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REVISTA DA ARMADA | 575










































          EXERCÍCIO DA SOBERANIA DO ESTADO NO

          TROÇO INTERNACIONAL


          DO RIO MINHO




          Ao Capitão do Porto de Caminha compete assegurar, na sua área de jurisdição, o cumprimento das disposições legais relativas à
          proteção civil, segurança marítima, salvaguarda da vida humana no mar, vigilância e segurança do litoral, ao assinalamento marítimo,
          à preservação dos recursos vivos, proteção e combate à poluição, exploração dos recursos do leito do mar e rios, à preservação e
          proteção do património cultural subaquático, bem como o policiamento em geral, visando a repressão de atividades ilícitas. Compete-
          lhe ainda, genericamente, dirigir e fiscalizar os serviços da Capitania, assegurando o cumprimento de todas as suas competências na
          respetiva área de jurisdição.


          INTRODUÇÃO                                          ANTECEDENTES – PERSPETIVA HISTÓRICA

            endo o Capitão do Porto, por inerência, o Comandante local   Tendo  sido,  durante  muitos  anos,  uma  linha  imprecisa,
         Sda  Polícia  Marítima,  compete-lhe  ainda  dirigir  as  atividades   claramente  demarcada  por  acidentes  naturais,  e  fixada  por
          de  fiscalização  e  policiamento  das  disposições  legais  relativas   tratados  internacionais,  a  fronteira  portuguesa  com  Espanha
          à  segurança  marítima,  salvaguarda  da  vida  humana  no  mar,   estabelece os limites da soberania Estatal e define a configuração
          vigilância e segurança do litoral, ao assinalamento marítimo, à   territorial.  A  linha  da  fronteira  terrestre,  ou  a  raia,  como  é
          preservação dos recursos vivos, proteção e combate à poluição,   vulgar designá-la, é uma faixa do território com características
          exploração dos recursos do leito do mar e rios, a preservação   específicas, sendo também um espaço único de intercâmbios e
          e  proteção  do  património  cultural  subaquático,  bem  como  o   de convivências, designados como fenómenos transfronteiriços.
          policiamento em geral, visando a repressão de atividades ilícitas.   A  fronteira  de  Portugal  é  considerada  como  a  mais  antiga
          Neste  âmbito,  à  Policia  Marítima  compete  ainda  zelar  pela   fronteira  estável  na  Europa,  tendo  mais  de  sete  séculos,  num
          segurança marítima, a fiscalização e policiamento do rio Minho,   país  de quase nove de existência. A primeira demarcação que
          nomeadamente,  a  fiscalização  da  caça,  pesca,  recreio  náutico,   lhe  impõe  essa  antiguidade  foi  estabelecida  pelo  Tratado  de
          atividades marítimo-turísticas em todo o Domínio Público Hídrico.   Alcanizes, assinado entre os reis de Portugal e Castela, D. Dinis
          A área de jurisdição fluvial inclui todo o troço internacional do rio   e  Fernando  IV,  a  12  de  setembro  de  1297.  Historicamente,  a
          Minho (TIRM) desde a sua foz até confluência com o rio Trancoso,   fronteira foi uma zona de tensões e contendas entre os povos
          nas imediações de Cevide, no concelho de Melgaço.   e um e do outro lado, pela disputa e usufruto de espaços que


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