Page 28 - Revista da Armada
P. 28
REVISTA DA ARMADA | 567
Devido às suas múltiplas vertentes e responsabilidades, o IH MODERNIZAÇÃO
é um ativo produtor de informação geoespacial e participa em TRAZ NOVAS
várias redes de partilha de dados ao nível nacional (SNIG), euro-
peu (INSPIRE, SeaDataNet, EMOdnet, Copernicus, etc.) e inter- FUNCIONALIDADES
nacional (GLOSS, GTS, etc.).
O campo de estudo da data science tem emergido como uma A consciência sobre os desafios da sociedade, presentes e futu-
ferramenta de inovação destinada à exploração e à reutilização ros, levou o IH a lançar um ambicioso projeto de modernização da
de informação. sua infraestrutura de dados geoespaciais marinhos, em desenvol-
O oceano continua a ser uma fronteira do conhecimento, pela vimento no Instituto desde 1998 com o projeto sistema de infor-
sua natureza remota. O mapeamento das suas características mação geográfica sobre o ambiente marinho (SIGAMAR), e mais
geofísicas e o estudo científico dos seus fenómenos são ativi- tarde, em 2006, com a Infraestrutura de Dados do Ambiente Mari-
dades onerosas e os resultados irrepetíveis. Como tal, todos os nho – IDAMAR. Este esforço de modernização culminou com o por-
dados marinhos são fundamentais para um entendimento do tal Hidrográfico + e com o desenvolvimento de todos os servidores
Oceano e do seu papel no equilíbrio do sistema Terra. Ao longo e serviços que o suportam.
das várias décadas da sua história, o Instituto desenvolveu um A infraestrutura foi projetada e desenvolvida para ser o único
repositório de dados geoespaciais do oceano com grande po- ponto de acesso a todos os dados do Instituto Hidrográfico, forne-
tencial e interesse para os atores da economia azul e do merca- cendo um conjunto de serviços e funcionalidades aos utilizadores
do de dados. As observações in situ e as redes de monitorização
são investimentos de enorme valor para a ciência, e os dados internos e externos. A componente de acesso a dados é feita atra-
observados são ativos valiosos do Estado português. vés de serviços de pesquisa, visualização e descarregamento de
O IH tem uma visão estratégica orientada para o futuro e ali- dados seguindo as normas do Open Geospatial Consortium (OGC).
nhada com as principais dinâmicas da Década dos Oceanos, da A implementação está baseada em servidores open source Geoser-
economia azul e da diretiva quadro de estratégia marinha. Os ver, Geonetwork e ncWMS.
programas em curso estão orientados para a observação e a Os serviços disponibilizam aos utilizadores dados de natureza
previsão do oceano, à experimentação e inovação, e à gestão estática (cartas náuticas, batimetria, etc), dados da rede de mo-
dos dados (Figura 2). Através das múltiplas ações e projetos nitorização atualizados em tempo quase real (de boias, marés,
realizados, o IH, enquanto Laboratório do Estado com âmbito etc.), bem como dados de séries temporais (observações e pre-
nacional, dá um contributo ativo para o conhecimento do mar visões). As múltiplas fontes de dados, com acesso disponível e
português. A partilha e reutilização de dados é enquadrada pelo automatizado, são utilizadas para criar serviços de valor acres-
programa IDAMAR. Através das linhas de ação deste programa centado, como é exemplo o serviço de planeamento de viagem.
o IH busca continuamente a eficiência na exploração de dados Este serviço inovador permite ao utilizador definir um plano de
para a produção do conhecimento, implementando protocolos viagem, com indicação das datas de início e fim e com o desenho
e serviços de interoperabilidade orientados à automatização. da trajetória prevista, obtendo como resultado a visualização da
28 NOVEMBRO 2021