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REVISTA DA ARMADA | 551


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          A UTILIDADE DO


          PLANEAMENTO ESTRATÉGICO





            odos os actores sociais, sejam países, organizações ou pessoas,   −  Disjun  vos, nos quais os actores sociais, por terem interesses
         Tquerendo melhorar a sua situação actual, estabelecem futuros   incompa  veis, se encontram em desacordo e, por isso, esta-
         desejados, que são traduzidos por interesses de desenvolvimento,   belecem relações de compe  ção, de oposição ou de confl ito,
         relacionados com bens que pretendem obter ou incrementar, e     picas das situações estratégicas.
         interesses de segurança, rela  vos a bens que pretendem prote-  Quando, no âmbito das situações estratégicas, um actor social
         ger ou salvaguardar. Para as pessoas, podemos hierarquizar estes   vê afectada a sua condição de segurança, isto é, a forma, mais ou
         interesses em: vitais, ligados ao acesso ao ar, à água, à comida e   menos tranquila, como pode concre  zar os seus interesses de
         ao repouso; importantes, respeitantes ao abrigo, à estabilidade e   desenvolvimento, necessita de planear estrategicamente o que
         à ligação social; assessórios, associados ao pres  gio e à realização.   fazer e como fazer, para proteger esses interesses das ameaças
           Para a concre  zação dos interesses de desenvolvimento, cada   existentes no ambiente em que opera. Para isso, formula medi-
         actor social necessita de planear, deliberadamente e com fl exi-  das e operacionaliza acções estratégicas, ar  culando os factores
         bilidade, o que fazer e como fazer de forma adequada, exequí-  de decisão, segundo as disciplinas de planeamento, no âmbito de
         vel e aceitável. Nesse sen  do, formula medidas e operacionaliza   planos de acção estratégica, de forma a que, pelo emprego das
         acções, segundo as disciplinas de planeamento gené  co  (ou   potencialidades e a salvaguarda das vulnerabilidades caracterís-
         logís  co), estrutural (ou organizacional) e operacional. Em cada     cas do seu ambiente interno, possa explorar as oportunidades e
         uma dessas disciplinas ar  cula os factores de decisão, isto é, os   superar as ameaças existentes no seu ambiente externo. Surgem,
         objec  vos a alcançar, com os meios a empregar, no ambiente   assim, os interesses de segurança desse actor social, cuja con-
         onde agir e no tempo para operar. A intensidade do esforço que   secução é determinante para o grau de concre  zação dos seus
         cada actor admite imprimir nas acções necessárias à concre  za-  interesses de desenvolvimento.
         ção dos seus interesses, aumenta com a relevância hierárquica   O planeamento estratégico é decisivo para a progressão de
         destes. O grau em que cada actor social concre  za os seus inte-  um actor social, entre a situação actual e o futuro desejado,
         resses, depende da efi cácia e efi ciência do planeamento, e é tra-  num determinado intervalo temporal (t , t ). Todavia, quando
                                                                                                f
                                                                                              a
         duzido pela progressão da situação do actor social, no sen  do do   este actor social não possui, em níveis apropriados, culturas de
         futuro desejado ou do futuro forçado
         (ou não planeado).
           No planeamento do que fazer e
         como fazer para concre  zar os inte-
         resses de desenvolvimento, cada actor
         social deve ter em consideração se, no
         ambiente em que vai agir, prevalecem
         os processos:
           −  Conjun  vos, nos quais os actores
            sociais, por terem interesses com-
            pa  veis, se encontram em harmo-
            nia e, por isso, estabelecem relações
            de cooperação, de acomodação ou
            de assimilação,   picas das situações
            consensuais;


         6    MAIO 2020
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