Page 201 - Revista da Armada
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ram à Índia começaram a construir-se vários
anos antes, e qualquer esquadra que saía da
praia do Restelo obrigava a que os prepara-
tivos fossem efectuados com minúcia e
atenção, com uma enorme antecedência.
Uma marinha não se improvisa porque
“quem vai para o mar, avia-se em terra”; um
navio demora anos a construir-se e precisa
de pessoal preparado para o manobrar; além
disso, degrada-se, deixa de ser operacional e
a sua manutenção passa a ser caríssima. Por
isso – como disse o Almirante Matias – “não
Condecoração do Comandante da Marinha do Brasil. Condecoração da AORN. se pode perder mais tempo na sua reno-
vação” que já foi “perigosamente adiada”.
Após a chegada do Ministro da Defesa (STANAVFORLAND) e participação na A cerimónia prosseguiu com a home-
Nacional, foi passada revista às forças em recentemente activada EUROMARFOR nagem aos militares, militarizados e civis da
parada e seguiu-se uma alocução proferida com a fragata “Sacadura Cabral”. Mas, para Marinha, mortos ao serviço da Pátria, a que
pelo Almirante Chefe do Estado-Maior da além disso, “desenvolveu-se, na linha de se seguiu a condecoração de diversas enti-
Armada. Na ocasião o Almirante Vieira uma tradição que remonta à origem da dades. Acentua-se a atribuição da Medalha
Matias salientou a forma como a Marinha própria Marinha, uma intensa actividade de Naval de 1ª classe ao Comandante da
esteve presente em numerosas missões de missões de paz no nosso território e nas Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra,
vulto, em cujo desempenho, sem qualquer águas de respon-
imodéstia, é possível dizer que o país ficou sabilidade nacio-
surpreendido de forma positiva. Sob o nal “(...) conti-
ponto de vista estritamente militar, foram nuamos, assim, a
efectuados vários exercícios nacionais e salvar vidas no
internacionais, cumpridas as missões de mar e na zona ri-
fuzileiros na Bósnia e em Timor, assumido beirinha, com a
por um Comodoro português o comando utilização coorde-
da Força Naval Permanente do Atlântico nada das estações
radio-navais, dos
nossos navios mi-
litares e dos meios
do sistema de au-
toridade maríti-
ma”. Porém, o as-
pecto mais impor-
tante do discurso do
Almirante CEMA
foi virado para o futuro onde deu relevo ao
esforço de reorganização interna, às dificul-
dades de pessoal e à renovação e funciona-
mento da esquadra. É, sem sombra de dúvi-
da um conjunto de problemas que afectam o
funcionamento da Marinha e que importa
entender com toda a clareza, sob pena de
chegar a situações de “zero naval” que,
noutras alturas, foram dramáticos para o
país. É costume dizer-se que uma marinha
não se improvisa, mas raramente se percebe
O Almirante CEMA entrega a Comenda de Santiago a real dimensão desta expressão no contexto
da Espada ao Comandante Sousa Machado. do século XXI. Aliás, nesta época em que se
comemoraram
quinhentos anos
sobre os mais des- Exibição da Banda da Armada.
tacados Descobri-
mentos Portugue- Sérgio Gitirana Florêncio Chagasteles, e a
ses, várias vezes se Medalha Naval Vasco da Gama ao embai-
salienta como os xador brasileiro, Synesio Sampaio Goês
marinheiros de Filho. A Associação dos Oficiais da Reserva
outros tempos ti- Naval (AORN) foi, também, condecorada
nham necessidade com a Medalha Naval Vasco da Gama,
de planear as suas dando relevo à acção que tem levado a cabo
viagens, abastecen- em prol da promoção da Marinha, concor-
do-se para perío- rendo para a eficiência no cumprimento das
dos longos de esta- suas missões. Por fim, as Forças em parada
dia no mar. Os na- desfilaram em continência perante o
vios que, pela pri- Ministro da Defesa Nacional, encerrando a
Exposição de Pintura. meira vez, chega- cerimónia militar.
REVISTA DA ARMADA • JUNHO 2001 19