portugueses sempre que ocorre   incrementar o planeamento das aƟ vidades da cooperação já a
              essa presença em águas angolanas, bem como o Estágio de Longa   parƟ r do próximo ano de 2020, com destaque para as vertentes
              Duração realizado em Portugal pelos cadetes fi nalistas da Acade-  formaƟ va e de ensino.
              mia Naval e que se tem consƟ tuído como um momento único de   A área naval será também merecedora da atenção devida, tendo
              experiência e consolidação de conhecimentos dos novos ofi ciais   em consideração o facto de Angola se encontrar num processo
              da Marinha de Guerra Angolana.                      de revitalização da esquadra e reforço de cooperação no domí-
                                                                                         nio naval, que se estendem desde
                                                                                         a hidrografi a e a cartografi a,  de
                                                                                         desenvolvimento da indústria de
                                                                                         construção, reparação e manuten-
                                                                                         ção naval, até ao apoio no desenvol-
                                                                                         vimento de aƟ vidades inspeƟ vas, de
                                                                                         implementação de sistemas de ges-
                                                                                         tão logísƟ cos e de cibersegurança.
                                                                                          O Projeto de Marinha conta
                                                                                         atualmente com 6 assessores per-
                                                                                         manentes e dois assessores tem-
                                                                                         porários.

                                                                                                       Rodrigues Marques
                                                                                                            CFR EN-MEC


                                                                                                SETEMBRO/OUTUBRO 2019  9
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