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REVISTA DA ARMADA | 552


              B RESTFREDERIKSHAVN                                de convés de voo do navio. Com a relevante supervisão dos mili-
                                                                  tares da EH, este objeƟ vo viria a ser alcançado após sucessivos
               Após a largada de Brest, navegando ao longo do Canal da Man-  Flyex, diurnos e noturnos, essencialmente com helicópteros Lynx
              cha e seguidamente no Mar do Norte, o grupo aeronaval TF 473   (franceses e alemães), mas também com o AloueƩ e III, o NH-90
              executou um intenso programa operacional. O exercício FRISIAN   e o H160 Guépard. Para além da cerƟ fi cação da equipa de convés
              FLAG foi reestruturado e renomeado para FRISIAN RESILIENCE,   de voo, as operações de voo executadas permiƟ ram sustentar
              possibilitando uma rica e intensa interação entre os navios da   as valências de múlƟ plas equipas/elementos, designadamente
              força e diversos meios aéreos – suecos e dinamarqueses –, reve-  da ponte, do centro de operações, do Helicopter Controler e do
              lando-se uma oportunidade de treino extremamente proveitosa   Flight Deck Offi  cer.
              para as equipas de defesa aérea de bordo.             Nos dias subsequentes o agravamento das condições meteoro-
               Adicionalmente, os navios da SNMG1 operaram na proximi-  lógicas ditou que a força transitasse novamente o Canal da Man-
              dade do grupo aeronaval, permiƟ ndo alguns dias de interação   cha e procurasse abrigo nas baías de Seine e Mordoix, na costa
              operacional entre as duas forças. Foram executados exercícios   norte francesa, para executar operações de RAS e onde decorre-
              de Ɵ ro de diversos calibres, operações de reabastecimento no   ram mais uns interessantes exercícios de guerra de superİ cie. Os
              mar (RAS), operações de voo, exercícios de guerra de superİ cie e   úlƟ mos dias da Operação FOCH viram o grupo aeronaval do FS
              aérea com e sem jamming, entre outros, sempre pautados pelos   Charles de Gaulle regressar ao Golfo da Biscaia e iniciar o trânsito
              três deck-cycles diários realizados pelo Charles de Gaulle.  de regresso ao Mediterrâneo, tendo o NRP Corte-Real desinte-
               Paralelamente, decorriam a bordo, num ritmo quase diário e já   grado a TF 473 ao largo de Lisboa.
              em fase avançada, as séries de treino e avaliação sob a égide da   Os trinta e três dias de Operação FOCH caracterizaram-se
              equipa móvel do CITAN, em que havia que dar a resposta neces-  como um excelente empenhamento operacional, uma intensa
              sária face a múlƟ plas ocorrências simultâneas ou a emergências   interação e parƟ lha de confi ança com marinhas aliadas e ami-
              em espaços de máquinas. O exigente  ba  le-rhythm cumprido   gas. Perante os constrangimentos decorrentes da pandemia e
              tornou possível a integração da batalha externa com a batalha   o permanente esforço de replaneamento, o NRP  Corte-Real,
              interna, assegurando o dinamismo e o máximo realismo das   assim como a restante força, manƟ veram-se fi rmes e coesos,
              situações a que foi exposta a guarnição do NRP Corte-Real, per-  não desperdiçando a valiosíssima oportunidade proporcionada
              miƟ ndo elevar os padrões operacionais do navio.    por uma força naval mulƟ nacional europeia a operar no mar.
               Carecendo de uma paragem logísƟ ca, a 1 de abril a TF 473 viria   Num exercício de resiliência e determinação, a TF 473 executou
              a fundear ao largo do porto dinamarquês de Frederikshavn. As   um intenso programa operacional, cobrindo todo o espectro das
              normais operações logísƟ cas de desembarque de resíduos e   operações navais. Desta forma, foi possível ao NRP Corte-Real
              embarque de víveres e combusơ vel concreƟ zaram-se por barca-  elevar os padrões operacionais, aprimorar valências e acreditar
              ças e batelões. Os elementos da guarnição envolvidos nas fai-  a interoperabilidade com unidades navais de marinhas aliadas
              nas cumpriram com apertadas regras sanitárias, usando fatos de   e amigas, dignifi cando não só o navio, mas também a Marinha
              proteção completos com máscaras, luvas e viseiras por forma a   e Portugal.
              impedir qualquer contágio externo.                    O NRP Corte-Real regressou à BNL somando mais de 650 horas
                                                                  de navegação, incluindo uma  Ɵ rada  fi nal de 25 dias, com um
              FREDERIKSHAVNLISBOA (BNL)                          claro senƟ mento de missão cumprida. Pronto para enfrentar os
                                                                  desafi os que os tempos extraordinários que se vivem o sujeitam,
               Os navios suspenderam de Frederikshavn a 3 de abril, regressando   com os olhos da guarnição já colocados na integração na SNMG1
              ao Mar do Norte e retomando as operações, focando-se especial-  como navio almirante, fazendo jus ao lema de bordo: ANYTIME
              mente na defesa aérea, operação com aeronaves e exercícios de Ɵ ro.   ANYWHERE!
               Apesar do NRP Corte-Real não ter um destacamento de heli-
              cópteros embarcado, perseguia a ambição de cerƟ fi car a equipa        Colaboração do COMANDO DO NRP CORTE-REAL

































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