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REVISTA DA ARMADA | 567
































              MISSÃO 2021 NA LITUÂNIA


             FUZILEIROS DE REGRESSO






          No  contexto  das  Medidas  de  Tranquilização  da  NATO  (NATO  Assurance Measures)  implementadas  no  flanco  Leste  da  Aliança,  a
          Marinha projetou por 3 meses (de 1 de junho a 5 de setembro de 2021) para a Lituânia (LTU) uma Força de Fuzileiros (FFZ) composta
          por 145 militares.


         CONSTITUIÇÃO DA FFZ – LTU21                          e proficiência técnica, capaz de operar em todo o espectro do
                                                              conflito, enquanto força ligeira dotada de mobilidade com blin-
                                                              dagem, através do emprego de oito veículos do tipo HMMWV ,
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             missão enquadrou-se no esforço coletivo para fomentar a co-
         A  esão da Aliança, sustentar elevados níveis de prontidão e dis-  cedidos a título de empréstimo, pelo Exército Português, para o
         suadir ameaças diretas ou indiretas contra os Estados membros,   cumprimento da  missão.
         em particular os Países Bálticos, e consistiu no reforço da presen-  A SOMTU, uma subunidade tarefa gerada pelo Destacamento
         ça de forças aliadas na Lituânia e na condução de treinos e exer-  de  Ações  Especiais,  estava  orientada  para  o  cumprimento  de
         cícios combinados, permitindo a consolidação de capacidades e   qualquer  missão  enquadrada  no  espectro  de  operações  espe-
         o aperfeiçoamento da interoperabilidade entre Forças da NATO.  ciais,  designadamente  operações  de  reconhecimento  especial,
           A FFZ foi constituída por tês elementos modulares: um Elemen-  ação direta ou assistência militar, bem como infiltrações aquá-
         to de Apoio de Serviços em Combate (EASC); um Elemento de   ticas (superfície e subsuperfície), terrestres e aéreas, sendo que
         Projeção de Força (EPF), composto pela Força de Fuzileiros Nº1,   as infiltrações aéreas abrangeram a inserção por paraquedas de
         reforçada por uma equipa de mergulhadores-sapadores, com va-  abertura automática ou por saltos de grande altitude.
         lências de Clearance Diving Team (CDT), Explosive Ordnance Dis-
         posal (EOD) e Unmanned Aerial Vehicle (UAV); e um Elemento  ATIVIDADE OPERACIONAL – EPF
         de Operações Especiais – Special Operations Maritime Task Unit
         (SOMTU). A Força, como um todo e através dos seus componen-  O EPF realizou um conjunto diversificado de atividades opera-
         tes, desenvolveu um aturado e exigente programa de atividades   cionais durante a missão, desde as de natureza anfíbia às terres-
         próprias e de treino combinado.                      tres, cooperando diretamente com o Lithuanian Grand Duke Bu-
           Face à atual situação pandémica de COVID-19, os militares por-  tegeidis Dragoon Battalion .
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         tugueses ficaram sediados na cidade de Klaipeda, no campo de   Numa  perspetiva  simplificada,  participou  em  quatro  tipos  de
         treino Kairiai, alojados em contentores, tendo sido apoiados pela   atividades:
         nação hospedeira, revelando-se crucial esta cooperação no apoio   – Exercícios  multinacionais  e  bilaterais  “Baltic  Fortress  21”,
         à FFZ.                                               “Strong Griffin 21” e “CALFEX ”, juntamente com diversas unida-
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           Quanto às capacidades, o EPF contou com cerca de 111 mili-  des do Exército e da Marinha lituana e de nações aliadas;
         tares, constituindo-se num elemento modular de escalão com-  – Treino próprio, dando ênfase a técnicas, tática e procedimentos;
         panhia,  vocacionado  para  a  realização  de  operações  anfíbias   – Operações ribeirinhas ; e
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         e para a condução de operações em terra, nomeadamente em   – Operações em terra, destacando as ações ofensivas através do
         áreas costeiras. Tratou-se de uma força com elevada flexibilidade   emprego dos HMMWV.


          10  NOVEMBRO 2021
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