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REVISTA DA ARMADA | 559


                                                   DESTAQUES DA INOVAÇÃO

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                 Divisão de Inovação  (DIVi9) – criada em outubro de 2020,   experimentação operacional e desenvolvimento de sistemas
                no âmbito da reestruturação do Estado-Maior da Armada, tem   não tripulados associados a táƟ cas que sejam disrupƟ vas envol-
                como missão a promoção da Inovação na Marinha, incluindo   vendo Técnicas, TáƟ cas e Procedimentos (TTP) inovadoras.
                o desenvolvimento da estrutura de inovação e a coordenação   Centro de Desenvolvimento de Tecnologias de Observação
                dos processos ligados à invesƟ gação, desenvolvimento, expe-  do Oceano  (IH SENSORTECH) – funciona nas infraestruturas
                                                                           7
                rimentação, inovação e respeƟ vo fi nanciamento, bem como a   da Base Hidrográfi ca, localizada na Azinheira, Seixal, e tem por
                ligação com a Academia e a Indústria.
                                                                  missão apoiar o desenvolvimento de tecnologias de obser-
                 Estrutura de Acompanhamento da InvesƟ gação, Desenvol-  vação do meio marinho, visando a saƟ sfação das necessida-
                vimento, Experimentação e Inovação da Armada  (EA-IDEIA)   des internas do IH, bem como a cooperação com os demais
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                – criada para coordenar o esforço e o invesƟ mento em InvesƟ -  laboratórios do Estado, universidades, centros de invesƟ gação
                gação, Desenvolvimento, Experimentação e Inovação na Mari-  tecnológica, laboratórios colaboraƟ vos e indústria, em espe-
                nha, assegurando uma arƟ culação orientada para a resposta   cial startups, por forma a contribuir para o desenvolvimento
                aos objeƟ vos estratégicos defi nidos na documentação estrutu-  cienơ fi co nacional.
                rante da estratégia naval.
                                                                    RoboƟ cs  ExperimentaƟ on and Prototyping (MariƟ me
                 Centro de Experimentação Operacional da Marinha  (CEOM)   Unmanned Systems) – REP (MUS) – exercício de experimen-
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                – na dependência do Comandante Naval, funciona nas infraes-  tação operacional que é organizado pela Marinha desde 2010
                truturas do Ponto de Apoio Naval de Troia (Fig. 3), e tem por mis-  e que, atualmente, inclui como coorganizadores a Faculdade
                são apoiar a experimentação operacional na Marinha, combi-  de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Centre for
                nando as capacidades e os conhecimentos necessários para que   MariƟ me Research and ExperimentaƟ on (CMRE) e a MariƟ me
                a Marinha e as enƟ dades parceiras na invesƟ gação, desenvolvi-  Unmanned Systems IniaƟ ve (MUSI), ambos da NATO. O REP
                mento e experimentação, trabalhem de forma interdisciplinar,   (MUS) 21 decorrerá em Troia, de 8 a 24 de setembro deste ano.
                visando o desenvolvimento futuro das tecnologias emergentes,
                contribuindo para o respeƟ vo desenvolvimento cienơ fi co e ino-  Portal da Inovação – em fase de implementação, irá disponi-
                vação na Marinha.                                 bilizar ferramentas para o lançamento de desafi os e submissão
                                                                  de ideias, bem como a gestão de comunidades de interesse, para
                 Célula de Experimentação Operacional de Veículos Não Tripu-  potenciar a colaboração interna e com parceiros externos à Mari-
                lados (CEOV) – na dependência do Comandante Naval, funciona   nha. Este portal será sustentado numa das plataformas mais ino-
                nas infraestruturas da Base Naval de Lisboa, e visa promover a   vadoras do mercado, na área da gestão da Inovação, a PLANBOX.


               Assim, uma Marinha Inovadora tem a fl exibilidade necessária   e treino, na liderança e na forma de combater e vencer as novas
              para redirecionar recursos de forma a promover novas ideias,   ameaças, mantendo princípios éƟ cos e elevado senƟ do de respon-
              bem como a capacidade de remover obstáculos burocráƟ cos, cul-  sabilidade como ator da sustentabilidade global – em parƟ cular na
              Ɵ vando agilidade nos processos de tomada de decisão, o que per-  proteção dos oceanos e na preservação dos seus recursos.
              mite acelerar a implementação de novas soluções.      A Inovação e a criaƟ vidade fazem parte da nossa tradição e con-
               Podemos falar de uma Cultura de Inovação, de criaƟ vidade, da   Ɵ nuarão a defi nir-nos e a direcionar as nossas capacidades para o
              necessidade de “pensar fora da caixa”, de não ter medo de falhar   futuro. O caminho mais curto para dar conƟ nuidade a esta tradição,
              (fail fast) e outros chavões normalmente ligados à Inovação.   passa por reconhecer a sua relevância ao nível da gestão de topo
              No entanto, numa organização como a Marinha, que diariamente   e, simultaneamente, culƟ vá-la em todos os níveis da organização.
              enfrenta desafi os práƟ cos no mar, somos formados e treinados   Assim, desafi amos todas as pessoas a apresentar ideias no Por-
              para estar “dentro da caixa”, com pouca margem de erro face ao   tal da Inovação, nos mais diversos domínios, dos conceitos, dos
              ambiente adverso em que são desenvolvidas as nossas aƟ vidades.  processos ou das tecnologias e de outras áreas que venham a
               Como abraçar então uma Cultura de criaƟ vidade e Inovação? Pri-  idenƟ  fi car como áreas de melhoria da Marinha, na organização
              meiro, em vez de se falar na necessidade de errar (fail fast), deve-  e na forma como desenvolvemos as nossas múlƟ plas aƟ vidades.
              mos encarar os erros como oportunidades de aprendizagem (learn   Os desafi os que enfrentamos exigem determinação na procura de
              fast and fail beƩ er). Em segundo lugar, é preciso criar as condições   soluções que aproveitem o capital intelectual da nossa Organiza-
              necessárias para permiƟ r idenƟ fi car e premiar as boas ideias, que   ção, dando prioridade à criação das condições necessárias para
              apresentem soluções adequadas, exequíveis, aceitáveis e com   que este capital se transforme em valor para melhorar a efi cácia e
              capacidade de ser implementadas num curto espaço de tempo.  a efi ciência no cumprimento da missão da Marinha.
               O fl uxo de informação e a parƟ lha de ideias são fundamentais
              para uma inovação robusta e credível, suportada numa sólida rede   Colaboração da DIVISÃO DE INOVAÇÃO – ESTADO MAIOR DA ARMADA
              de conhecimento em parceria com a Academia, a Indústria e os
              nossos Aliados (Fig. 4).
               Desta forma, torna-se indispensável dispor das ferramentas   Notas
              necessárias, integradas num  Portal da Inovação, que facilite a   1  Despacho do Almirante CEMA, n.º 55/18, de 28 de novembro.
                                                                      Discurso do Almirante CEMA, por ocasião da conferência IDEIA 2020, Escola
              promoção de dinâmicas de Inovação Aberta, permiƟ ndo o envolvi-  2 Naval, 23 de janeiro de 2020.
              mento de toda a Marinha, bem como a criação de redes colaboraƟ -  3  Designação abreviada da Direção-Geral da Qualifi cação dos Trabalhadores em
              vas para parƟ lha de conhecimento e a valorização do nosso capital   Funções Públicas.
              humano nas mais diversas áreas do conhecimento. Dessa forma   4  Despacho do Almirante CEMA, n.º 53/20, de 29 de setembro.
              a Marinha afi rma-se como uma insƟ tuição inovadora nos proces-  5 6  Despacho do Almirante CEMA, n.º 55/18, de 28 de novembro.
              sos, nas tecnologias, nas técnicas de comunicação, nos padrões   7  Despacho do Almirante CEMA, n.º 52/20, de 29 de setembro.
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              de segurança, na gestão dos recursos, nos modelos de formação


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