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REVISTA DA ARMADA | 560
AQUÁRIO VASCO DA GAMA
GANHA VIDA ATRAVÉS DA ARTE URBANA
O Aquário Vasco da Gama (AVG), considerado o mais anƟ go museu aquário do mundo aberto ao público, convidou o arƟ sta de arte
urbana Adalberto Brito (Youthone) a dar uma nova vida à fachada do ediİ cio. Ao longo de 10 dias foram pintados elementos visuais
relacionados com a história e a vida marinha existente no Aquário – tanto espécies vivas como as ilustradas pelo Rei D. Carlos I nas
suas publicações.
Aquário foi construído às ordens da Comissão pintura graffi em Portugal, que teve início nos fi nais dos anos 80,
O ExecuƟ va da celebração do 4º Centenário da em Carcavelos.
parƟ da de Vasco da Gama para a viagem do desco- Adalberto Brito, que foi militar dos quadros permanentes da
brimento do Caminho MaríƟ mo para a Índia. Daí o Marinha no período de 1994 a 2003, optou pela arte como profi s-
seu nome e daí ter sido inaugurado a 20 de maio são e por paixão, frequentando o curso de pintura na Faculdade de
de 1898. Sendo propriedade do Estado, a sua administração foi, Belas Artes de Lisboa.
em fevereiro de 1901, transferida para a Marinha, permanecendo Para além deste trabalho, o AVG está atualmente a desenvolver
até hoje como um dos seus organismos culturais. outros projetos e conceitos que vão contribuir, no futuro, para
Com a construção da estrada marginal Lisboa-Cascais em 1940, o uma mudança de paradigma na abordagem educaƟ va nos mais
AVG (compreendendo a parte edifi cada e o terreno adjacente) foi novos, no senƟ do de fomentar uma aƟ tude cívica mais consciente
reduzido em cerca de 1/3 da sua área primiƟ va, sendo desta forma e críƟ ca de abusos ambientais, e da necessidade da preservação
alterada a traça original do ediİ cio. do ecossistema marinho.
Oitenta anos depois, o projeto de arte urbana teve como objeƟ vo Entre esses projetos (uns planeados e outros já em curso) de
requalifi car, melhorar e preservar a fachada sul do ediİ cio voltada renovação do AVG, merecem destaque:
para a marginal e linha de comboio. É, também, um convite direto – a transferência da Biblioteca Oceanográfi ca do Rei D. Carlos I
ao público que por ali passa a visitar o AVG e a levar consigo fi lhos para um novo espaço (dará oportunidade, aos visitantes do
e/ou netos. Aquário, de poder contemplar os livros, os diários de bordo e
O autor do trabalho, Adalberto Brito, de nome arơ sƟ co Youthone, os manuscritos do Rei);
de nacionalidade portuguesa, nasceu em Angola, em 1974. É conhe- – a Janela Virtual para o Oceano (permiƟ rá a visualização de con-
cido no seu meio como um dos vanguardistas e impulsionadores da teúdos digitais relacionados com a ciência e o ambiente); e
– a Sala das Tartarugas (contará com novos habitantes
no tanque principal).
Com estes projetos, o AVG pretende dar conƟ nuidade
à sua missão no campo da educação: afi rmar-se como
um centro de divulgação da vida aquáƟ ca e de inves-
Ɵ gação; cuidar da exposição dos exemplares vivos; e
preservar o espólio museológico. Nesta rota, conƟ nuará
a cumprir, da melhor forma possível, com o seu impor-
tante papel de Museu Vivo de História Natural.
Colaboração do AQUÁRIO VASCO DA GAMA
Foto Mariana Breia
MARÇO 2021 23