Page 6 - Revista da Armada
P. 6
REVISTA DA ARMADA | 551
DR
A UTILIDADE DO
PLANEAMENTO ESTRATÉGICO
odos os actores sociais, sejam países, organizações ou pessoas, − Disjun vos, nos quais os actores sociais, por terem interesses
Tquerendo melhorar a sua situação actual, estabelecem futuros incompa veis, se encontram em desacordo e, por isso, esta-
desejados, que são traduzidos por interesses de desenvolvimento, belecem relações de compe ção, de oposição ou de confl ito,
relacionados com bens que pretendem obter ou incrementar, e picas das situações estratégicas.
interesses de segurança, rela vos a bens que pretendem prote- Quando, no âmbito das situações estratégicas, um actor social
ger ou salvaguardar. Para as pessoas, podemos hierarquizar estes vê afectada a sua condição de segurança, isto é, a forma, mais ou
interesses em: vitais, ligados ao acesso ao ar, à água, à comida e menos tranquila, como pode concre zar os seus interesses de
ao repouso; importantes, respeitantes ao abrigo, à estabilidade e desenvolvimento, necessita de planear estrategicamente o que
à ligação social; assessórios, associados ao pres gio e à realização. fazer e como fazer, para proteger esses interesses das ameaças
Para a concre zação dos interesses de desenvolvimento, cada existentes no ambiente em que opera. Para isso, formula medi-
actor social necessita de planear, deliberadamente e com fl exi- das e operacionaliza acções estratégicas, ar culando os factores
bilidade, o que fazer e como fazer de forma adequada, exequí- de decisão, segundo as disciplinas de planeamento, no âmbito de
vel e aceitável. Nesse sen do, formula medidas e operacionaliza planos de acção estratégica, de forma a que, pelo emprego das
acções, segundo as disciplinas de planeamento gené co (ou potencialidades e a salvaguarda das vulnerabilidades caracterís-
logís co), estrutural (ou organizacional) e operacional. Em cada cas do seu ambiente interno, possa explorar as oportunidades e
uma dessas disciplinas ar cula os factores de decisão, isto é, os superar as ameaças existentes no seu ambiente externo. Surgem,
objec vos a alcançar, com os meios a empregar, no ambiente assim, os interesses de segurança desse actor social, cuja con-
onde agir e no tempo para operar. A intensidade do esforço que secução é determinante para o grau de concre zação dos seus
cada actor admite imprimir nas acções necessárias à concre za- interesses de desenvolvimento.
ção dos seus interesses, aumenta com a relevância hierárquica O planeamento estratégico é decisivo para a progressão de
destes. O grau em que cada actor social concre za os seus inte- um actor social, entre a situação actual e o futuro desejado,
resses, depende da efi cácia e efi ciência do planeamento, e é tra- num determinado intervalo temporal (t , t ). Todavia, quando
f
a
duzido pela progressão da situação do actor social, no sen do do este actor social não possui, em níveis apropriados, culturas de
futuro desejado ou do futuro forçado
(ou não planeado).
No planeamento do que fazer e
como fazer para concre zar os inte-
resses de desenvolvimento, cada actor
social deve ter em consideração se, no
ambiente em que vai agir, prevalecem
os processos:
− Conjun vos, nos quais os actores
sociais, por terem interesses com-
pa veis, se encontram em harmo-
nia e, por isso, estabelecem relações
de cooperação, de acomodação ou
de assimilação, picas das situações
consensuais;
6 MAIO 2020