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REVISTA DA ARMADA | 551
OPERAÇÃO SEA GUARDIAN 20
NRP TRIDENTE
A operação SEA GUARDIAN veio subsƟ tuir a operação ACTIVE ENDEAVOUR devido à alteração do paradigma estratégico no Mar Medi-
terrâneo ao longo dos úlƟ mos anos. A nova operação da NATO tem como objeƟ vo principal monitorizar o panorama maríƟ mo, man-
tendo-o atualizado por forma a contribuir para a dissuasão de ações terroristas e do tráfi co de armas. A novel operação visa também
contribuir para a liberdade de navegação, contemplando a possibilidade da realização de operações de interdição maríƟ ma e de luta
contra a proliferação de armas, protegendo os interesses da NATO, garanƟ ndo um safe and secure environment .
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PARTIDA são necessários para que se cumpra o objeƟ vo primordial e talvez
mais importante da arma submarina – navegar de forma invisível,
ntes do início da faina de largada de Lisboa, foi observando sem ser observado.
Arecebida a bordo do submarino Tridente uma Por forma a garanƟ r um elevado padrão de pronƟ dão e a quali-
numerosa comiƟ va; dela constavam o Ministro da dade da equipa de operações na recolha de informação, os 33 ele-
Defesa Nacional (MDN), Prof. Dr. João Gomes Cra- mentos da guarnição efetuaram 4 dias de Plano de Treino Especí-
vinho, a Secretária de Estado de Recursos Humanos e AnƟ gos Com- fi co durante o trânsito para a área de operações. Nesse período
batentes,, Prof. Drª Catarina Sarmento Castro, o CEMA, ALM Men- temporal ocorre um marco relevante desta missão – a passagem
des Calado, o VALM Comandante Naval, o CALM Nobre de Sousa, o pelo Estreito de Gibraltar, chokepoint que separa o Oceano Atlân-
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Comte. da Esquadrilha de Subsuperİ cie, CMG Farinha Alves, e mais Ɵ co do Mar Mediterrâneo.
5 elementos. Após uma breve visita ao navio, o MDN proferiu um O submarino passou então a operar sob o controlo operacio-
discurso de despedida aos 33 militares que integram a sua guarnição. nal do COMSUBNATO e dirigiu-se às áreas de patrulha por este
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Do momento da largada da Base Naval de Lisboa (BNL), no dia determinadas. UƟ lizando em pleno as capacidades do subma-
13 de janeiro, até ao regresso, numa sexta-feira, 13 de março, o rino, dava-se início à contribuição para a missão: durante a pri-
NRP Tridente cumpriu várias missões, com destaque para a parƟ - meira patrulha foram observados mais de 1200 contactos e foi
cipação na operação SEA GUARDIAN da NATO. recolhida informação operacional geral de interesse NATO.
O objeƟ vo da operação exige meios em permanência nas áreas No término do primeiro período de patrulha, o Tridente atracou
de patrulha e nada melhor que um submarino para realizar patru- no porto de Cagliari, na ilha da Sardenha. Tempo para preparar
lhas de forma discreta, sem alterar o meio ambiente.
Este meio naval pode assim contribuir para a missão
sem ser visto, criando a possibilidade da observação e
relato de atos ilegais em fl agrante delito, bem como da
passagem de informação em tempo real para que pos-
sam ser aƟ vados os meios capazes de atuar em tempo,
por forma a contrariar essas ações ilegais.
DUAS PATRULHAS
NO MAR MEDITERRÂNEO
Após o desembarque da comiƟ va, o Tridente seguiu via-
gem. Iriam ser os primeiros dias sem acesso à luz solar,
à internet, à televisão e a comunicações pessoais via
telemóvel; porém todos iam animados com uma alma
grande, uma enorme vontade de bem-fazer e cientes
de que os sacriİ cios inerentes à condição submarinista
8 MAIO 2020