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REVISTA DA ARMADA | 567
Operação de RAS com o HNOMS Maud PHOTEX dos navios participantes no JOINT WARRIOR 21-2 / DYNAMIC MARINER 21
As interações foram revestidas de grande realismo e A equipa portuguesa realizou 78 operações de mergulho, com
intensidade, face ao nível de treino das unidades presentes e objetivos bastante distintos: (i) recolha de parâmetros do fundo
ao profissionalismo das embarcações e dos meios aéreos em do mar, para calibrar os sonares dos navios; (ii) identificação de
apoio. Todavia, cedo ficou claro que o NRP Corte-Real ficaria contactos submersos; e (iii) no final, recolha das minas de exercício.
vários dias ligado à área das operações navais que está na sua
génese enquanto navio de escolta oceânico – a luta ASW. As CONSIDERAÇÕES FINAIS
patrulhas ASW em busca do submarino HNOMS Urred, a operar
como unidade opositora, tornaram-se uma das rotinas diárias de No final do exercício, a impressionante Força Naval – 19
bordo. Esta permanente luta furtiva foi apoiada por vários meios navios, encabeçados pelo porta-aviões HMS Prince of Wales
aéreos orgânicos e por aeronaves de asa fixa; foram inúmeros – manobrou em formatura próxima, permitindo um registo
os contactos submarinos. A “luta” terminou, nos últimos dias fotográfico “de família” para a posteridade.
O JW212/DYMR21 teve uma dimensão e profundidade
do exercício, com o avistamento do periscópio do HNOMS Urred únicas no continente europeu. A multiplicidade de meios,
em águas territoriais de uma nação aliada; o NRP Corte-Real ameaças, objetivos táticos, estratégicos e políticos em jogo, e
entrepôs-se, então, entre a ameaça e a TF, obrigando o submarino a aproximação à realidade espectável nos conflitos modernos,
a abandonar a área. tornam o exercício uma experiência extremamente útil, uma
Esta rotina foi intercalada, esporadicamente, por períodos de oportunidade única para aplicar e aprimorar valências em todo
defesa aérea e operações de controlo da navegação mercante, o espectro das operações navais, quer convencionais, quer
com a abordagem efetiva de um navio mercante por parte da assimétricas.
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equipa de segurança do Pelotão de Abordagem embarcado e O NRP Corte-Real, com os seus 178 militares, assim como
pela equipa de vistoria técnica do navio. Durante o exercício o os 4 militares do DMS3, concluíram o JW212/DYMR21 com o
NRP Corte-Real foi, ainda, responsável pela luta de superfície claro sentimento de dever cumprido. Demonstrando sempre
(ASUWC) , i.e., pela coordenação dos meios nesta área da guerra o profissionalismo e a perseverança lusitana, a participação
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naval; tal fato levou a períodos de intensa atividade, lidando nacional neste exercício honrou o nosso País e a Marinha,
simultaneamente com a ameaça submarina próxima e com a afirmando Portugal como produtor de segurança e paz no seio
coordenação da defesa própria da Força, a dezenas de milhas de da Aliança Atlântica.
distância, atribuindo regras de empenhamento e subdelegando
tarefas específicas a outras unidades navais.
PARTICIPAÇÃO DA EQUIPA DE Colaboração do COMANDO DO NRP CORTE-REAL
MERGULHADORES SAPADORES
A equipa de quatro militares do Destacamento de Mergulhadores Notas
Sapadores Nº 3 esteve embarcada, durante todo o exercício, no 1 Daí a designação JOINT WARRIOR / DYNAMIC MARINER, por este exercício semes-
caça-minas FGS Homburg. Este navio integrava a SNMCMG1, tral JOINT WARRIOR fazer especificamente parte do processo de certificação da
Componente Naval da NRF22.
responsável pela capacidade de Guerra de Minas da Aliança 2 Orgão da Marinha do Reino Unido.
Atlântica no norte da Europa, em tempo de paz ou em períodos 3 Acrónimo anglo-saxónico para Combat Enhancement Training – Force Integration
de conflito ou crise. Durante o exercício, entre outras tarefas, os Training.
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navios desta força permanente da NATO conduziram operações 5 Acrónimo anglo-saxónico para Tactical Exercise.
de limpeza de minas em canais de navegação e instalações 6 Acrónimo anglo-saxónico para Anti-Submarine Warfare.
portuárias, de modo a garantir a segurança da navegação dos 7 Acrónimo anglo-saxónico para Anti-Surface Warfare.
Do Corpo de Fuzileiros.
navios combatentes e das forças de desembarque, em ambientes 8 Acrónimo anglo-saxónico para Anti-Surface Warfare Commander.
não permissivos ou mesmo hostis.
NOVEMBRO 2021 9